2 Medidas e Avaliação
2 Medidas e Avaliação
2 Medidas e Avaliação
AULA 2
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padronização dos locais deve ser seguida à risca para garantir que os resultados
obtidos tratem das possíveis diferenças observadas no corpo do avaliado e não
serem erros de medida. É importante que se escolha um padrão referencial e se
mantenha o mesmo protocolo em todas as avaliações, seguindo todos os
procedimentos solicitados com o maior rigor possível. Assim, você poderá
garantir o mínimo possível de erros intra e interavaliador.
Como as medidas antropométricas são baseadas em pontos anatômicos
de acordo com a região a ser avaliada, é sempre sugerido que esses pontos
anatômicos sejam inicialmente marcados com um lápis dermatográfico ou outro
material que marque o ponto a ser avaliado. As medidas deverão ser realizadas
no mínimo em duplicatas (ou seja, duas vezes em cada ponto avaliado), e o erro
obtido para cada uma dessas medidas deve estar dentro de 1%. Caso o valor
ultrapasse os 1%, deverá ser realizada uma terceira medida que deverá estar
dentro desse valor permitido. Ainda é importante saber que as medidas devem
ser realizadas de forma não consecutiva, portanto rotacional (Stewart et al.,
2011).
Para tornar a avaliação mais rápida, sugere-se inicialmente realizar a
marcação dos pontos a serem avaliados para, na sequência, realizar a aferição
de todas as medidas que utilizará.
Medida Local
Acromiale® Borda laterossuperior do acrômio.
Radiale® Borda láterossuperior da cabeça do rádio
Mid-acromiale-radiale® Ponto médio entre o ponto Acromiale® e Radiale®.
Mesoesternale Ponto médio do esterno ao nível do centro da articulação da
quarta costela com o esterno.
Trochanterion Borda laterossuperior do trocânter maior do fêmur.
Tibiale laterale Borda laterossuperior da cabeça da tíbia.
Mid-trochanterion-tibiale Ponto médio entre o ponto Trochanterion e o Tibiale laterale.
Medial calf skinfold site® Ponto medial de maior porção da perna.
Fonte: Stewart et al., 2011.
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mantida com leve pressão na pele, sem que fique frouxa ou aperte demais a
região a ser avaliada.
Sempre que se quiser apenas obter uma medida referencial, deve-se
optar pela avaliação do lado direito do avaliado. No entanto, caso o interesse
seja na comparação, fazem-se necessárias medições em ambos os lados. Ainda
é possível, dependendo do objetivo, avaliar sempre o lado dominante. Você deve
conduzir o planejamento das avaliações sempre baseado no seu objetivo
principal.
As medidas de circunferências corporais (as dos membros superiores e
inferiores como circunferência do braço, antebraço, coxa e perna) serão
realizadas com o intuito de acompanhar e evolução do tamanho dessas regiões
(hipertrofia, ou até mesmo a diminuição de gordura corporal), ou ainda de
comparação dos tamanhos do lado direito e esquerdo. As medidas de braços e
coxa podem ser realizadas ainda tanto com os músculos relaxados quanto
contraídos.
As medidas de circunferências do tronco, principalmente as da região
abdominal, são utilizadas tanto individualmente ou associadas como indicadores
de saúde, por estarem associadas à gordura corporal central. Podem ser
utilizadas para o diagnóstico de medidas e para acompanhar a evolução dos
indicadores de saúde.
Sempre que for medir a região do tronco, deve-se avaliar após uma
expiração do avaliado. E deve-se evitar avisar o avaliado sobre como conduz a
respiração para que este não conscientize a respiração, realizando inspiração e
expiração forçada.
Medida Local
Pescoço* Logo acima da cartilagem tireoide e perpendicular ao eixo longitudinal do
pescoço.
Peitoral (Tórax)* No ponto mesoesternal e perpendicular ao eixo longitudinal do tórax.
Cintura* Ponto mais estreito entre a borda costal inferior (10ª costela) e a crista
ilíaca, perpendicular ao eixo longitudinal.
Abdominal** Ponto sobre a cicatriz umbilical, perpendicular ao eixo longitudinal.
Quadril* Na maior circunferência glútea, perpendicular ao eixo longitudinal.
Braço relaxado* Com os braços relaxados ao lado do corpo, medir no ponto Mid-
acromiale-radiale® perpendicular ao eixo longitudinal do braço.
Braço contraído* Com o ombro e cotovelo fletido, medir com a fita na maior porção do m.
bíceps braquial ao solicitar que o avaliado contraia a musculatura do
braço.
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Antebraço* Medir na maior circunferência do antebraço perpendicular ao eixo
longitudinal do antebraço, abaixo dos epicôndilos do úmero com as mãos
em supinação.
Coxa medial* Ponto Mid-trochanterion-tibiale, perpendicular ao eixo longitudinal.
Perna* Ponto Medial calf skinfold site®, perpendicular ao eixo longitudinal.
Fonte: * Stewart et al., 2011; **Charro et al., 2010.
Medida Local
Biepicondylar Distância entre a borda lateral dos epicôndilos lateral e medial do úmero.
humerus®*
Biepicondylar Distância entre a borda lateral dos epicôndilos lateral e medial do fêmur.
femur®*
Fonte: Stewart et al., 2011.
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várias doenças, como as cardiovasculares, e as metabólicas como a diabetes do
tipo 2 (conhecida também como diabetes do tipo resistência insulínica).
Entre as medidas e indicadores mais referidos atualmente estão os
seguintes: a circunferência abdominal, o índice de massa corporal (IMC), a
relação entre a cintura e estatura, a relação cintura e coxa, a relação entre o
pescoço e a coxa, o índice de conicidade e o diâmetro abdominal sagital, o índice
sagital, a relação entre a cintura e o quadril.
Ao buscar identificar um indicador antropométrico que se se associasse
com a elevada pressão arterial, Beck, Lopes e Pitanga (2011) avaliaram 660
adolescentes entre 14 e 19 anos e Pinto et al. (2017) de 202 adolescentes. Os
autores observaram forte correlação entre a circunferência da cintura, IMC e a
relação cintura/estatura com a predição de pressão arterial elevada para ambos
os sexos. No entanto, Beck, Lopes e Pitanga (2011) recomendaram utilizar a
circunferência da cintura para predizer hipertensão arterial por ser a medida de
maior correlação. Foram sugeridos os seguintes pontos de corte desta medida
para esta população: 74,5 cm para rapazes e 82,4 cm para moças.
Para associações com a resistência insulínica (RI), foram identificados a
circunferência da cintura e o diâmetro abdominal sagital como fortes indicadores.
Ainda se observou que as relações cintura/ coxa, cintura/estatura, pescoço/coxa,
𝑷𝒆𝒓í𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 𝒅𝒂 𝒄𝒊𝒏𝒕𝒖𝒓𝒂 (𝒎)
o índice de conicidade (Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒊𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝑷𝒆𝒔𝒐 𝑪𝒐𝒓𝒑𝒐𝒓𝒂𝒍 (𝑲𝒈) ) e o
𝟎,𝟏𝟎𝟗 𝒙 √
𝑬𝒔𝒕𝒂𝒕𝒖𝒓𝒂(𝒎)
NA PRÁTICA
Variáveis A B C
Sexo Feminina Feminina Masculina
Idade (anos) 52 52 40
Massa corporal (Kg) 82 82 101
Estatura (m) 1,65 1,65 1,81
IMC (Kg/m²)
Classificação do IMC
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Circunferência cintura (cm) 92 92 100
Classificação cintura
Relação Cintura/Estatura
Classificação
cintura/estatura
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS