RTP Aluno Com NEE
RTP Aluno Com NEE
RTP Aluno Com NEE
(Artigo 21.º)
EQUIPA MULTIDISCIPLINAR DE APOIO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Nome: Mariana Melissa Garrido Carvalho
Data de nascimento: 03/05/2012 C.C.: 30976696 6 ZY7 Idade: 10
Nível de Pré-escolar 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Grupo/ 5.º B
Educação/Ensino: Turma:
Ano de Escolaridade: 5.º ano
Escola e Agrupamento Agrupamento de Escolas Marquesa de Alorna
de Escola Básica Marquesa de Alorna
Escolas:
1. Situação atual e antecedentes escolares relevantes
Situação atual:
Apoio em intervenção precoce: Não Sim Especificar: Plano Individual de Intervenção Precoce
Observações:
A Mariana frequentou o Jardim de Infância pertencente à igreja de S. Sebastião da Pedreira, tendo-
se verificado, já, neste nível de ensino, dificuldades ao nível da aquisição e aplicação de conhecimentos,
assim como da concentração da atenção.
No ano letivo de 2018 / 2019, iniciou a frequência do 1º ano de escolaridade na Escola EB1 de São
Sebastião da Pedreira, pertencente a este Agrupamento de Escolas, tendo-se continuado a verificar a
existência de dificuldades de aprendizagem, em particular ao nível da leitura, da escrita, do raciocínio
lógico-dedutivo e da localização / manutenção da atenção, assim como algumas fragilidades
emocionais. Pelas razões apresentadas, procedeu-se ao encaminhamento da aluna para uma consulta
de Psicologia, no Gabinete de Apoio Psicossocial da Junta de Freguesia das Avenidas Novas. Na
sequência da avaliação efetuada, foi emitido um relatório psicológico, a 3 de junho de 2019, pela Dra.
Joana Nina (psicóloga clínica), no qual se pode ler que a Mariana apresentou alguma lentidão na
execução das tarefas, o que prejudicou a qualidade da sua prestação, tendo revelado, igualmente
sentimentos de insegurança. Ao nível dos afetos, revelou ser uma criança introvertida e pouco segura
de si, reservada e obediente, que se esforça por correspondente às expetativas externas.
De acordo com as provas realizadas, a Dra. Joana Nina afirma que a aluna revela uma eficiência
Relatório Técnico Pedagógico Página 1 de
13
intelectual global situada no nível inferior à média, quando comparada com as crianças da sua idade. No
que respeita aos domínios verbal e não verbal, a sua eficiência intelectual situa-se no nível médio
inferior. Apresenta baixos níveis de compreensão verbal e níveis de perceção e organização percetiva
inferiores à média e um nível de velocidade de processamento considerado, igualmente, baixo para a
sua faixa etária.
No mesmo relatório, a Dra. Joana Nina observa, ainda, que, quando comparada com as crianças da
sua idade, a Mariana ficam aquém do esperado, situando-se num nível inferior no que respeita as
capacidades de conceptualização mental; raciocínio numérico e cálculo, compreensão de relações
causa-efeito em situações sociais; realização de tarefas novas exigentes e não dependentes de
aprendizagens escolares e lentidão no processamento de informação visual e na execução. Acrescenta
que, no que respeita a disponibilidade de conhecimentos gerais do dia-a-dia; conhecimentos e
capacidade de resolução de situações problemáticas em contexto social e capacidade de antecipação
do todo a partir de elementos dispersos, a aluna se situa no limite inferior da média. Apresenta,
igualmente, um nível baixo no que respeita as capacidades de categorização, abstração e formação de
conceitos; a compreensão, domínio e amplitude vocabular, bem como a abstração verbal; a capacidade
para analisar estímulos visuais familiares e discriminar entre o essencial e o acessório e a capacidade
de memória visual. Também as capacidades de mobilização da atenção e memória imediata se situam
no limite inferior da média, relativamente ao seu grupo etário.
No que respeita a avaliação do nível da linguagem oral, a psicóloga constata que a Mariana
demonstra um desenvolvimento, igualmente, baixo, em comparação com as crianças da mesma idade,
na capacidade de identificação categorial e nos processos de reconstrução e segmentação silábicas.
Acrescenta, ainda, que a aluna se situa abaixo da média, no que respeita, às competências de
identificação de estrutura sintática, a capacidade de restauras frases semântica e sinteticamente
aceitáveis, assim como a capacidade de distanciamento e análise consciente das estruturas linguísticas.
A técnica observa que o seu desempenho ficou, igualmente, aquém do esperado para a sua idade, no
que respeita os processos de reconstrução e segmentação fonémicas, tendo considerado que os
resultados obtidos indicam um provável comprometimento da consciência fonológica.
No que concerne à avaliação dos afetos, dos sentimentos que experimenta e ao modo como se
posiciona dentro da família, de acordo com a Dra. Joana Nina, as provas efetuadas sugerem falta de
iniciativa e pouco autonomia em relação aos adultos, acentuada timidez e dificuldades de afirmação.
A psicóloga refere que a interpretação das provas permite relacionas as dificuldades apontadas com
um desinvestimento no desenvolvimento nas competências essenciais à aprendizagem escolar, tais
como, capacidades de realização de tarefas novas e exigentes, revelando lentidão no processo de
informação, tendo acrescentado que os resultados obtidos revelam a existência de uma Perturbação da
Linguagem.
A técnica considera que as dificuldades demonstradas pela Mariana estão relacionadas com o seu
baixo nível de eficiência intelectual e com alterações nos processos cognitivos essenciais à
aprendizagem da leitura e da escrita, assim como como as suas fragilidades emocionais. Conclui,
referindo que a aluna revela um autoconceito caracterizado pela passividade, o que possivelmente
estará a influenciar a sua motivação para a aprendizagem e a capacidade para ultrapassar as suas
Relatório Técnico Pedagógico Página 2 de
13
dificuldades.
Em setembro de 2019, a Mariana foi avaliada pela terapeuta da fala Catarina Mateus, que emitiu um
relatório, a 1 de outubro, no qual se pode ler que a aluna apresenta dificuldades nos domínios da
linguagem oral e escrita, corroborando a problemática já indiciada pela avaliação psicológica
supramencionada. Assim, através da avaliação formal a informal efetuada, no que respeita a oralidade,
a terapeuta verificou que a compreensão auditiva de material verbal / funcional se apresenta
comprometida, uma vez que a aluna demonstra dificuldade em compreender algumas questões que lhe
colocamos, do mesmo modo que não percebe algumas instruções, o que se reflete numa dificuldade na
concretização autónoma das atividades a realizar. No que concerne à componente morfossintática, a
técnica verificou que a aluna apresenta um discurso pouco fluente, caracterizado por algumas pausas,
utilizando frases simples para se exprimir e com uma extensão do enunciado curta para a sua faixa
etária. Alude, ainda, ao facto de a Mariana não ter conseguido realizar, de forma eficaz, a aplicação do
locativo / posse, o reconhecimento / correção de frases agramaticais, a coordenação de frases, a
ordenação de palavras na frase e a derivação de palavras. De acordo com a Dra. Catarina, a aluna não
realizou algumas das tarefas solicitadas, por não ter compreendido o que lhe foi pedido.
No que respeita a componente semântica, verificou-se que a Mariana apresenta um nível lexical
inferior ao expectável para a sua faixa etária, acedendo ao Iéxico de forma demorada nas tarefas de
evocação semântica, apresentando pouca coerência a coesão na definição de conceitos simples e
abstratos, na descrição de imagens e no discurso espontâneo. Também o conteúdo informativo
apresentado parece pouco eficaz, recorrendo a gestos pala auxiliar a sua expressão.
Relativamente à linguagem escrita, a aluna foi avaliada em diversos domínios, o primeiro dos quais,
o da consciência fonológica, tendo-se constatado que revelou dificuldades na identificação das rimas
com apoio visual, bem como na sua evocação. A terapeuta da fala observou que, mais uma vez, a aluna
parece não ter compreendido as duas tarefas que não conseguiu realizar corretamente.
Relativamente à consciência silábica, a técnica refere que a aluna não conseguiu realizar
corretamente as tarefas de segmentação de palavras com estrutura complexa (CCV e CVC), o mesmo
tendo acontecido com as tarefas de manipulação silábica (inversão, omissão, substituição e adição),
tendo apresentado bastante dificuldade na evocação de palavras pela sílaba inicial. No que respeita a
consciência fonémica, a Mariana não conseguiu realizar a manipulação fonémica (inversão, omissão,
substituição e adição). Na identificação e nomeação de grafemas, apresentou algumas trocas entre
letras com / sem semelhança gráficas (p.ex: <t> - <f>; <q> - <d>; <g> - <n>), bem como dificuldades nas
tarefas de soletração. A aluna apresentou, igualmente, alterações ao nível da discriminação de pares
mínimos em palavras e pseudo-palavras, mostrando confusão entre os pares /c-g/, /t-d/, /v-f/.
No que respeita o domínio da leitura, constata-se que, atualmente, a Mariana apresenta um
compromisso na descodificação de sílabas e palavras, pelo que Ihe é, ainda, muito difícil a leitura de
frases.
Verifica-se que a escrita avaliada através de cópia se apresenta alterada, uma vez que omite
grafemas. Também a escrita avaliada através da realização de ditado se encontra comprometida, uma
vez que a Mariana ainda não domina os valores fonémicos dos diferentes grafemas aprendeu, pelo que
nesta tarefa se mostra muito hesitante, sem conseguir escrever corretamente o que the é solicitado.
Relatório Técnico Pedagógico Página 3 de
13
Ao nível da articulação, a técnica refere que, no domínio fonético, se verificam fragilidades na
produção motora das líquidas [I], [r], e [lh], bem como nas sibilantes [s], [z], [x] e [j]. Acrescenta que, no
domínio fonológico, se verifica a ocorrência de alguns processos fonológicos, tanto na estrutura
silábica, como na estrutura fonémica dos itens considerados(...): omissão e/ou semivocalização
consistente das líquidas /r/, /l/ e /lh/, de modo inconsistente, nas diferentes posições; despalatalizaçăo
inconsistente do /x/ para /s/ em posição de coda.
A Dra. Catarina conclui o seu relatório de avaliação afirmando que a Mariana apresenta um perfil de
linguagem compatível com uma Perturbação da Linguagem, com alterações nas diferentes
componentes: semântica, morfossintática e morfológica, referindo que as suas dificuldades afetam a
linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento da linguagem escrita.
No presente ano letivo, as dificuldades supramencionadas continuam a dificultar a aquisição e
aplicação de conhecimentos nas diversas áreas. Por esta razão, a Mariana continuará a ser apoiada
pela Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusa (EMAEI), estando o seu processo educativo
abrangido pelo DL 54/2018, de 6 de julho. Encontra-se a ser acompanhada em Terapia da Fala, com
frequência semanal, beneficiando, igualmente, de sessões semanais de Psicologia (através da Junta de
Freguesia das Avenidas Novas, assim como de Apoio Socioeducativo.
Atualmente, a Mariana apresenta uma eficiência intelectual global situada no nível inferior à média;
perturbação do Desenvolvimento da Línguagem e Perturbação Fonológica com repercussões na leitura
e na escrita; Perturbação de Défice de Atenção e Hiperatividade (apresenta-se predominantemente
desatenta) e fragilidades emocionais.
A Mariana revela muitas dificuldades em se concentrar nas tarefas propostas, dispersando-se com
muita facilidade, revela grandes dificuldades ao nível da fluência/compreensão leitora, da expressão
escrita, do raciocínio lógico-matemático
Por todos estes motivos acima descritos, a Mariana é uma aluna com necessidades educativas
especiais de carácter permanente.
a) Diferenciação Pedagógica
b) Acomodações curriculares
Sim
Não
Início Medida a
Adaptações ao processo de avaliação implementadas
Implementação manter
Diversificação dos instrumentos de recolha de informação, tais como, inquéritos, Não Sim
entrevistas, registos vídeo ou áudio
Leitura de enunciados Não Sim
Utilização de sala separada Não Sim
Tempo suplementar Não Sim
Utilização de produtos de apoio Não Sim
Outras. Especifique:
A Mariana é uma menina que se relaciona de forma afável com os seus pares, com os professores e
restantes membros da comunidade educativa. Refere que gosta muito da escola e que o que mais gosta
de fazer é brincar e estudar. Nos intervalos, gosta muito de estar com os amigos no recreio. Quando
questionada sobre as atividades académicas, a Mariana afirmou gostar muito de Matemática e Português.
Acrescentou que, quando sente dificuldades em ambiente escolar, solicita ajuda à Terapeuta da Fala,
sentindo que esse auxílio facilita bastante a realização das tarefas. A aluna referiu, ainda, que, quando se
sente triste na escola, fala com os colegas.
A Mariana é filha única de pais separados. Vive com a mãe durante a semana, passando os fins de
semana com o pai. A aluna referiu que é, normalmente, com a mãe que partilha as suas preocupações
escolares e pessoais. Relatou que, quando está em casa, costuma ver televisão, brincar com as bonecas
e com o slime.
O Encarregado de Educação da aluna confia nos profissionais da escola intervenientes no seu
processo educativo e adota um papel interventivo no mesmo, colaborando com a Diretora de Turma, a
Psicóloga, a Terapeuta da Fala e a Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação lnclusiva, na definição de
medidas e estratégias de suporte à aprendizagem e inclusão, com vista ao sucesso pessoal e escolar da
sua educanda.
2.1. Fatores que, de forma significativa, afetam o progresso e o desenvolvimento do aluno
Ambiente físico
- A clareza na aplicação dos procedimentos e regras da sala de aula, a sua compreensão por parte da
aluna e consistência na aplicação.
Organização da escola
- A disponibilidade de tempo entre os professores que intervêm no processo educativo da aluna para
planeamento e articulação das atividades e respetivos modos de operacionalização.
- A criação de oportunidades para a aluna se envolver em atividades nas quais possa ter sucesso.
- A clara definição das metas de aprendizagem e a partilha das mesmas com a aluna.
- A proposta de tarefas que tenham em atenção o estilo de aprendizagem da aluna: o ritmo das
atividades, a variedade e duração das mesmas e o tempo permitido para completar as tarefas.
- Uma constante atitude reprovatória por parte do adulto em relação ao seu desempenho.
Estilo de aprendizagem
Outros factores
Competências comunicacionais
Estilo de aprendizagem
- A dificuldade em trabalhar autonomamente, uma vez que necessita de muito apoio ao nível da
compreensão e descodificação dos textos lidos e das questões apresentadas.
- A adoção de uma atitude, frequentemente, passiva em situação de sala de aula demonstrando pouca
iniciativa para realizar as tarefas propostas.
- As fragilidades emocionais reveladas pela aluna, que podem comprometer a aquisição dos
conhecimentos, assim como condicionar o desenvolvimento das suas competências sociais ao nível da
autonomia.
A progressão dos alunos abrangidos por medidas universais e seletivas de suporte à aprendizagem e à inclusão realiza-se nos termos definidos
na lei.
A progressão dos alunos abrangidos por medidas adicionais de suporte à aprendizagem e à inclusão realiza-se nos termos definidos no programa
3.2.2. Caso sejam mobilizadas as medidas adicionais previstas nas alíneas b), d) e e) deve ser garantida, no Centro de Apoio à
Aprendizagem, uma resposta complementar ao trabalho desenvolvido em sala de aula ou noutros contextos educativos (n.º5 do Art.º 13.º)
Observações:
Contemplam:
Treino de visão.
Sistema braille.
Orientação e a mobilidade.
Tecnologias específicas de informação e comunicação.
Atividades da vida diária.
SIM NÃO
(Em caso afirmativo -Selecionar o(s) tópico(s) que dizem respeito ao aluno.)
Os critérios de cariz pedagógico que justificam a redução do número de alunos por grupo/ turma são:
Verifica-se o acompanhamento e permanência na turma de (______%) o tempo letivo curricular, com a aplicação de medidas adicionais
de suporte à aprendizagem e à inclusão.
As barreiras à aprendizagem e participação são de tal forma significativas que exigem da parte do professor um acompanhamento
continuado, sistemático e de maior impacto em termos da sua duração, frequência e intensidade, no âmbito da concretização das
adaptações curriculares não significativas.
São utilizados produtos de apoio de acesso ao currículo que exigem da parte dos professores um acompanhamento e supervisão
sistemáticos.
Outros fundamentos:
SIM NÃO
SIM NÃO
9. Procedimentos de avaliação
A avaliação relativa à implementação e à eficácia das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão, assume um caráter de continuidade,
devendo resultar da análise e discussão da informação expressa nas fichas de monitorização. Este processo será efetuado em conselho de
turma/conselho de docentes/ reuniões de ano, no final de cada período letivo ou noutras reuniões (nomeadamente reuniões com técnicos
O balanço realizado permitirá ponderar a necessidade de reajustes que devem ser registados no Projeto Curricular de Turma bem como no
RTP, através de uma adenda anual.
A reformulação do RTP deverá ocorrer final de cada ciclo ou sempre que se mostrar necessário.
10. Procedimentos e estratégias adotadas para o envolvimento, participação e acompanhamento dos pais/encarregado de educação e do
aluno na tomada de decisão e na implementação das medidas
Observações
Encarregado(a) de Educação
Data: Assinatura:
O(A) aluno(a)
Data: Assinatura:
Data: Assinatura:
Data: Assinatura:
Data: Assinatura: