Trila 1 Estagio 2

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AO JUIZO DA ...

VARA DO TRABALHO DE MACEIÓ/AL

KAYKY BRITO, brasileiro, estado civil..., vendedor, RG nº..., inscrito no


CPF nº..., CTPS nº..., PIS nº..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade
Maceió/AL, CEP..., e-mail..., vem perante esse juízo, por intermédio de seu advogado
(a), procuração em anexo, com endereço profissional situado na rua ...., nº ...., bairro ....,
Cidade Maceió/AL, CEP ...., e-mail ...., propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Com fulcro no art. 840, §1, da CLT, pelo rito ordinário, em face de
PORCELANAS ORIENTAIS LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ nº ...., com endereço na rua ...., nº ...., Bairro..., Cidade Maceió/AL, CEP ..., pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:

1. DA JUSTIÇA GRATUITA
O Reclamante requer a concessão do benefício da justiça gratuita, nos
termos do art. 790, §3º e §4º da CLT, c/c art. 98 e 99, §2º e 3º do CPC/2015, visto que se
encontra desempregado e passando por dificuldades razão pela qual não possui
condições financeiras de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família.

2. DOS FATOS

O Reclamante, trabalhava na sociedade empresária Oriente Porcelanas Ltda.


desde 26/10/2020, exercendo a função de vendedor na unidade localizada em Maceió-
AL e recebendo, em média, quantia equivalente a 2 salários-mínimos por mês, a título
de comissão.
Em 30 de maio de 2022, o dono do estabelecimento resolveu instalar mais
duas prateleiras na loja para poder expor mais produtos e, visando economizar dinheiro,
fez a instalação pessoalmente. As prateleiras foram afixadas logo acima do balcão em
que trabalhavam os vendedores.
Ocorre que o dono da empresa tinha pouca habilidade manual, e, por isso, as
prateleiras não foram fixadas adequadamente. No dia seguinte à instalação malfeita,
com o peso dos produtos nelas colocadas, as prateleiras caíram com todo o material,
acertando violentamente a cabeça de Kayky, que estava logo abaixo fazendo um
atendimento.
Kayky desmaiou com o impacto, foi socorrido e conduzido ao hospital
metropolitano, onde recebeu atendimento e levou 50 pontos na cabeça, testa e face,
resultando em uma grande cicatriz que, segundo Kayky, passou a despertar a atenção
das pessoas, que reagiam negativamente ao vê-lo.
Kayky teve o plano de saúde, que era concedido pela sociedade empresária,
cancelado após o dia do incidente e teve de usar suas reservas financeiras para arcar
com R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais) em medicamentos, para aliviar as dores físicas,
além de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais) em sessões de terapia, pois ficou
fragilizado psicologicamente depois do evento.
Kayky ficou afastado em benefício previdenciário por acidente do trabalho
(auxílio por incapacidade temporária acidentária, antigo auxílio-doença acidentário,
código B-91), teve alta médica após 3 meses e retornou à empresa com a capacidade
laborativa preservada, mas foi dispensado, sem justa causa, no mesmo dia.
O reclamante encontra -se desempregado, sem dinheiro para se manter, além
do que, precisa de tratamento médico e suas reservas financeiras acabaram, pois teve
que usá-las para custear seu tratamento, quando a empresa cancelou seu plano de saúde,
deixando-o desassistido conforme consta em anexo, todos os gastos com atendimento
hospitalar, CTPS devidamente assinada pela sociedade empresária e o extrato do FGTS,
onde não constam depósitos nos 3 meses de afastamento pelo INSS.

3. DOS FUNDAMENTOS
Os fatos narrados acima, caracterizam-se como acidente de trabalho e há,
consequentemente, responsabilidade civil do empregador, conforme art. 19 da Lei
8.213/91 e art. 186, 187 e 927 e 949 do CC, constituindo o dever de reparação dos
danos causados, a seguir indicados.
“Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no
inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.”

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”

“Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o


ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da
convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.”
4. DANOS MORAIS
O fato constituiu dano moral no trabalhador, tanto que precisou de
atendimento psicológico. Esta Circunstância ofende os seus direitos protegidos pelo art.
223-C da CLT, designadamente sua saúde e integridade física, havendo responsabilidade
do empregador nos termos dos artigos Art. 223-B e 223-G da CLT, bem como Art. 186 e
Art. 927, ambos do CC. Assim, requer seja a Reclamada condenada ao pagamento de
indenização por dano moral ao Reclamante.
“Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a
autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)”

“Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão


que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as
quais são as titulares exclusivas do direito à reparação. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vide ADI 6050) (Vide ADI 6069) (Vide ADI 6082)”

“Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: (Incluído pela Lei nº


13.467, de 2017) (Vide ADI 6050) (Vide ADI 6069) (Vide ADI 6082)”

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”

5. DANOS MATERIAIS
Em razão do acidente o Reclamante teve de usar suas reservas financeiras
para arcar com R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais) em medicamentos, para aliviar as
dores físicas, além de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais) em sessões de terapia,
pois ficou fragilizado psicologicamente depois do evento. No caso, há a
responsabilidade civil do empregador que deve reparar os danos materiais sofridos,
conforme Art. 186, Art. 927 e Art. 949, todos do CC. Diante do exposto, requer seja a
Reclamada condenada a reparar o dano material sofrido pelo Reclamante.
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”
“Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o
ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da
convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.”

6. DANO ESTÉTICO
O Reclamante com o impacto desmaiou, foi socorrido e conduzido ao
hospital público, onde recebeu atendimento e levou 50 pontos na cabeça, testa e face,
resultando em uma grande cicatriz que passou a despertar a atenção das pessoas, que
reagiam negativamente ao vê-lo. Diante da responsabilidade civil do empregador e do
dano estético, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização pelo
dano estético, nos termos do Art. 223-B, Art. 223-C ou Art. 223G, todos da CLT, ou Art.
186 ou Art. 927, ambos do CC
“Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão
que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as
quais são as titulares exclusivas do direito à reparação. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vide ADI 6050) (Vide ADI 6069) (Vide ADI 6082)”

“Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a


autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)”

“Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: (Incluído pela Lei nº


13.467, de 2017) (Vide ADI 6050) (Vide ADI 6069) (Vide ADI 6082)”

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”

7. DO FGTS
O Reclamante ficou afastado em benefício previdenciário por acidente do
trabalho, teve alta médica após 3 meses e retornou à empresa com a capacidade
laborativa preservada, mas foi dispensado, sem justa causa, no mesmo dia. Porém,
conforme extrato do FGTS, não constam depósitos nos 3 meses de afastamento pelo
INSS. Diante do exposto, requer o depósito do FGTS dos três meses de afastamento,
porque o evento foi um acidente de trabalho, havendo a obrigação do empregado de
fazer tais recolhimentos, conforme Art. 15, § 5, da Lei no 8.036/90.
“Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a
importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou
devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as
parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943,
e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962.
(Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos

§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de


afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por
acidente do trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998)”

8. DA ESTABILIDADE - REINTEGRAÇÃO – RESTABELECIMENTO DO


PLANO DE SAÚDE - TUTELA PROVISÓRIA

Como aludido, o Reclamante ficou afastado em benefício previdenciário por


acidente do trabalho, teve alta médica após 3 meses e retornou à empresa com a
capacidade laborativa preservada, mas foi dispensado, sem justa causa, no mesmo dia.
Todavia, o Reclamante possui estabilidade/garantia no emprego em
consequência do acidente do trabalho, conforme o Art. 118 da Lei no 8.213/91 e a
Súmula 378, inciso II, do TST, e não poderia ter sido dispensado.
“Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente
de percepção de auxílio-acidente.”

“SÚMULA N.º 378 - ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DE


TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/91II - São pressupostos para a
concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente
percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a
despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a
execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1
- inserida em 20.06.2001).”

De resto, de forma alguma poderia ter sido cancelado o plano de saúde do


requerente, conforme Súmula 440 do TST, razão pela qual requer o restabelecimento do
plano de saúde.
Súmula nº 440 do TST
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
RECONHECIMENTO DO DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO DE
SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA - Res. 185/2012, DEJT divulgado
em 25, 26 e 27.09.2012

Considerando a probabilidade do direito, embasada pela fundamentação


supra, e a urgência da situação que pode resultar em dano de difícil reparação, requer a
concessão de tutela provisória de urgência ou evidência para a reintegração imediata e
restabelecimento incontinente do plano de saúde, conforme o Art. 294, o Art. 300 e o
Art. 311, todos do CPC.
“Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou
evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada,
pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.”

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.”

“Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da


demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito


protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente


e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental


adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.”

8. DOS HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIAIS


Em síntese, requer o pagamento de honorários advocatícios de sucumbência,
conforme o Art. 791-A da CLT.
“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento)
e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017).”

Diante do exposto, requer:


a) Seja deferida a tutela provisória para a imediata reintegração do Reclamante
e restabelecimento do plano de saúde;
b) A notificação da reclamada para comparecer em audiência e apresentar a sua
defesa, querendo.
c) A produção de todas as provas em direito admitidas;
d) A procedência dos pedidos, com a condenação da reclamada ao pagamento
de honorários de sucumbência;
e) Seja deferida a gratuidade da justiça;
f) O pagamento de indenização por dano moral, no valor de R$...;
g) O pagamento de indenização pelo dano material, no valor de R$5.100,00
(cinco mil e cem reais), acrescido de juros e correção;
h) O pagamento de indenização pelo dano estético, no valor de R$...;
i) f) O depósito de três meses de FGTS, no valor de R$...;

Valor da causa:
R$...

Nestes termos, pede deferimento.


Maceió/Alagoas
Data...
Advogado... OAB...

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