Saude Nua e Crua - Alimentos Na - Marcia Lobo Vidoto
Saude Nua e Crua - Alimentos Na - Marcia Lobo Vidoto
Saude Nua e Crua - Alimentos Na - Marcia Lobo Vidoto
SAÚDE
NUA E CRUA
Alimentos na Prevenção e Cura de Doenças,
Peso Ideal e Qualidade de Vida
Bio Editora
São Paulo, SP
2016
Copyright © 2014 Marcia Lobo Vidoto
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou
reproduzida, em qualquer meio ou forma, sem a expressa autorização da editora.
Diagramação e Capa: Fernando F. Araujo Jr
Fotos: Click Pix Studio
Revisão: Deovanir Vidoto
Impressão: Eskenazi Indústria Gráfica Ltda
3ª edição - 4ª
impressão: abril, 2016
Tiragem acumulada: 40 mil exemplares
www.saudenuaecrua.com.br
À memória de meu pai,
Geraldo Rodrigues Lobo
e de meu irmão,
Marcelo Lobo
1 - Saúde Doente
2 - Nutrição de Verdade
3 - Genética versus Nutrição
4 - A Moderação Inútil
5 - Armadilha do Poder
6 - Saúde se Escreve com “pH”
7 - E a Minha Proteína?
8 - Bastidores da Carne & Cia
9 - O Peixe Morre Pela Boca
10 - Movido a Carboidratos
11 - Mostrando a Barriga de Trigo
12 - Óleo é Óleo e Ponto-Final
13 - E o meu Cálcio?
14 - Não Chore pelo Leite Derramado!
15 - A Sedução do Queijo
16 - Processando Alimentos Processados
17 - Mente Descafeinada
18 - O Lado Amargo do Chocolate
19 - Desequilíbrio dos Suplementos
20 - Crianças de Bem com a Saúde
21 - Detox em Pratos Limpos
22 - O Botão Reset da Saúde
23 - Alimentando a Saúde
Últimas Palavras
Sugestões Práticas
Amostra de Receitas
Notas e Referências Bibliográficas
Primeiras Palavras
Saúde é algo que faz você achar que agora
é a melhor época do ano.
Franklin Pierce Adams (1881-1960)
Doenças de Afluência
Veja algo incrível, mas real: um número crescente de pessoas
ao redor do mundo sofre de doenças de afluência ou “extravagância
nutricional”. Elas comem como reis e rainhas todos os dias da
semana, e exatamente por isso têm perdido a saúde e, muitas
vezes, até a vida.1 Por outro lado, doenças comuns hoje, são
praticamente desconhecidas para certos povos e culturas com um
estilo de vida e alimentação naturais.
Mas não existe uma dieta específica para cada doença ou
condição médica, e ainda uma receita adicional para uma
inflamação ou dor aqui e ali. A evidência científica é abundante e
clara - um único tipo de alimentação é ideal para a prevenção e cura
da doença cardíaca, diabetes, osteoporose, hipertensão, colesterol
alto, como também da infecção urinária, constipação intestinal,
gastrite, fibromialgia, artrite, asma, rinite, dores crônicas e tantas
outras doenças como aquelas que você está se lembrando agora. A
manutenção do peso ideal também faz parte dessa grande lista, é
claro.
Essa alimentação não é apenas curativa, é também benéfica
para qualquer pessoa, de qualquer idade - independentemente de
sua genética ou condição atual. Essas e muitas outras doenças são
consequência de uma alimentação e estilo de vida essencialmente
tóxicos e prejudiciais ao organismo. Inversamente, uma alimentação
e estilo de vida naturais e saudáveis são a solução!
Ouvindo a Ciência
Este livro não está baseado em achismos ou modismos
nutricionais. Não segue os ensinamentos de nenhum guru e nem é
patrocinado por algum ramo da indústria ou comércio. É um projeto
comunitário sem fins lucrativos.
Satisfação Garantida
O tipo de alimentação ideal que promove e mantém a saúde tem
sido defendido, testado e aprovado por profissionais e pessoas
como você - que superaram doenças, descobriram a saúde “nua e
crua” e qualidade de vida... e esta pode ser a sua experiência
também.
Boa Leitura,
Marcia Lobo Vidoto
1 - Saúde Doente
Não é sinal de saúde estar bem adaptado a
uma sociedade profundamente doente.
Jiddu Krishnamurti (1895-1986)
Estudos e Estatísticas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou as 10
principais causas de morte no mundo, do ano 2000 ao ano 2011. As
6 primeiras causas permaneceram nas mesmas posições em toda a
década. As outras 4 da lista subiram de posições e hoje completam
a fatídica lista das “dez mais”.2 São elas:
Mortes/Milhã
Mortes/Milhão
Causas de Morte o
Ano 2000
Ano 2011
1. Doença Arterial Coronariana ou
5,9 7,0
Isquêmica3
2. Acidente Vascular Cerebral (AVC) 5,6 6,2
3. Infecções do Trato Respiratório 3,5 3,2
4. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
3,0 3,0
(DPOC)
5. Diarreia 2,5 1,9
6. HIV/AIDS 1,6 1,6
7. Câncer de Traqueia, Brônquios e
1,2 1,5
Pulmão
8. Diabetes 1,0 1,4
9. Acidentes de Trânsito 1,0 1,3
10. Prematuridade 1,4 1,2
Completando o Quebra-Cabeça
As causas básicas dos fatores de risco e morte mais frequentes
no Brasil e no mundo não são mais um mistério – são um reflexo
direto do estilo de vida e hábitos alimentares que as pessoas
mantêm atualmente. Já foi identificada a principal “peça” que estava
faltando, isto é, a forte e evidente relação entre a nutrição e as
doenças que levam ao óbito.
O Poder da Genética
O tópico da herança genética será ainda tratado com mais
detalhes, mas de antemão você precisa se conscientizar de que a
genética não é sinônimo de destino. O Dr. Neal Barnard explica de
forma criativa que nem todos os genes são ditadores. “Os genes
para a cor do olho e do cabelo por exemplo, são ditadores. Se eles
dizem que você terá cabelos castanhos e olhos azuis, nada pode
ser feito”.17
Em Poucas Palavras...
▪ A crise da saúde é um problema global, mas, a nível pessoal,
conhecer suas causas e soluções já é ganhar metade da batalha. A
outra metade é incorporar o conhecimento adquirido em seus
hábitos alimentares e de estilo de vida.
▪ O que você coloca no prato ou copo não deve ser uma simples
questão de gosto ou preferência pessoal. Suas escolhas de
cardápio diário são decisivas – é como se você estivesse assinando
um termo de compromisso a cada dia, a cada refeição: “Vou comer
isso e aquilo, e assumo as consequências.” Quando as escolhas
não são saudáveis, há sempre um alto preço a ser pago; a natureza,
mais cedo ou mais tarde, sempre envia a conta.
Miragens de Nutrição
Livros de dieta serão sempre best-sellers. Os mais variados
tipos de revistas de saúde já conquistaram seu espaço e público-
alvo. Cada revista e jornal também apresenta uma seção com
orientações sobre nutrição e saúde, o mesmo acontecendo com
programas de rádio e TV e sites da internet. Ninguém discorda do
fato que esse é um tipo de matéria que realmente vende.
Mas mesmo com tamanha abundância de informação, “na
realidade, poucas pessoas sabem o que fazer para melhorar sua
saúde”, afirma o Dr. T. Colin Campbell.21 Não é por falta de
pesquisa, garante ele, e explica que “as relações entre nutrição e
saúde são claras, mas a verdadeira ciência está sendo enterrada
por uma avalanche de informação irrelevante e até prejudicial.
Ciência sucateada, modismos de dietas e propaganda enganosa da
indústria alimentícia proliferam em todos os lugares”.22
Em Poucas Palavras...
▪ Você precisa esquecer os atalhos e as soluções rápidas e fáceis.
“Tem algum chá que é bom para a azia ou constipação?”, “esse
vegetal é bom para quê?”, ou “o que é bom para os rins, fígado, ou
para a enxaqueca”? Essas não são perguntas úteis para a solução
dos seus problemas.
Lugar da Nutrição
Nem todos os genes estão plenamente ativos todo o tempo,
continua ele. E, quando não ativados, permanecem dormentes,
bioquimicamente falando. Genes dormentes não têm nenhum efeito
em nossa saúde. Embora este fato seja óbvio para a maior parte
dos cientistas e leigos, o real significado desta ideia é raramente
compreendido. O que faz com que um gene permaneça dormente e
outro seja ativado? A resposta é: o ambiente, especialmente a
nutrição.
Ele usa ainda outra analogia: sementes apenas germinam em
solo rico de nutrientes, com água e luz solar. De modo similar, os
genes não são ativados a menos que estejam num “ambiente
apropriado”. No corpo humano, a nutrição é o principal fator
ambiental que determina a atividade dos genes.
Alimentação e Genes
Interessantes pesquisas laboratoriais têm sido registradas pelo
Dr. Campbell. Ratos foram geneticamente predispostos a
desenvolver câncer de fígado, através da exposição à hepatite B ou
às altas doses da substância tóxica aflatoxina. No entanto, o câncer
apenas se desenvolveu na presença de uma dieta com altos níveis
de proteína animal.
Em outras palavras, a nutrição superou condições totalmente
propícias à doença. Embora o DNA tivesse sido danificado, o câncer
não foi uma consequência inevitável. De igual modo, a ocorrência
do mesmo tipo de câncer em gêmeos idênticos é raríssima. E
mesmo nesses raros casos, as similaridades na alimentação
também são parcialmente responsáveis.
Neurônios em Cena
Em seu mais recente livro sobre o cérebro humano e a nutrição,
Grain Brain [A Dieta da Mente – já traduzido para o português], o
neurologista Dr. Perlmutter apresenta seu caso sobre o glúten, que
será tratado num capítulo posterior. Por agora, é interessante saber
que uma das áreas de pesquisa com maior destaque hoje tem sido
a epigenética. Trata-se do estudo de certas seções do seu DNA
chamadas “marcas”, que essencialmente dizem aos seus genes
quando e quão fortemente devem se expressar.
Como regentes de uma orquestra, essas marcas epigenéticas
são o controle remoto não apenas de sua saúde e longevidade, mas
também como você passa seus genes para as gerações futuras.
Suas escolhas diárias de estilo de vida tem um profundo efeito na
atividade dos genes.41
Até mesmo a simples escolha do tipo de alimento a ser ingerido,
continua o Dr. Perlmutter, desempenha uma parte significativa na
determinação de quais genes são ativados e quais permanecem
refreados. Outras escolhas com o mesmo efeito são: o estresse que
será enfrentado ou evitado, o exercício físico que será feito ou não,
ou a qualidade do sono. Você pode aumentar a expressão de seus
“genes saudáveis” e suprimir a ação dos genes que acionam as
doenças.
Até o século passado, pensava-se que a neurogênese ou o
processo de formação de neurônios, estava restrita ao período
uterino ou de gestação. Assumia-se que a regeneração e formação
de novas células cerebrais era um processo inexistente após o
nascimento. No entanto, o avanço das pesquisas e o surgimento de
novas evidências alteraram completamente o quadro. Sabe-se hoje
que novos neurônios são formados por toda a vida.
Além disso, circuitos cerebrais já existentes podem ser
fortalecidos, e outras novas conexões também podem ser criadas,
juntamente com novas células e neurônios. E segue respondendo a
pergunta que já deve ter surgido em sua mente: O que influencia o
processo da neurogênese? Ou, em outras palavras, como são
criados novos neurônios?42
O Açúcar e os Genes
Em relação às calorias, o uso da restrição calórica no tratamento
de condições neurológicas é antiga, mas agora sabe-se que a
redução calórica também se relaciona com a proteção, plasticidade
e a própria formação de neurônios.43 O aumento do consumo de
calorias deve-se principalmente ao açúcar. Uma redução na
ingestão de açúcar tem um impacto considerável na diminuição do
consumo calórico.
Você no Controle!
Os químicos carcinogênicos do ambiente são reais, assim como
a carga genética. Mas você está constatando neste livro que a
nutrição é um determinante básico das doenças crônicas, inclusive o
câncer.
Essas doenças não podem mais ser vistas como algo totalmente
fora de controle, como uma questão de destino, sorte ou azar. Você
é responsável tanto pelo desenvolvimento de doenças crônicas,
quanto pelo privilégio de ficar livre delas; e “essa responsabilidade
não é uma coisa ruim; [...] é tomar posse do controle da saúde
através do simples ato de escolher o que comer, ao invés de
simplesmente submeter-se à fatalidade”,48 conclui o Dr. Campbell.
Em Poucas Palavras...
▪ A genética está por trás da saúde e da vida, assim como da
doença e da morte. Mas os genes em si não determinam o seu
destino, isto é, eles apenas se expressam quando são ativados. Do
contrário, permanecem dormentes e inofensivos.
O que é Moderação?
O conceito da moderação é bem interessante. Com base em
estudos científicos e em sua própria experiência profissional, o Dr.
Esselstyn afirma “que pacientes que moderadamente reduziram seu
consumo de gordura conseguiram administrar uma diminuição na
progressão de suas doenças, mas não detê-las. Num ritmo mais
lento, as doenças continuaram a progredir e causar danos [...] Uma
moderação dietética não resolve”!53
Em Poucas Palavras...
▪ A prática da moderação é muito sábia em vários aspectos da vida,
exceto o da alimentação. Isso porque as pessoas nunca aplicam o
conceito da moderação para o consumo de alimentos saudáveis.
Pelo contrário, a maioria das pessoas quer ser “moderada” apenas
para continuar consumindo alimentos prejudiciais à saúde.
▪ A moderação na alimentação é um termo muito subjetivo e vago -
deixando abertura para um consumo nada moderado. Por exemplo,
quantos pedaços de lasanha é uma quantidade moderada e
saudável? Quantas bolas de sorvete ou copos de refrigerante? Esse
tipo de moderação não é real. Profissionais da saúde alertam – a
moderação dietética não resolve. O consumo moderado de
alimentos prejudiciais não traz saúde.
Dopamina
No seu cérebro há um centro de recompensa, no qual a
dopamina é reservada em pequeninas bolsas arredondadas dentro
de células cerebrais, continua explicando o Dr. Barnard. A dopamina
é um neurotransmissor, isto é, uma substância química utilizada no
sistema nervoso. Faz parte do conjunto de opiatos naturais – assim
chamados pois produzem e despertam sensações de relaxamento,
prazer e bem-estar.
A dopamina está literalmente esperando você comer alguma
coisa - algo realmente saboroso. Tão logo você coma, ele é liberada
de cada uma dessas células, criando uma “pequena festa” em seu
cérebro, dando a você uma incrível sensação prazerosa.62
3. Sal
“Quando a mistura é correta, o alimento torna-se mais
estimulante. Comer produtos com grande concentração de açúcar,
gordura e sal, faz com que as pessoas comam mais produtos com
grande concentração de açúcar, gordura e sal”, afirma o Dr.
Kessler.69
“As pessoas adoram o sal [...] o sal completa o gosto de tudo [...]
e elas o devoram diariamente em quase tudo que compram [...] As
pessoas anseiam comer alimentos salgados”;70 a armadilha
continua sendo armada e continua a capturar suas vítimas.
Círculo Vicioso
Quando você não se sente bem, instintivamente tenta fazer algo
para resolver o seu problema. Neste caso, você dificilmente associa
o problema com a falta de boas horas de sono, exercício físico ou
má escolha de alimentos. Raramente você identificará, por exemplo,
as bebidas cafeinadas, chocolate, alimentos gordurosos, TV até
altas horas da noite, ou sedentarismo como fatores a serem
revistos.
E agora?
Essa situação pode ser revertida, mostra o Dr. Barnard. Você
pode conseguir a sua dopamina de maneira saudável! E não se
esqueça do exercício físico, que também aciona a liberação de
endorfinas e dopamina. Se você tem uma vida sexual ativa, aí está
outra maneira natural. Mas com relação à alimentação, como se
livrar da armadilha tão poderosa dos alimentos prejudiciais à saúde?
O primeiro passo é estabelecer regras pessoais rígidas e
simplesmente deixar de consumir produtos não saudáveis. O Dr.
Barnard explica que é mais fácil parar o consumo de uma vez do
que provocar-se a si mesmo com algum consumo ocasional.
Os que insistem em afirmar “vou comer só de vez em quando”,
ou “um pouquinho só não faz mal”, não terão sucesso. O problema,
continua ele, é que cada pouquinho desses alimentos aciona uma
explosão de dopamina que reforça sua vontade de continuar
fazendo uso de tais alimentos. A dependência continuará falando
mais alto.
Cada mordida agora tornará mais difícil dizer não na próxima
vez. O círculo vicioso precisa ser rompido. Os primeiros dias são os
mais difíceis, mas com o tempo, você irá se esquecendo da
quantidade extra de dopamina que tais alimentos liberam, e
encontrará prazer em comer os alimentos naturais. Com isso, a
dopamina na dosagem certa será suficiente.76
A necessidade de remoção de todo e qualquer vício alimentar,
também é destacada pelo Dr. Fuhrman. A introdução de alimentos
saudáveis e a reprogramação de gostos é uma maneira eficaz de
livrar-se definitivamente da armadilha do prazer.77
Entendendo o pH
O termo pH foi originalmente definido em 1909 por Soren Peter
Lauritz Sorensen, um bioquímico dinamarquês. A sigla pH significa
“potencial de hidrogênio”. Não é necessário entrar em detalhes na
questão do hidrogênio e seus íons para se entender o X da questão: o
nível de pH indica se um fluido – saliva, urina ou sangue é ácido,
alcalino ou neutro, sendo medido numa escala de 0 a 14. Um pH de
valor 7 é neutro, isto é, apresenta um perfeito equilíbrio entre ácidos e
bases ou álcalis. Qualquer valor menor que 7 é ácido; enquanto os
valores acima de 7 são alcalinos.
Acidez e Enzimas
Enzimas são proteínas que aceleram reações químicas no
organismo. Elas são responsáveis por cada uma das atividades
realizadas no corpo a cada dia – da respiração, circulação e digestão
ao funcionamento dos órgãos, inclusive a reprodução, movimento, fala
e pensamento. Sem as enzimas, outras substâncias vitais no corpo,
incluindo as vitaminas, minerais e hormônios não atuam
adequadamente. Além disso, sem um suprimento ideal de enzimas, o
corpo fica incapaz de produzir proteínas, carboidratos e gorduras para
os processos de reparo e renovação. Contudo, as enzimas somente
podem realizar suas milhares de funções numa faixa muito restrita de
pH.
E o micro-ondas?
Alcalose
A alcalose é bem menos comum que a acidose; é caracterizada
por um estado excessivamente alcalino no organismo, que também
causa riscos para a saúde. É importante notar que a alimentação
raramente causa alcalose, que é acionada principalmente pelo uso
excessivo de medicamentos – em especial os antiácidos, usados no
tratamento da azia.
Tais medicamentos, quando usados rotineiramente, podem
prejudicar de maneira significativa o equilíbrio ácido-alcalino, gerando
uma quantidade insuficiente de ácido clorídrico (HCl) – ácido usado
pelo estômago durante a digestão dos alimentos. Drogas usadas para
o tratamento de úlceras gastrointestinais e diuréticos, que promovem a
eliminação de fluidos do corpo, também podem causar níveis mais
alcalinos que o normal. A alcalose pode resultar de outras condições
como: diarreia ou vômito crônicos, atividade excessiva das glândulas
suprarrenais e anorexia nervosa.102
Gangorra em Movimento
Por mais que o organismo trabalhe arduamente na direção do
equilíbrio, sua contribuição no processo é decisiva. Vários fatores
contribuem para o aumento da acidez do organismo, incluindo o
estresse, estilo de vida sedentário, atividade física excessiva, toxinas
ambientais, infecções, mas sobretudo uma alimentação acidificante.
Tudo o que você ingere moverá a gangorra para um lado ou outro da
escala de pH. Seus hábitos alimentares fazem toda a diferença. A
relação entre os alimentos e seus efeitos na manutenção do equilíbrio
do pH e na saúde do organismo é crucial.103
Para você ter uma idéia dessa gangorra em termos práticos, veja o
quão baixo ou ácido ela pode ir: o refrigerante (pH 2,5-3,0) é 10.000
vezes mais acidificante que a água comum da torneira e 100.000
vezes mais acidificante que o seu sangue a um pH normal de 7,365.
São necessários 32 copos de água com pH neutro para neutralizar e
equilibrar a acidez de 1 copo de refrigerante, cujo ingrediente ativo é o
ácido fosfórico.104 O ácido fosfórico (pH 2,8) é utilizado principalmente
como acidulante do refrigerante – para aumentar o sabor ácido, regular
a doçura, realçar o paladar e conservar o produto. Também são
elementos acidificantes do refrigerante o ácido carbônico, responsável
pelo gás na bebida, e os fluoretos.105
Um típico sanduíche fast-food tem um pH em torno de 2, e o café,
um pH de 1,5 - ou pH 1, com a adição de açúcar. Com isso não fica
difícil imaginar o impacto negativo no organismo. O consumo da carne,
açúcar, gorduras e aditivos alimentares tem feito o seu papel para
manter a gangorra para “baixo”, acelerando o desenvolvimento de
doenças.106 Levando-se em conta como a escala de pH funciona,
mesmo aparentemente pequenas e rotineiras variações em direção do
lado ácido, vão significar um colossal aumento de acidez no pH
sanguíneo e catastróficas consequências para a saúde do indivíduo,
alerta a Dra. Ayne.107
Acidose Crônica
A forma mais comum de desequilíbrio ácido-alcalino é chamada de
acidose metabólica crônica, causada por um permanente acúmulo e
excesso de ácidos produzidos no corpo. Este processo tende a ocorrer
com o avanço da idade e o enfraquecimento dos rins, mas também
acontece em populações bem jovens, devido às práticas alimentares.
Um indivíduo que consistentemente ingere alimentos acidificantes,
causará este estado crônico de acidez.
Testando seu pH
Ao ler sobre a importância do equilíbrio ácido-alcalino, você deve
estar ansioso para saber se o seu pH está equilibrado ou ácido. De
modo geral, adverte a Dra. Brown, se sua alimentação estiver dentro
da média do mundo ocidental hoje, infelizmente a acidez já é
esperada.109
Um teste caseiro
O pH da urina pode ser estimado em sua própria casa, mostra o Dr.
Michael Greger, usando apenas algumas folhas de repolho roxo. Você
pode:
▪ ferver algumas folhas até obter uma água de cor roxa forte ou,
para evitar o manuseio de líquido quente,
Você terá apenas que derramar esse líquido roxo no vaso sanitário
logo após ter urinado. O Dr. Greger explica os possíveis resultados:
▪ Se o líquido ficar azul, sua urina está neutra. E se ficar azul claro,
a urina está levemente alcalina – sendo este o resultado ideal.111
Digestão e pH
Você pode tomar medidas para transformar um organismo ácido e
doentio em um corpo alcalino e saudável. O passo mais importante é
optar por uma alimentação que favoreça um pH equilibrado, levemente
alcalino. O processo digestivo é altamente complexo, mas para que
você compreenda bem a questão do pH do corpo, a Dra. Brown
simplifica a explicação.
Como já foi dito anteriormente, após a digestão, alguns alimentos
produzem ácidos e outros álcalis ou bases. Por exemplo, o citrato de
potássio encontrado em muitas frutas e vegetais transforma-se em
bicarbonato de potássio, uma substância alcalina. Por outro lado,
alimentos ricos em aminoácidos com enxofre, como a metionina, ao
serem metabolizados produzem um resíduo de ácido sulfúrico no
organismo, que é ácido. Leia com atenção o capítulo Bastidores da
Carne & Cia, que explica as toxinas dos alimentos de origem animal,
inclusive a metionina e suas complicações, assim como seus ácidos
dietéticos.
Decisões Informadas
Os alimentos vão promover ou não o equilíbrio ácido-alcalino do
organismo do paciente? Muitos profissionais na área da saúde
frequentemente desconsideram essa problemática. Ao focalizar
apenas nutrientes isolados, acabam prescrevendo alimentos que,
embora contenham proteínas, vitaminas ou minerais, são acidificantes
e prejudiciais.
Alimentos acidificantes
São exemplos de alimentos altamente acidificantes:
▪ de origem animal:
▪ molhos:
Alimentos alcalinizantes
Felizmente, a lista de alimentos alcalinizantes é ainda muito maior
e variada. Veja uma amostra a seguir:
▪ legumes, verduras, tubérculos e raízes:
▪ cereais e leguminosas:
- arroz japonês, arroz selvagem, aveia, lentilha, soja – tofu ou
queijo de soja, e outros;
▪ bebidas:
Em Poucas Palavras...
▪ Há mais de 100 anos atrás, surgia uma luz no horizonte da ciência. É
possível ter saúde: tudo é uma questão de equilíbrio – isto é, um pH
equilibrado e levemente alcalino. A ausência deste equilíbrio ou o
excesso de resíduos ácidos no corpo abre caminho para as doenças.
A-B-C da Proteína
A proteína é tratada como o mais “sagrado” de todos os
nutrientes, a começar pelo próprio nome – vem da palavra grega
protos, que significa “de primeira importância”. Para o Dr. Campbell,
“a história da proteína é parte ciência, parte cultura e com uma boa
dose de mitologia”.119
Na verdade, a proteína surge como a principal preocupação das
pessoas quando aprendem que a alimentação vegetariana é a ideal
para a promoção da saúde, prevenção e cura das doenças. A
primeira ou pergunta mais comum é: “E de onde vou tirar a minha
proteína”? A segunda geralmente é: “E de onde vou tirar o meu
cálcio”? – que será tratada num outro capítulo.
Proteína de “Qualidade”
No século 19, a proteína era sinônimo de carne e ainda hoje é
muito comum a associação de proteína com alimentos de origem
animal, afirma o Dr Campbell.122 Ele continua explicando a
importância dada à carne através da seguinte analogia: o processo
de montagem e desmontagem de cadeias de aminoácidos de
proteína é como a montagem de um colar de contas coloridas – de 8
cores diferentes, simbolizando os 8 aminoácidos essenciais que
devem ser fornecidos por alimentos, e que serão colocados numa
ordem específica.
Quando em sua comida está faltando a quantidade suficiente
desses 8 aminoácidos ou mesmo de um deles, a produção do colar
ou proteína é atrasada ou até mesmo suspensa. Nesse contexto é
que surgiu a ideia de proteína de “qualidade”. Qualidade significa
aqui o fornecimento dos aminoácidos necessários, em número e em
quantidade ideais. Você pode imaginar um tipo de alimento que
forneça os 8 aminoácidos essenciais na quantidade certa, para a
reposição de suas proteínas e da maneira mais eficiente possível? A
resposta correta, diz o Dr. Campbell, é a carne humana!
Na Quantidade Certa
Nenhuma deficiência de gordura ou proteína tem sido
identificada devido ao uso de uma alimentação vegetariana,
assegura o Dr. Esselstyn.128 Você lerá um capítulo específico sobre
gorduras e óleos, mas, inicialmente, algumas noções precisam ficar
bem claras.
Uma alimentação natural e vegetariana contém
aproximadamente 10% de gordura. Este é um nível de gordura bem
abaixo de uma dieta ocidental típica, com no mínimo 37% de
gordura, chegando até 50%. O nível mais baixo de gordura da
alimentação natural fornece toda a gordura que você precisa, sem
prejudicar a saúde do seu coração e organismo em geral.
O mesmo acontece em relação à proteína. A recomendação de
ingestão diária é que 10% de nossa energia venha da proteína, o
equivalente a cerca de 50 gramas. Mas em média, considerando a
alimentação ocidental típica, o consumo tem sido o dobro ou mais
do que essa recomendação – somente um bife médio de 100
gramas contém 30 gramas de proteína. O organismo não é capaz
de metabolizar proteína em excesso, e danos serão causados à
saúde.
Proteína e Câncer
A primeira descoberta impressionante relaciona-se com o
primeiro estágio de formação de câncer ou iniciação. Os seguintes
mecanismos foram observados: o baixo consumo de proteína
diminui drasticamente a atividade enzimática. Como consequência,
menos carcinógenos entram nas células. As células multiplicam-se
mais lentamente e a ligação do carcinógeno com o DNA é
diminuída. Em suma, uma alimentação com baixo nível proteico
gera menos câncer.
Overdose de Proteína
Desde 1985, estudos têm sido registrados em importantes
publicações científicas, como do Instituto Nacional do Câncer, nos
Estados Unidos, inclusive como matérias de capa. Um padrão tem
sido mantido de modo consistente nas diferentes pesquisas – os
nutrientes de alimentos de origem animal aumentam o
desenvolvimento de tumores cancerígenos, enquanto nutrientes de
alimentos de origem vegetal diminuem o desenvolvimento de
tumores.
O consumo de proteína animal não é um assunto qualquer.
Indivíduos têm sofrido uma “overdose de proteína” diariamente. O
excesso de proteína na alimentação está associado com uma série
de doenças e condições médicas – incluindo o câncer, como tratado
acima, a doença cardíaca, osteoporose e fraturas, obesidade,
formação de cálculos, distúrbios digestivos, baixa imunidade,
colesterol elevado, envelhecimento precoce, artrite, disfunção
autoimune e todas as outras condições autoimune, e muitas outras
condições degenerativas e patogênicas.135
A Comida Certa
O Dr. Campbell escreveu que “dos laboratórios da Universidade
Cornell à distante China, a ciência pintou um quadro claro e
consistente: você pode minimizar o risco de contrair doenças fatais
apenas comendo a comida certa”.142
Em Poucas Palavras...
▪ A alimentação vegetariana contém todos os aminoácidos
“essenciais” e “não essenciais” para a formação da proteína que o
seu organismo necessita, na quantidade certa. A deficiência proteica
está fora de questão.
▪ O alto nível de proteína de uma alimentação baseada em
alimentos de origem animal – carnes, ovos, leite e derivados – está
associado à promoção e desenvolvimento do câncer e de outras
doenças crônicas. O excesso de proteína é prejudicial ao seu
organismo.
Escolhendo a Comida
Como se determina a comida certa para um animal? Segundo o
Dr. Graham, a resposta é relativamente simples. Tudo o que você
tem a fazer é oferecer diferentes tipos de alimentos, em seu estado
natural. O animal em questão escolherá, sem dúvida alguma, a
comida certa para ele – ignorando todas as outras opções. Essa
técnica funciona com qualquer criatura, inclusive com o ser humano.
Imagine a situação: coloque uma criança pequena num quarto com
um coelhinho e uma maçã; espere e veja com o que ela tentará
brincar e o que tentará comer.143
Na verdade, sua anatomia, fisiologia, bioquímica, disposição
estética e mesmo psicologia, indicam que você não é programado
para comer carnes, continua o Dr. Graham. Animais que se
alimentam de outros animais, comem carne crua diretamente da
carcaça, e com gosto! Consomem além da carne, músculos, órgãos
e sangue fresco. Você saliva com a idéia de matar um coelho e
comer a carne crua? Só o pensamento de comer uma criatura após
o abate, em seu estado fresco é repulsivo. Certamente você não
gosta de mastigar cartilagens, entranhas, pedaços grossos de
gordura e muito menos nada inteiramente cru.144
Não é por acaso que a visita a abatedouros é proibida, pois não
existe jeito humano de matar um animal – e isso não se harmoniza
com os seus valores de compaixão e bondade. Na realidade, para
que seja possível o consumo das carnes, vários passos devem ser
tomados. Primeiro, você paga alguém para fazer o abate. Então a
carne é disfarçada com a escolha de alguns cortes de músculos e
órgãos. Em seguida ela é cozida, frita ou assada e bem camuflada
com condimentos e molhos. Até o nome é evitado, já que você não
come vaca, porco ou ovelha, mas sim a picanha, presunto, filé
mignon, costela ou vitela.
São dezenas as diferenças entre um animal carnívoro e o ser
humano.145 Uma amostra: em contraste com os animais carnívoros,
o pH ideal do seu organismo é alcalino. Animais carnívoros têm
línguas grossas, todas as outras criaturas têm línguas mais suaves.
As arcadas dentárias são também diferentes. Os seus caninos não
são pontiagudos e afiados como o dos animais que comem carnes,
e seus molares existem justamente para esmagar e moer os
vegetais, que é uma habilidade única dos herbívoros. Os carnívoros
não possuem o movimento horizontal ou lateral da mandíbula como
acontece no seu caso.
Alimentos Parecidos
Todos os alimentos de origem animal fornecem essencialmente
a mesma nutrição e têm, de modo geral, o mesmo impacto negativo
em sua saúde. Não importa se você grelha carne de boi, de frango
ou carneiro; se você faz ovos mexidos, toma leite de vaca ou de
cabra, ou come queijo fresco. O comércio de cada indústria quer
que você veja grandes diferenças, mas todos esses alimentos são
tão parecidos que são praticamente equivalentes em termos
nutricionais. No que se refere às carnes, por exemplo, o Dr.
McDougall diz que “um músculo é um músculo” não importa a
origem.146
1. Metionina
Os aminoácidos à base de enxofre como a metionina são
encontrados em grande quantidade nas carnes de vaca, frango,
peixe, assim como nos ovos e queijo. Esses aminoácidos são os
culpados por uma série de problemas. Seu organismo metaboliza a
metionina em outro aminoácido, um verdadeiro vilão chamado
homocisteína – conhecido fator de risco para o infarto, AVC,
doenças arteriais nas pernas, demência, mal de Alzheimer,
depressão e coágulos de sangue nas veias.
O enxofre, além de alimentar tumores cancerígenos, é tóxico
para os tecidos do intestino e causa a colite severa. A metionina e
outros aminoácidos à base de enxofre, também são metabolizados
em ácido sulfúrico, um dos mais potentes componentes encontrados
na natureza – dissolvem ossos e provocam a formação de pedras à
base de cálcio nos rins.
2. N-óxido de Trimetilamina
A aterosclerose – obstrução de artérias por placas gordurosas, e
o aumento do risco de doenças cardíacas, AVC, infarto e morte
estão associados a um tóxico chamado N-óxido de trimetilamina
(TMAO, sigla em inglês). O TMAO é o produto da oxidação da
trimetilamina (TMA, sigla em inglês).
A Carne Vicia?
Colesterol, gordura, salmonella, E.coli, doença da vaca louca,
febre aftosa… entram e saem da mente das pessoas, no entanto o
consumo das carnes e derivados sempre continua! No livro Breaking
the Food Seduction [Quebrando a Sedução dos Alimentos], o Dr.
Barnard explica o que está por trás de tanto entusiasmo em relação
às carnes.156
As Carnes Processadas
Você lerá adiante um capítulo sobre os alimentos processados.
Mas por agora, você precisa conhecer o perigo das carnes
processadas ou preservadas. Fazem parte deste grupo as carnes
salgadas, curadas, defumadas e as que são tratadas com
conservantes químicos.
As carnes processadas incluem os chamados embutidos –
hambúrguer, salsicha, nugget, linguiça, salame, almôndega e carne
enlatada. Também faz parte da lista, o bacon ou toucinho, patês e
frios em geral, como o presunto, mortadela, peito de peru,
apresuntado e rosbife.
Os Danos do Mercúrio
Ao comer peixe ou ao tomar cápsulas de óleo de peixe, você se
expõe ao mercúrio, um dos mais sérios resultados da poluição
industrial. Durante 100 anos, ao longo do século 20, a poluição das
águas pelo mercúrio mais do que dobrou, apontam as pesquisas.188
O mercúrio inorgânico é lançado nos rios, correntes e oceanos e
então, devido à ação microbiana, é convertido em sua forma mais
tóxica: o mercúrio orgânico ou metilmercúrio. Os seres aquáticos
absorvem o metilmercúrio através da água e de sua alimentação –
que se acumula em seus tecidos.
Embora seja um problema encontrado em todos os peixes, o
metilmercúrio torna-se cada vez mais concentrado ou em
quantidades mais elevadas em peixes no topo da cadeia alimentar,
como o atum, salmão, sardinha, pois se alimentam de outros
peixes.189
Ômega 3
As gorduras poli-insaturadas ômega 3 e ômega 6 são chamadas
essenciais porque você precisa delas, mas não consegue produzi-
las em seu corpo. Isso significa que devem ser obtidas através de
alimentos. Essas gorduras ou ácidos graxos têm funções
importantes no seu organismo, como a formação de membranas
das células e a sintetização de hormônios.
Peixe de Cativeiro
Pela primeira vez na História, a produção de peixes e outros
frutos do mar em cativeiro ultrapassou a de carne bovina, a nível
mundial. De acordo com o Instituto de Políticas da Terra, em 2012,
foram 66,5 milhões de toneladas de frutos do mar contra 63 milhões
de toneladas de carne vermelha. No Brasil, no entanto, o consumo
anual de peixe ainda permanece pequeno: a média individual é de 8
quilos de peixe contra quase 38 quilos de carne vermelha.197
A criação de peixes em cativeiro enfrenta problemas como a
dependência total de rações de boa qualidade, uso de hormônios,
antibióticos e vacinas. Outros desafios são as doenças, parasitas,
fungos, bactérias e toxinas concentradas, devido sobretudo, à
qualidade da água e manejo inadequado do ambiente. No que se
refere às rações, outra preocupação é o excesso de proteína animal
em sua composição, pois chegam a apresentar índices de mais de
40%. No caso da tilápia, por exemplo, após a extração do filé,
absolutamente tudo é aproveitado, e acaba virando ração para
peixes, inclusive os subprodutos das vacas.198
O Peixe e as Doenças
A relação entre o consumo de peixe e a alta incidência de
diabetes tipo 2, foi abordada pelo Dr. Fuhrman a partir de dezenas
de pesquisas. Em um estudo realizado durante 18 anos, os
pesquisadores constataram que o risco de desenvolvimento da
diabetes cresce com o aumento do consumo do peixe. Isto se deve
à gordura, excesso de proteína e toxinas, como o mercúrio, dioxina
e os PCBs – presentes na carne de peixe.201
Além do mercúrio, uma outra importante toxina é a dioxina.
Estudos comprovam que os peixes contêm maior concentração de
dioxina do que produtos como ovos e leite. Essa contaminação
atinge peixes de criação e de água salgada.202
As dioxinas são subprodutos não intencionais de diversos
processos industriais, que utilizam ou queimam cloro na presença
de materiais orgânicos – como a incineração de lixo hospitalar e
doméstico e as queimadas desregradas. Outras fontes incluem a
utilização de cloro na produção de resina plástica ou policloreto de
polivinila (PVC, sigla em inglês) e fábricas de celulose que usam
cloro para clarear a matéria-prima.203
Orientação Médica
Com base em todos os estudos mencionados em seu livro, o Dr.
Fuhrman afirma de maneira enfática, “Quero tornar claro que não
há, de maneira alguma, benefício significativo em incluir peixe em
sua dieta”. Essa orientação torna-se um alerta enfático aos
portadores ou indivíduos em grupo de risco de diabetes, doenças
cardíacas, pressão arterial alta e obesidade.208 “O peixe não pode
ser considerado um alimento saudável”,209 muito pelo contrário, é “o
mais contaminado de todos os alimentos”, completa o Dr.
Barnard.210
Em Poucas Palavras...
▪ O peixe também apresenta altos teores de proteína, gordura,
colesterol, toxinas e ácidos dietéticos, como as outras carnes.
Juntam-se à lista, a contaminação do mercúrio, os sérios problemas
da criação de peixes em cativeiro, o uso de hormônios e
antibióticos, doenças e uma série de questões ambientais. Por estas
razões, o rótulo de alimento saudável vai parar no fundo do mar, do
rio ou do tanque!
Combustível Errado
Assim como no caso de um automóvel, seu corpo precisa do
“combustível” adequado, não somente para funcionar, mas para
funcionar bem. O corpo humano foi programado para ser “movido a
carboidratos” – sua preferida fonte de energia, ressaltam os Drs.
Pulde e Lederman.213
Quando o seu corpo não recebe o suprimento adequado de
carboidratos, vai então para outras fontes menos eficientes, como
gorduras e proteínas. Esses dois tipos de energia, que deveriam ser
preservados para situações de emergência, têm se tornado a base
ou fontes primárias de energia da dieta típica ocidental, gerando
trágicas consequências para a saúde.
Assim, quando os carboidratos – que formam a glicose, não são
consumidos em quantidade adequada, o fígado usa os depósitos de
gordura como fonte de energia. Este estado é chamado de cetose.
Pode até parecer interessante essa queima de gordura, mas não é.
O processo da cetose está na base das dietas que restrigem a
ingestão de carboidratos e priorizam o consumo de gorduras e
proteínas. Você verá mais detalhes sobre esse assunto no próximo
capítulo, Mostrando a Barriga de Trigo.
1. Carboidratos Simples
A Fonte Certa
Os Drs. Pulde e Lederman aconselham: não se preocupe em
memorizar toda essa classificação e inclua muitos carboidratos em
sua alimentação – escolha todo e qualquer carboidrato de origem
vegetal, em sua forma natural e integral: grãos integrais, legumes,
vegetais e frutas.219
Um bom e variado consumo de cereais integrais e leguminosas
como arroz, milho, aveia, trigo, cevada, feijões, lentilha, ervilha e
grão-de-bico; de vegetais ricos em amido como tomate, batata,
batata doce, abóbora, cenoura, couve-flor, inhame, mandioca e
frutas em geral, garantirá um equilíbrio entre carboidratos simples e
complexos. Juntamente com proteínas, vitaminas, minerais, fibras e
gorduras na quantidade certa – sem a ingestão de calorias vazias e
gorduras desnecessárias, você estará usufruindo os benefícios da
alimentação ideal.
Satisfaz o Apetite
Os alimentos ricos em amido satisfazem o apetite e, juntamente
com os demais vegetais, cereais e frutas vão manter o seu corpo
em forma e com excelente saúde, afirma o Dr. McDougall.223 Para
cada grama, o queijo e carne contêm 4 calorias cada, os óleos
vegetais 9 e os amidos apenas 1. Os amidos ajudam você a se
sentir completo e satisfeito com muito menos calorias.
Em Poucas Palavras...
▪ A fonte de energia preferida do corpo humano é o carboidrato. As
gorduras e proteínas são fontes menos eficientes. Uma alimentação
rica em carboidratos e com baixo teor de gordura está associada
com o aumento de saciedade e menor incidência de obesidade.
Plano em Ação
Muitos médicos e autores, motivados por interesses financeiros,
também embarcaram na onda low carb ou com poucos carboidratos,
e criaram suas próprias dietas, livros e produtos. Para que autores
como William Davis e David Perlmutter, por exemplo, conseguissem
levar avante a gigantesca missão de seduzir pessoas inteligentes,
tiveram que (1) ignorar um grande “volume” de ciência; (2) exagerar
verdades e (3) basear-se em conclusões erradas e falsas
associações.
1. Ignorando a Ciência
Dietas low carb contribuem para um risco maior de doenças e
morte. Com a promessa de se conquistar saúde e o peso ideal são,
na verdade, uma das soluções mais lucrativas e ao mesmo tempo
mais perigosas. Embora recheadas de ideias bem atrativas para o
público em geral, conflitam com a ciência. Artigos em publicações
científicas como Annals of Internal Medicine [Anais de Medicina
Interna] de 2010, British Medical Journal [Periódico Britânico de
Medicina] de 2012, e Public Library of Science [Biblioteca Pública de
Ciências] de 2013,237 por exemplo, atestam que uma alimentação
baseada em alimentos de origem animal e com pouco carboidrato
está associada a um maior índice de mortalidade por doenças
cardiovasculares e demais doenças.
2. Exagerando a Verdade sobre Inflamação
Emagrece ou Não?
A epidemia de obesidade e a crise na saúde em geral são, na
realidade, dois lados de uma mesma moeda. Você não pode
resolver um sem resolver o outro. Isto é válido individualmente e
para a sociedade como um todo. A obesidade é um sintoma, assim
como a constipação, hipertensão, artérias obstruídas e centenas de
outros.
Enxergando os Fatos
Num esforço para compensar importantes deficiências
nutricionais, como fibra dietética, vitamina C e milhares de outros
fitoquímicos encontrados apenas em vegetais, dietas com poucos
carboidratos adicionam alguns vegetais pobres em amido – como
brócolis, pimentão, abobrinha e folhas verdes. Mas você deve se
lembrar que os carboidratos são encontrados apenas nos vegetais.
Assim uma dieta com poucos carboidratos é, em termos práticos,
sinônimo de carnes, ovos e laticínios – acompanhados por uma
generosa quantidade de óleos vegetais.
Afastar pessoas do consumo de componentes saudáveis de
nossa dieta – como grãos e outros vegetais ricos em amido, e
levando-as a consumir alimentos prejudiciais, tem tornado a
situação cada vez mais complicada. As pessoas estão
desesperadas por uma solução dos seus problemas de saúde e
sobrepeso, e por isso são facilmente enganadas – especialmente
quando ouvem que costelas e queijo fazem bem. Isso porque é
sempre agradável ouvir boas notícias sobre maus hábitos.
Além de aumentar a popularidade de dietas com poucos
carboidratos, livros como Barriga de Trigo, A Dieta da Mente ou O
Perigo do Glúten também aumentam o lucro dos frigoríficos,
indústrias de carnes, laticínios e outras. Embora esses grandes
negócios invistam verdadeiras fortunas fazendo propaganda de “sua
ciência” e influenciando normas e diretrizes de nutrição e saúde, os
fatos são fáceis de entender: grandes populações de indivíduos
magros e saudáveis através da história, têm obtido suas calorias de
grãos e vegetais ricos em amidos. Um fato é certo, não se recupera
uma saúde perdida com livros de modismos nutricionais.
Em Poucas Palavras...
▪ A batalha contra o glúten é parte de uma guerra antiga contra os
carboidratos (vegetais) e uma alimentação natural e vegetariana,
com baixo teor de gordura. A verdade é que os carboidratos e o
glúten não são os culpados pela obesidade e dezenas de doenças
crônicas que afetam o ser humano.
▪ Sem o glúten e carboidratos, a energia necessária para o dia a dia
vem dos produtos de origem animal e óleos vegetais. Só que essa
energia vem acompanhada de doenças e acarreta a perda de
nutrientes valiosos dos carboidratos em geral – que mesmo os
celíacos poderiam usufruir.
Tipos de Gordura
As gorduras são um conjunto de moléculas constituídas
sobretudo por átomos de carbono e de hidrogênio. O que difere uma
das outras é, basicamente, a proporção entre os dois. Entender os
tipos de gordura e suas respectivas características é crucial para a
tomada de decisões quanto ao que consumir e ao que evitar. Jeff
Novick, nutricionista e conhecido palestrante internacional, explica
cada um desses tipos.256 Na natureza você encontra 3 tipos de
gordura, também chamadas de ácidos graxos:
1. Saturada
2. Trans
A gordura trans é um subproduto do processo de hidrogenação.
Quando o processo é feito parcialmente, parte dos átomos de
carbono e hidrogênio são “curvados e torcidos”, alterando sua
posição. Gorduras insaturadas viram trans-saturadas, daí vem o
nome trans.
▪ gordura;
▪ gordura vegetal;
▪ gordura vegetal de soja;
▪ gordura hidrogenada;
▪ gordura parcialmente hidrogenada;
▪ creme vegetal;
▪ margarina;
▪ margarina vegetal;
▪ composto lácteo com gordura vegetal;
Óleos Vegetais
Todos os óleos refinados – incluindo o de coco, linhaça, oliva,
amêndoa e outros anunciados como “puros” e “especiais”, devido
suas fontes ou métodos de processamento, são essencialmente
calorias vazias, e não servem para o consumo. Estão na mesma
situação que outros óleos não tão “nobres”, como o de milho, soja
ou canola. Todos são produtos industrializados que perderam o
entorno equilibrado de proteínas, carboidratos, vitaminas, minerais,
fibras e outros milhares de elementos químicos, apenas
encontrados nos vegetais em sua forma natural.258-259
Produção do Óleo
A Dieta Mediterrânea
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco, sigla em inglês), reconheceu a Dieta
Mediterrânea como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da
Itália, Grécia, Espanha e Marrocos, em novembro de 2010. No dia 4
de dezembro de 2013, foram integrados à lista Portugal (cidade de
Tavira), Croácia e Chipre. Com certeza você já leu ou ouviu falar dos
benefícios da dieta mediterrânea. Esta dieta é associada a uma alta
expectativa de vida e baixos índices de doenças cardiovasculares e
câncer.
Conclusões Corretas
Vários estudos hoje mostram os componentes benéficos da
dieta mediterrânea,268 como explica o Dr. Michael Klaper. Algumas
conclusões desses estudos são:
O Óleo de Oliva
Na tentativa de evitar alimentos gordurosos e prejudiciais à
saúde, muitos tentam transformar o óleo de oliva em uma exceção,
escreve o Dr. Barnard em seu livro Dr. Neal Barnard’s Program for
Reverting Diabetes [O Programa do Dr. Barnard para a Reversão da
Diabetes].273 Mas continua dizendo que se você pensar bem, depois
que azeitonas são prensadas, e toda a fibra, polpa e nutrientes
descartados, o que acaba sobrando em sua mão é realmente pura
gordura.
O óleo de oliva, assim como todos os outros óleos vegetais e a
própria gordura animal, apresenta uma densidade calórica
extremamente alta – 9 calorias por grama.274 Veja a composição
nutricional do óleo de oliva:
Fitoesteróis
Os fitoesteróis existentes numa colher de óleo de oliva também
estão presentes em 1/2 copo de alface. O alface contém ainda uma
gama adicional de nutrientes e apenas 1/10 das calorias do óleo de
oliva. Os fitoesteróis também são abundantes em muitas frutas e
vegetais como: maçã, uva, pera, brócolis e repolho.277
“Minha alimentação é vegetariana e ainda estou com sobrepeso”
– O Dr. McDougall relata que ouve esse tipo de comentário
diariamente em sua prática médica. Em todos os casos, o problema
está no consumo do óleo de oliva ou de outros óleos refinados ou
industrializados. Deixar o uso de óleos vegetais, tem sido o último
obstáculo dos indivíduos em busca da saúde. E incentiva: “Dê o
último passo e diga não a todos os óleos em frascos e vidros
comercializados em litros por aí”.278
Ômega 3 e Ômega 6
Há alguns poucos elementos básicos que o corpo humano não
consegue sintetizar ou produzir, precisando ser obtidos através dos
alimentos: são 11 vitaminas, 8 aminoácidos e 2 tipos de gorduras.
Felizmente, com exceção de 2 vitaminas – vitamina D, produzida a
partir da exposição à luz solar, e vitamina B12, sintetizada por
bactérias, todos esses nutrientes essenciais são produzidos por
vegetais e são encontrados em quantidades abundantes numa
alimentação composta por frutas, grãos integrais e vegetais em
geral.
Com relação às gorduras, apenas os vegetais podem produzir
as gorduras ômega 3 e ômega 6, por isso são chamadas de
gorduras essenciais. Os seres humanos, assim como todos os
outros animais, precisam obter essas gorduras essenciais
diretamente dos vegetais ou comendo animais que comeram
plantas e armazenaram essas gorduras em seus tecidos. Por
exemplo, os peixes armazenam a gordura ômega 3 produzidas por
algas – peixes não conseguem sintetizar ou produzir este tipo de
gordura, explica o Dr. McDougall.279
Deficiência Desconhecida
Em termos práticos, a condição de “deficiência de ácidos graxos
essenciais” é basicamente desconhecida, afirma o Dr. McDougall.280
O ômega 6 ou ácido graxo linoleico é abundante em todo reino
vegetal e o ômega 3 ou ácido graxo alfa-linolênico tem como fonte
primária os vegetais de folhas verdes, embora a linhaça e nozes
sejam fontes muito ricas.
Um fato importante a ser considerado é que o consumo diário
adequado dessas gorduras é muito pequeno: para mulheres, 1.1
gramas, e para os homens, 1.6 gramas. Considere os alimentos e
quantidade de ômega 3 abaixo.
Alimento, Ômega 3, em
100 g mg
Salmão 1,3
Atum 0,5
Soja 0,4
Castanhas 0,3
Couve 0,2
Linhaça, 25 g 3,2
Nozes, 25 g 2,6
*Todos os vegetais de folhas verdes e frutas de baga - carnudas
com sementes soltas, também contêm a gordura ômega 3
Na Proporção Certa
Moral da História
O aumento de peso é algo esperado com o consumo de
alimentos ricos em gordura, ou com gordura adicionada na forma de
óleos vegetais, afirma o Dr. McDougall. Mesmo os alimentos de
origem vegetal ricos em gordura devem ser controlados, pois
também são muito calóricos. O consumo de alimentos como
castanhas em geral, azeitonas e abacates deve ser restrito,
principalmente se você está controlando o seu peso.
Óleo é Óleo
A fonte, na verdade, não faz diferença – soja, milho, azeitona,
linhaça, coco ou qualquer outra. Óleo é óleo – e todo óleo extraído
de vegetais é prejudicial à sua saúde, afirmam os Drs. Pulde e
Lederman.287 Concluem afirmando que toda gordura que o seu
organismo necessita, já está embutida e em perfeito equilíbrio com
outros nutrientes em todos os legumes, verduras, frutas e grãos
integrais. Você não precisa adicionar nenhuma quantidade de óleo
industrializado em sua alimentação.
Em Poucas Palavras...
▪ Os 3 tipos de gorduras encontrados na natureza estão num
mesmo nível bem perigoso: a saturada, como a presente nos
alimentos de origem animal e manteiga de cacau; a
monoinsaturada, como a do óleo de oliva, e a poli-insaturada, dos
ômegas, estão associadas com sérios problemas de saúde.
O A-B-C do Cálcio
Resolvido o drama da suposta deficiência de proteína pelo não
consumo de alimentos de origem animal, perguntas podem surgir
em sua mente sobre outros nutrientes. A próxima pergunta mais
comum é: “De onde vou tirar o meu cálcio”? ou “Não preciso de leite
e queijo para obter o cálcio necessário para atender minhas
necessidades nutricionais”?
Pesquisas Científicas
Uma abrangente revisão de literatura científica296 sobre dietas
consumidas ao redor do mundo mostra a não existência de doenças
relacionadas com a deficiência de cálcio. Praticamente todos os
casos de raquitismo, visto apenas em crianças, resultam de uma
quantidade inadequada de vitamina D, por falta de exposição à luz
solar. O raquitismo por insuficiência de cálcio, ou raquitismo
nutricional, é extremamente raro, e mesmo nesses casos, o exato
papel do cálcio é ainda desconhecido.
Mesmo no caso de crianças, contrário à propaganda da indústria
de laticínios, a literatura científica tem claramente documentado que
uma ingestão extra de cálcio dietético não forma ossos fortes. Numa
revisão de 57 estudos, 57% não registraram benefício no uso de
laticínios, 29% mostraram algum benefício e 14% constataram que o
consumo de laticínios é de fato prejudicial aos ossos. Essa revisão
incluiu 7 estudos considerados extremamente confiáveis, dos quais
6 deles foram financiados pela indústria leiteira. E mesmo assim,
não conseguiram o resultado que esperavam a favor do leite e
derivados.
Suplementos de Cálcio
A ingestão de cálcio como elemento isolado e concentrado
causa desequilíbrio no organismo, e não oferece significativo
benefício na redução de risco de fraturas; inclusive, pode até
aumentar tal risco.298 Na verdade, explica o Dr. McDougall, qualquer
mínimo benefício que o suplemento de cálcio forneça, é resultado
dos efeitos alcalinizantes do suplemento. Antiácidos são compostos
de carbonato de cálcio e são comumente ingeridos para a saúde
dos ossos. Não é o cálcio que beneficia os ossos, mas sim o efeito
alcalinizante do carbonato, que neutraliza a acidez resultante do
consumo de carne vermelha, frango, peixe ou laticínios.
Se não fosse pelo antiácido, os ossos teriam que abrir mão de
seu carbonato e outros agentes neutralizantes, gerando uma futura
perda óssea. Outros antiácidos como bicarbonato de sódio,
bicarbonato de potássio ou hidróxido de alumínio, oferecem
benefício similar, ao neutralizarem ácidos dietéticos e prevenindo a
perda óssea, mesmo não contendo qualquer cálcio.299
Além do Cálcio
Se os ossos fossem apenas “varas” de cálcio, eles seriam como
giz – o que não são. Os ossos, explicam a Dra. Lanou e Castleman,
são células vivas que permanecem imóveis numa matriz de
colágeno rica em proteína, cujos espaços como os de uma esponja
são preenchidos de compostos de cálcio cristalizados e de outros
minerais endurecidos. Se a densidade mineral óssea medisse
apenas o cálcio, seria chamada densidade de cálcio dos ossos.
Contudo, ela mede todos os minerais dos ossos.302
Esse conjunto de minerais inclui:
Em Poucas Palavras...
▪ A exemplo da proteína, os vegetais também são a fonte primária
de cálcio e de outros minerais necessários para a formação de
ossos fortes para os seres humanos e os grandes animais
herbívoros.
▪ A questão-chave não é aumentar a ingestão de cálcio através do
leite e derivados ou suplementos, mas sim reter o cálcio no
organismo. O consumo de qualquer proteína animal, principalmente
a dos laticínios, retira o cálcio dos ossos para o equilíbrio ácido-
alcalino do organismo.
▪ Menos de 1/3 do cálcio dos laticínios é absorvido pelo organismo.
Em comparação, o organismo absorve cerca de 1/2 a 2/3 do cálcio
das folhas verde-escuras. Uma alimentação vegetariana, por ser
alcalinizante, favorece a retenção do cálcio no organismo. Além
disso, pesquisas têm mostrado que o aumento do consumo de
frutas e vegetais aumenta a densidade mineral óssea.
▪ As dietas baseadas em alimentos cárneos e laticínios são
associadas aos mais altos índices de osteoporose. Esse tipo de
alimentação, embora apresente altos teores de cálcio, provoca a
perda deste e de outros minerais ósseos, que são usados como
neutralizadores de resíduos ácidos.
14 - Não Chore pelo Leite Derramado!
Os laticínios são considerados alimentos saudáveis,
o que é um lamentável mito.
T. Colin Campbell, PhD. (*1934)
O que é o Leite?
Em seu livro Leite: Alimento ou Veneno? o Dr. Cohen define o
leite como “uma secreção lactante maternal, um nutriente de curto
prazo para recém-nascidos. Nada mais, nada menos”.306 A vaca
produz leite por uma única razão: para alimentar seu bezerro. A mãe
humana produz leite para o seu bebê, e assim em cada espécie.
Também explica que o leite foi criado para que o recém-nascido
possa receber nutrientes, principalmente hormônios, para regular o
seu considerável crescimento.
Um bebê humano dobra de peso em 6 meses. Já um bezerro
ganha cerca de 200 quilos e se transforma num boi nesse mesmo
período de um semestre. O leite é um sistema de transmissão de
hormônios. É um alimento apropriado para bebês que precisam
ganhar peso “bem rápido”.
Esses hormônios não são apropriados para adultos, ressalta o
Dr. Cohen. “Quem toma leite inunda o organismo com um líquido
branco que contém gordura, colesterol e hormônios”. Nos adultos,
os hormônios não têm condições de estimular o crescimento, sendo
bem prejudiciais.307
O Leite e o Desmame
As fêmeas amamentam seus filhos “até que tripliquem seu peso,
o que nos seres humanos ocorre por volta de 1 ano de idade”. Em
nenhuma outra espécie de mamíferos, a não ser a humana e na
felina domesticada em zoológicos, “o consumo de leite continua
após o desmame”, explica o Dr. Oski no livro Don’t Drink Your Milk
[Não Tome Seu Leite].308
O Alimento Perfeito
No livro Entendendo a Importância do Processo Alimentar, a
Dra. Denise Carreiro afirma que o mais perfeito alimento é o leite – o
materno, é claro. É um líquido rico em proteínas, carboidratos,
minerais, vitaminas (como a vitamina A), enzimas, imunoglobinas,
aminoácidos essenciais, leucócitos, gorduras e anticorpos. Um
alimento que protege o bebê contra várias doenças, infecções e
alergias. É também rico em ácidos graxos, importantes para o
desenvolvimento cerebral. O principal açúcar do leite materno é a
lactose, entre outros mais de trinta açúcares.316
O que mais diferencia o leite bovino do humano é a composição
de proteínas e o desequilíbrio de minerais, continua explicando a
Dra. Carreiro. No leite humano, 80% do conteúdo proteico é de
lactoalbumina; no leite de vaca esta mesma proporção é de caseína.
A relação proteína do soro/caseína do leite bovino é de 20/80. No
leite humano é de 80/20, o que facilita a digestão do leite
humano.317
O leite bovino tem uma quantidade de cálcio três vezes maior
que o leite humano. Mas por não apresentar o equilíbrio necessário
entre os outros minerais, uma real utilização do cálcio deixa de
existir. Esse desequilíbrio prejudica assim sua absorção.
Tal problema não acontece com o leite humano, cuja quantidade
e proporção de cálcio e dos demais minerais como magnésio, boro,
manganês, facilitam a absorção e evitam microcalcificações. Os
alimentos vegetais, que são boas fontes de cálcio, tem uma
proporção parecida com a do leite humano – facilitando sua
absorção.318 O leite bovino ainda possui três vezes mais proteína
que o leite humano, sendo por isso chamado por muitos médicos e
pesquisadores de “carne líquida”, afirma a Dra. Carreiro.319
Antibióticos
Os antibióticos, juntamente com os pesticidas, são os mais
frequentes contaminantes no leite bovino. Existem hoje 80
antibióticos aprovados para uso em fazendas de criação comercial,
dos quais 30 deles são exclusivos para as vacas leiteiras. No
entanto, o suprimento de leite é testado para apenas os 4
antibióticos mais comuns.
Pesticidas
Existem hoje 16.000 diferentes pesticidas registrados nos
Estados Unidos, mas outros milhares circulam ilegalmente ao redor
do mundo. São usados não apenas em lavouras, mas em florestas,
pastos, parques, áreas verdes de escolas, indústrias e residências.
Os pesticidas encontram seu caminho na cadeia alimentar e
acumulam-se, de maneira concentrada, na carne dos animais e
seus derivados. O Dr. Keon apresenta uma considerável lista de
pesticidas encontrados em laticínios como o leite, queijos, manteiga,
sorvetes e cremes.
Hormônios
Contaminação Bacteriana
Alumínio
A contaminação com o alumínio tem sido associada com a perda
de memória, demência, mal de Parkinson, esclerose lateral
amiotrófica (ELA), mal de Alzheimer e doenças ósseas. O alumínio
tem sido detectado no leite bovino e derivados como o queijo e
cremes. Um estudo publicado no Journal of Pediatric
Gastroenterology and Nutrution [Periódico de Gastroenterologia
Pediátrica e Nutrição] alerta sobre a presença do alumínio no leite
de vaca e em fórmulas infantis.
Solvente de Limpeza a Seco
Na verdade, não há nada “seco” na limpeza a seco. O processo
usa um solvente extremamente tóxico conhecido como “perc.” Como
outras toxinas, o perc abriu caminho dentro da cadeia alimentar e
também tem sido encontrado no leite bovino.
Substâncias Radioativas
Raiva
Não são raros os casos do consumo de leite de vacas com raiva
que foram ordenhadas antes de sua morte.
Outros Contaminantes
Substâncias variadas têm encontrado caminho para a cadeia
alimentar, sendo encontradas nos laticínios – de retardadores de
chama a combustível de foguetes. O combustível de foguetes
“perclorato”, por exemplo, será regulamentado para que apresente
uma concentração e níveis “toleráveis” no leite de vaca, lamenta o
Dr. Keon.
Pasteurização
E a Inspeção do Leite?
A Embrapa publicou os dados relativos à inspeção do leite
bovino no Brasil, no período dos anos 2000 a 2010. De cada 100
litros extraídos, o número de litros submetidos a algum tipo de
inspeção variou de 61 a 69 litros. Em 2010, foram extraídos no
Brasil 30.483.292.000 litros. Mas 9.516.564.000 foram consumidos
em forma de leite ou processados nas favoritas formas de derivados
sem qualquer tipo de inspeção333 – quase 10 bilhões de litros
seguiram diretamente da usina ao consumidor!
Mais Complicações
Além das doenças já mencionadas no item dos “Contaminantes
do Leite”, o Dr. Barnard338 alerta para os malefícios da proteína dos
laticínios. Ele explica que essas proteínas estão associadas à
diabetes tipo 1 e aceleram a perda gradual da função renal, que
pode ocorrer no caso da diabetes. Lembre-se que a proteína de
origem vegetal não causa esse tipo de problema.
Indivíduos que sofrem de enxaqueca, muito frequentemente
relatam considerável melhora quando evitam certos alimentos, e os
laticínios estão sempre no topo da lista. O mesmo tem acontecido
do caso da artrite reumatóide e fribromialgia. O problema não é
devido à gordura ou lactose, pelo menos nessas situações. A
proteína dos laticínios é a causa principal, esclarece o Dr. Barnard.
Os Drs. Pulde e Lederman também ressaltam a direta relação do
leite com danos ao sistema respiratório, resultando em alergias,
asma, sinusite, inflamações de ouvidos, resfriados e corisa.339
A relação entre a lactose e o câncer de ovário é ressaltada pelo
Dr. Fuhrman, que cita o famoso estudo Nurses’ Health Study
[Estudo da Sáude de Enfermeiras], do qual participaram mais de
80.000 mulheres. Constatou-
se que mulheres que consumiram mais lactose – uma ou mais
porções de laticínios por dia, tiveram um risco de desenvolver
câncer de ovário 44% maior do que as que consumiram uma menor
quantidade – três ou menos porções por mês.340
E agora?
Não é difícil tomar uma decisão inteligente e fundamentada em
dados de pesquisa médica em relação ao consumo do leite e
derivados – as evidências são plenas. O Dr. Barnard enfatiza que na
dieta ocidental típica, a maior fonte de gordura saturada são os
laticínios – queijo, sorvete, manteiga e leite. As carnes ficam em
segundo lugar.
Em Poucas Palavras...
▪ Em nenhuma outra espécie de mamíferos, a não ser a humana e
na felina domesticada em zoológicos, o consumo de leite continua
após o desmame.
Coalho Suíno?
O coalho não deve ser confundido com a coalhada. O coalho é
formado por proteinases ou enzimas que são responsáveis pela
quebra da proteína (caseína) do leite para a formação do gel da
coalhada, na fabricação do queijo. De acordo com o Instituto de
Laticínios Cândido Tostes, 6 enzimas são capazes de coagular o
leite, sendo usadas comercialmente na fabricação do queijo.
Caseína e Casomorfinas
O leite de vaca, assim como o leite de outras espécies animais,
é formado basicamente por uma proteína chamada caseína.
Quando as cadeias de caseína são quebradas durante a digestão,
uma gama considerável de opiatos chamados casomorfinas é
liberada.
Aditivos e Ingredientes
A noção de que os queijos contêm apenas leite, é totalmente
equivocada. A legislação atual354 autoriza o uso de uma série de
ingredientes e aditivos alimentares na fabricação dos diferentes
tipos de queijo. Dentre os ingredientes autorizados, podem ser
encontrados: creme de leite, manteiga, gordura, queijo processado,
queijo em pó, leite em pó, outros sólidos de gordura láctea,
especiarias, condimentos, amidos, amidos modificados e gases
inertes.
Também é admitida uma grande lista de aditivos. Veja abaixo
alguns exemplos:
O Sódio
A OMS, no início do ano de 2013, divulgou novas orientações
para que adultos consumam menos sal na dieta diária.
Anteriormente, a recomendação era de 2 gramas de sódio, e agora
é de “menos de” 2 gramas o que equivale a menos de 1 colher de
chá rasa de sal por dia.
O queijo apresenta um alto teor de sódio, tanto devido ao próprio
leite bovino em si, quanto pela quantidade adicionada durante o
processo de produção. Um estudo da Anvisa analisou recentemente
os teores de sódio nos queijos.
Como esperado, o queijo parmesão disparou na ponta com
3.052 mg ou 3 gramas de sódio para 100 g do produto. O queijo
minas frescal, aparentemente inocente, também destaca-se como
“vilão”, com uma concentração média de 505 mg por uma porção.355
Queijo e Saúde
Problemas de saúde e preocupações apresentados nos
capítulos E o Meu Cálcio? e Não Chore pelo Leite Derramado!
também estão associados ao consumo de queijo. Veja mais
algumas informações:
Perda de Peso
E o Cálcio?
Você não precisa do cálcio do leite e seus derivados, como tem
sido amplamente demonstrado no Japão, China, partes da África e
em várias outras partes do mundo onde não são tradicionalmente
consumidos. Na realidade, os maiores índices de fraturas e
osteoporose estão justamente nas áreas de maior consumo dos
laticínios, juntamente com uma maior incidência de doenças
cardíacas degenerativas.359
Em Poucas Palavras...
▪ O queijo é a razão número 1 que explica a existência dos
chamados ovolactovegetarianos. 70% das calorias do queijo vêm
simplesmente da gordura do leite, e tem mais colesterol que um
bife. Do coalho usado ao produto final – fresco ou maturado, a lista
de problemas e preocupações é grande.
▪ estresse;
▪ toxinas do ambiente, como flúor, pesticidas, herbicidas e
drogas ilegais;
▪ raio X;
▪ poluição ambiental e gases de escapamentos de veículos;
Aditivos Alimentares
Categoria Função Exemplos
Aumenta a acidez ou dá Ácido cítrico,
Acidulante
sabor ácido Acído lático
Dá ou reforça o aroma Aroma artificial, natural,
Aromatizante
e/ou sabor idêntico a...
Retarda a alteração
Antioxidante BHA, BHT
oxidativa
Impede ou diminui a
Antiumectante Carbonato de cálcio
umidade
Impede ou retarda Ácido benzoico, nitrato
Conservante
alterações de sódio
Dá, intensifica ou restaura a
Corante Artificiais e naturais
cor
Edulcorante Confere o sabor doce Sacarina
Forma uma mistura
Emulsificante Carbonato de cálcio
homogênea
Goma guar,
Espessante Aumenta a viscosidade
goma xantana
Mantém propriedades Citrato de sódio,
Estabilizante
físicas Cloreto de cálcio
Aumenta o volume da
Fermento Químico Bicarbonato de sódio
massa
Dá textura por meio da Dioctil sulfosuccinato ou
Gelificante
formação de gel sódio
Altera ou controla a Carbonato de potássio ou
Regulador de Acidez
acidez sódio
Protege contra a perda de Glicerol,
Umectante
umidade Lactato de sódio
Glutamato Monossódico
As papilas gustativas ou linguais determinam o reconhecimento
de 4 sabores clássicos: o doce, o salgado, o amargo e o azedo. Um
quinto sabor – o glutamato monossódico, foi identificado pelo
químico japonês Kikunae Ikeda em 1908.367 Em 1909, Ikeda
registrou a patente do produto como “glutamato monossódico” e um
empresário japonês fundou a empresa “Ajinomoto” para
comercializá-lo.
Excitotoxinas
▪ 5’ – inosinato dissódico
▪ 5’ – rivonucleotídeo dissódico
Nomes de ingredientes e aditivos que frequentemente contêm
glutamato monossódico:
▪ sopas prontas;
Aspartame
O aspartame é um edulcorante artificial ou adoçante dietético
que apresenta um potencial adoçante 200 vezes maior que o açúcar
comum. Contém componentes primários – como fenilalanina, ácido
aspártico e metanol, e múltiplos subprodutos que aumentam a
produção de radicais livres.378
▪ adoçantes artificiais;
▪ sorvetes diet;
▪ pudins e gelatinas;
▪ chicletes e balas;
▪ compotas de frutas;
▪ vitaminas para crianças.
Alimentos Extrusados
O nome é bem estranho, mas a extrusão é um dos processos
industriais mais comuns na área de alimentos. Os alimentos
extrusados são extremamente diversificados: de biscoitos e
bolachas a cereais matinais e salgadinhos de pacote, da proteína de
soja texturizada e alimentos pré-cozidos a produtos de confeitaria e
alimentos instantâneos – de todos os tamanhos, formatos, cores e
sabores; além de uma infinidade de ingredientes para outros
produtos processados.386
A extrusora é constituída de um cilindro que permite a circulação
de vapor de aquecimento ou água de resfriamento. Os grãos, a
matériaprima mais comum, são expandidos ou inchados, moldados,
cozidos, fritos e resfriados, a partir de um tratamento de alta pressão
e temperatura. Existem vantagens e desvantagens do processo de
extrusão.
▪ Baixo custo.
▪ Baixo consumo de energia.
▪ Permite a fabricação de novos produtos – já que proteínas,
amidos e outras matérias-primas podem ser modificados.
▪ Produtos de formatos variados.
E agora?
No livro Eat for Health [Coma para Ter Saúde], o Dr. Fuhrman
ressalta o fato de que os alimentos processados e refinados
provocam o consumo, mesmo quando você não está com fome.
Com isso, tragicamente, seu paladar se altera. Os sabores artificiais
e realçados fazem com que você perca o gosto pelos alimentos
naturais. Você, no entanto, pode reeducar seu paladar e reajustar
seus receptores para apreciar os sabores dos alimentos integrais e
naturais.389
Em Poucas Palavras...
▪ A oxidação causada pelos radicais livres – moléculas de oxigênio
instáveis e destrutivas, faz parte do desenvolvimento de muitas
doenças, da catarata, endurecimento de artérias e artrite ao mal de
Alzheimer e Parkinson e câncer.
▪ Fatores externos também promovem o aumento de radicais livres
e uma consequente oxidação, como o consumo de gorduras
saturadas e as excitotoxinas, presentes nos alimentos processados.
▪ Os antioxidantes dos vegetais e frutas – em sua forma natural,
como o próprio nome diz, protegem contra a oxidação e as doenças
causadas por ela, como o AVC, vários tipos de câncer e doenças
cardíacas.
▪ O glutamato monossódico é um realçador de sabor muito usado
pela indústria. Após o seu consumo, é rapidamente absorvido na
corrente sanguínea. Por ser um neurotransmissor e excitotoxina,
superexcita os neurônios, causando danos em vários graus, a ponto
de destruí-los. Esse tipo de dano contribui para o desenvolvimento
de muitas doenças como o mal de Alzheimer, Parkinson, de Lou
Gehrig, fibromialgia, hiperatividade, enxaqueca e dificuldades de
aprendizagem.
O que é Cafeína?
A cafeína é um composto químico classificado como alcaloide,
pertencente ao grupo das metilxantinas. Provoca vários efeitos no
metabolismo do corpo humano, especialmente no sistema nervoso
central – sendo responsável pelo efeito estimulante de várias
bebidas. É considerada a substância psicoativa de maior uso
hoje.390
Outros alcaloides e derivados xantínicos, além da cafeína: (1)
teofilina – encontrada em alguns chás, juntamente com a cafeína e
teobromina; (2) teobromina – presente nas sementes de cacau,
acompanhada da cafeína; (3) nicotina – o composto ativo do tabaco;
(4) outros alcaloides – como a atropina (beladona), a codeína e a
tebaína, presentes no ópio.
Droga Liberada!
O alcaloide cafeína tornou-se famoso por estar presente numa
das bebidas mais populares do mundo – o café é consumido numa
variedade de tipos e combinações. Apesar de muito conhecido e
usado sem restrições é, na verdade, uma poderosa droga. Apenas 3
xícaras de café contêm suficiente cafeína para desqualificar um
atleta de competições em Jogos Olímpicos.391
Fabricando o Vício
As indústrias alimentícias não usam apenas o açúcar para a
formação do vício alimentar. No caso dos refrigerantes, por
exemplo, fabricantes têm adicionado outros químicos para tornar
você um consumidor “fiel”.
Quantidade de Cafeína
Sintomas
A cessação ou redução do consumo de cafeína é prontamente
seguida de cefaleia ou dor de cabeça e pelo menos um dos
seguintes sintomas:
Sistema Digestivo
A cafeína diminui a quantidade de pepsina no seu estômago –
que é a principal enzima no processo de digestão das proteínas,
adiciona o Dr. Graham.400 Além disso, todas as bebidas cafeinadas
tem um pH baixo ou ácido; por serem acidificantes, também
contribuem para um pH ácido do organismo. Os refrigerantes à base
de cola também contêm o ácido fosfórico, responsável pelo seu
sabor típico e pelo maior tempo de prateleira.
Sono
Dores de Cabeça
Outros Problemas
Vários outros problemas são razões para você parar de tomar
café e todas as outras bebidas cafeinadas: exaustão das glândulas
adrenais ou suprarrenais, arritmia cardíaca – nome genérico de
diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos
batimentos cardíacos, tremores, tonturas, fadiga, aumento da
pressão intraocular, diarreia, irritação no trato urinário, doenças
gengivais, piora dos sintomas da síndrome pré-menstrual e
envelhecimento da pele.
Tudo na Balança!
Talvez você esteja pensando: “Mas eu me sinto melhor depois
de uma xícara de café... E me sinto mal sem ele”. Você está certo,
responde o Dr. Barnard. Isso acontece porque a cafeína é uma
droga complexa.
Quando seu cérebro se acostuma com esses efeitos, você se
sente muito mal quando não pode repor a dose esperada de cafeína
e se sente bem ao manter o seu nível habitual. Mas esse ciclo de
dependência não é nada benéfico. Essas situações, sentir-se mal e
bem, reflete apenas o quadro de sintomas da síndrome de
abstinência que desaparecem com uma nova dose de cafeína.404
Vencendo o Vício
Ao vencer vícios alimentares como o do açúcar, carne, laticínios,
gordura, alimentos processados e cafeinados, chocolate e de outras
substâncias prejudiciais ao seu organismo, os sintomas da
abstinência com certeza vão perturbar, mas por pouco tempo,
enfatiza o Dr. Fuhrman. Vale a pena persistir.
Sabe o que espera por você? Uma vida livre de vícios. A cada
refeição, alimentos variados e saborosos – todos altamente
nutritivos e benéficos, que promovem e mantêm a sua saúde e
qualidade de vida. Você não merece menos que isso. Dê passos
firmes e decididos rumo à liberdade!
Em Poucas Palavras...
▪ O efeito viciante da cafeína é conhecido pelo indivíduo que
consome regularmente café, refrigerante ou qualquer outra bebida
ou alimento cafeinado. Essa dependência torna-se evidente através
dos sintomas da Abstinência de Cafeína, tais como dor de cabeça,
fadiga, alterações do humor, ansiedade, náusea e dificuldade de
concentração.
▪ As bebidas e alimentos cafeinados produzem uma falsa sensação
de bem-estar – despertando, estimulando e dando disposição. Na
verdade, não é a concentração que aumenta, mas sim o vício que é
alimentado. Esse consumo está associado com vários problemas de
saúde, como o aumento dos níveis de colesterol, triglicérides,
homocisteína e pressão arterial, má digestão/acidez, estresse, sono
não reparador e osteoporose.
▪ A dependência da cafeína poder ocorrer depois de apenas 7 dias
de consumo – e 100 mg por dia pode manter essa dependência. Os
sintomas de abstinência podem ser evitados com apenas 25 mg – o
equivalente a 2 colheres de sopa de um café de “boa qualidade”. Só
um pouquinho faz mal sim!
A Música do Cacau
Um ditado popular diz que “o dinheiro pode falar, mas o
chocolate canta”! Se o chocolate realmente canta eu não sei, mas
dentre as mais variadas frutas exóticas hoje exploradas, o cacau já
conquistou o seu lugar de destaque. O chocolate, seu mais famoso
derivado, ganhou inclusive um dia mundial de comemoração – 26 de
março. Há tanta atividade e movimento em volta do cacau que você
pode até ouvir a sua música mesmo, em meio a todos os outros
sons típicos do mundo tropical carregado de umidade e calor.
Falar sobre o cacau no Brasil é falar de dois Estados, a Bahia –
quase 70% da produção nacional vem do solo baiano e o Pará, que
ficou com a fatia de 25% das quase 230 mil toneladas produzidas
em 2012. Pelo fato do cacau se desenvolver melhor à sombra,
grandes corredores de Mata Atlântica foram até preservados para o
seu plantio. Com uma lavoura que exige até órgão
governamental,408 a fama nacional é bem merecida, pois a
produção cacaueira também coloca o Brasil no mapa, como quinto
produtor mundial.409
O Processamento do Cacau
O processamento do cacau é bem complexo, explica o Dr.
Harold Schmitz. O objetivo da indústria é justamente eliminar o
gosto horrível das sementes. Mas e os flavonoides? Acompanhe
agora as fases do processamento para obter a sua resposta.412
Fases na Indústria
As sementes ou amêndoas secas do cacau seguem agora para
sua fase de processamento industrial. A primeira etapa é a limpeza
dos grãos e em seguida, a torrefação. Ao serem torradas, as
sementes são submetidas à ação de altas temperaturas, 110° a 140
°C.
A temperatura da torrefação em si, diminui consideravelmente a
quantidade de flavonoides que ainda restaram, mas estes também
são perdidos devido ao tempo da torrefação. Quanto mais tempo
são torradas, maior a perda de flavonoides, analisa o Dr. Schmitz.
Após a torrefação, seguem o descasque e a moagem das
sementes. Depois da moagem, muitas vezes dá-se o tratamento
com ácidos ou álcalis, para melhoria de sabor. Este processo tem
um profundo impacto negativo nos níveis de flavonoides ainda
presentes.
Moral da História
Quanto maior o nível de processamento e mais agradável o
sabor do chocolate, menor será a presença dos flavonoides que um
dia existiram no cacau em sua forma natural. Afirmar que as
propriedades nutritivas de uma fruta in natura ainda continuam
presentes depois de um longo e complexo período de
processamento como é o caso do chocolate, é realmente um abuso
da ingenuidade do consumidor.
Os flavonoides são apenas parte de uma complexa mistura de
nutrientes em frutas e vegetais, ressalta o Dr. Appel.413 O benefício
será sempre consequência da ação conjunta desta complexa rede
nutrientes, como você já viu no capítulo 2, Nutrição de Verdade.
No caso do chocolate, o foco não pode e nem deve estar sobre
os flavonoides que bravamente sobreviveram à saga do
processamento, mas para todos os demais ingredientes que o
formam, pois o resultado final em seu organismo será resultado das
inter-relações entre todos eles. Você verá a seguir mais detalhes
sobre os outros nutrientes e elementos presentes no chocolate.
A Sedução do Chocolate
Por que mesmo reconhecendo não ser um alimento saudável, o
chocolate é para muitas pessoas algo irresistível? O Dr. Barnard,
explica o porquê dessa paixão mundial. O chocolate é, em sua
essência, uma droga viciante. Há décadas que a pesquisa médica
tem aceito este fato.414
▪ Açúcar.
▪ Alcoóis de açúcar.
Vale Tudo
A criatividade é uma das maiores armas do marketing
promocional e o chocolate, é claro, não fica de fora. E vale tudo
mesmo, dos flavonoides da fruta do cacau ao chocolate oficial da
Copa do Mundo – inclusive com embalagem personalizada com a
imagem do Fuleco, o mascote da Copa.
Em Poucas Palavras...
▪ Quanto maior o nível de processamento e mais agradável o sabor
do chocolate, menor será a presença dos flavonoides que um dia
existiram no cacau em sua forma natural!
Desequilíbrio Nutricional
A venda de suplementos é uma brilhante ideia comercial, só que
não faz sentido em termos de nutrição. A suplementação é um
método inadequado e incompleto de se obter nutrientes, pois é
impossível reproduzir a complexidade e equilíbrio da natureza –
presentes em cada alimento em sua forma natural. Somente nos
alimentos integrais são fornecidos nutrientes em sua dosagem e
proporção ideais.
Ao tomar suplementos – nutrientes isolados e concentrados,
você cria um desequilíbrio nutricional, esclarece o Dr. McDougall.419
Essa vitamina ou mineral altamente concentrado vai para a corrente
sanguínea e, finalmente, para os seus 10 trilhões de células. O que
acontece, então?
Evidências Científicas
A estratégia de se obter e manter a saúde com suplementos
começou a tomar força em 1994-1996 com uma investigação em
larga escala sobre os efeitos do betacaroteno – um precursor da
vitamina A, no câncer de pulmão e outras doenças.422-423 Depois de
4 a 8 anos de estudo do uso de suplementos, a incidência de câncer
de pulmão aumentou entre os que tomaram suplementos. Nenhum
benefício foi encontrado também em relação ao uso das vitaminas A
e E para a prevenção de doenças cardíacas, afirma o Dr.
Campbell.424
Desde essa época, continua o Dr. Campbell, um grande número
de estudos foram conduzidos para determinar os efeitos dos
suplementos da vitamina A, C ou E e do uso de multivitaminas com
ácido fólico e combinações de antioxidantes, nas doenças cardíacas
e câncer.
Vitamina D
A vitamina D é incomum por duas razões. Primeiramente, ela é
na verdade um hormônio, embora seja chamada de vitamina. Em
segundo lugar, você não obtém a vitamina D através de alimentos,
mas sim através da exposição à luz do sol. Sua pele absorve os
raios ultravioleta do sol, e a vitamina D é produzida com ajuda do
seu fígado e rins, explica o Dr. McDougall. Saia de casa e tome sol,
nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde. Essa é a forma
mais segura, efetiva, fácil e barata de obter a vitamina D que você
precisa.430
Estudos mostram que uma pílula pode até aumentar o nível de
vitamina D em seu sangue, mas a suplementação não é uma forma
efetiva de fortalecer seus ossos. Uma mudança eficaz do nível de
vitamina D em seu corpo depende basicamente da luz solar.431-432 A
vitamina D adicional que você produz durante os meses mais
ensolarados do ano, é armazenada na gordura do seu corpo, e é
então liberada lentamente quando necessário.
Os raios ultravioleta do sol fornecem benefícios que vão além da
produção da vitamina D e saúde dos ossos, explica o Dr. McDougall.
A luz solar também altera seu sistema imunológico, regula
hormônios, controla o funcionamento de células da pele e regulariza
seu ritmo interno e relógio biológico. Estudos também mostram que
a exposição à luz do sol tem sido associada com um risco menor de
doenças cardíacas, cânceres – de mama, intestino, próstata,
pulmão e linfático; assim como a esclerose múltipla e outras
doenças.433-434
Outros estudos recentes afirmam que o atual nível de vitamina D
considerado normal de 30 ng/ml é exagerado. Sugere-se que o nível
de 20 ng/ml seja mais adequado.435 Além disso, o uso de
suplemento de vitamina D causa desequilíbrio nutricional e leva a
doenças metabólicas. Mesmo em dosagens consideradas seguras,
efeitos negativos têm sido observados e comprovados em estudos –
como o aumento do nível de colesterol LDL, câncer de próstata,
supressão do sistema imunológico, doenças autoimunes e cálculos
de cálcio.436
Vitamina B12
Os Animais
O Fator Intrínseco
B12 é uma vitamina “complicada”, com um mecanismo de
absorção especial. É o único nutriente que requer um cofator ou
fator adicional para uma absorção eficiente. As células do estômago
produzem uma substância chamada “fator intrínseco”, que após a
digestão dos alimentos, combina com a vitamina B12 ingerida. O
composto “fator intrínseco-vitamina B12” então viaja até o fim do
intestino delgado – o íleo, onde é absorvido.
A Dose Diária
Apesar de todo sensacionalismo em torno desse nutriente, a
quantidade diária que você necessita de vitamina B12 é
extremamente pequena – menos que 3 microgramas. Um
micrograma equivale à milionésima parte do grama, ou 1/1.000.000
g.
Tipicamente, seu fígado armazena de 2 a 5 miligramas, ou 2.000
a 5.000 microgramas de B12, o equivalente a uma reserva para 3
anos. O seu corpo também reabsorve a vitamina no intestino
delgado, reciclando-a para um uso futuro. Isto significa que, no caso
de um consumo zero, pode levar 20 a 30 anos para se detectar
alguma deficiência.444
A Fonte Segura
Escolhendo Bem
Depoimento de um Triatleta
O triatlo Ironman [Homem de Ferro] é uma modalidade esportiva
que requer muita resistência e preparo físico. O triatleta, em
aproximadamente 9 horas, completa 3,9 km de natação, 180 km de
ciclismo e 42 km de corrida.
O ex-triatleta ‘homem de ferro’, Brendan Brazier, hoje autor e
palestrante, é uma das principais autoridades a nível mundial em
alimentação vegetariana. Ao descrever a história de sua carreira,
afirma que tentou variados tipos de alimentação adotando o que
segue até hoje, vegetariana, natural e integral. Ele mantém assim,
uma alimentação com alto teor de carboidratos e baixos teores de
gordura e proteína, garantindo uma performance esportiva esperada
e saúde.
Propaganda Enganosa
As pessoas continuam confiando no último suplemento do
mercado, com suas sedutoras promessas. Nos últimos anos, o
entusiasmado e iludido uso de suplementos tem aumentado – como
antioxidantes, ácido fólico, vitaminas, betacaroteno, são apontados
como solução para muitos males.
Em Poucas Palavras...
▪ A nutrição envolve milhares de elementos com milhares de efeitos
em sua saúde. Não faria sentido algum que um nutriente isolado e
concentrado fizesse a diferença. Vitaminas, minerais e demais
nutrientes devem ser consumidos em sua forma natural, como parte
dos alimentos – apenas desta forma benefícios são alcançados.
Num certo dia, o Dr Fuhrman foi buscar sua filha Cara na escola;
na saída as crianças estavam lanchando aquelas coisas de sempre:
salgadinhos de pacote, achocolatados em caixinha, biscoitos
recheados, refrigerantes... Ela então perguntou: “Esses pais não
amam os filhos”? Ele respondeu que amavam sim, apenas não
sabiam as consequências do consumo daquele tipo de alimento.
E na sua casa?
Como levar as crianças a consumirem mais alimentos saudáveis
como legumes, verduras e frutas? Um recente estudo analisou
vários estilos de criação de filhos em idade pré-escolar – média de
3,5 anos, e formas de alimentação relacionadas ao consumo de
frutas e vegetais em geral. Os resultados indicaram o mais
importante fator para a mudança ou aprimoramento de hábitos
alimentares:
GESTAÇÃO
Alimentação na Gravidez: Começando Bem a Vida
Pensando em ter um filho? A hora de começar a pensar na
saúde de uma criança começa muito antes do seu nascimento.
Mesmo a alimentação da mãe 12 meses antes da concepção
influencia a futura saúde do bebê.
Neste período a gestante está “comendo por dois”, mas deve ter
em mente que um desses “dois” é muito pequeno durante toda a
gravidez, com um peso médio 3,5 kg na 40ª semana de gestação.
Mesmo considerando o aumento de 200-300 calorias diárias no final
da gravidez, a qualidade deve ser enfatizada, porém não a
quantidade de alimentos. Para o consumo dessas calorias extras e
do atendimento de todas as necessidades nutricionais, a escolha
ideal é a de alimentos de origem vegetal.457
Livrando-se do Enjoo
O enjoo é o sintoma mais frequente da mulher grávida. Também
chamado de “enjoo matinal”, é muito comum durante o primeiro
trimestre da gravidez, podendo ocorrer, na verdade, em qualquer
horário do dia. É causado por mudanças hormonais, especialmente
a presença dos hormônios estrogênio e progesterona no estômago.
Pesquisadores da Cornell University, em New York, explicam o
enjoo associado com a gravidez. Durante o primeiro trimestre da
gravidez, o sistema imunológico da mãe é refreado, para que ela
não rejeite o feto. Como resultado, suas defesas contra os agentes
patogênicos são diminuídas. É por isso que o enjoo é chamado de
“seguro do bem-estar”, pois é uma maneira do corpo proteger o feto
em desenvolvimento contra toxinas e patógenos ou organismos
causadores de doenças, como vírus, bactérias, fungos e parasitas.
De 0 a 6 meses
A Semana de Aleitamento Materno é comemorada a cada ano,
em mais de 170 países. A primeira semana do mês de agosto é
usada para a conscientização de que o leite materno é o alimento
perfeito para o bebê. O tema da semana em 2014 foi:
“Amamentação – Um Ganho para Toda Vida”! Várias outras
campanhas, organizações e publicações têm feito seu papel, mas
infelizmente menos de 40% das mães, a nível global, amamentam
seus bebês pelo menos até o sexto mês.
O leite materno é o alimento ideal e deve ser a dieta exclusiva
do bebê até os 6 meses de idade. Todas as necessidades nutritivas
do bebê são satisfeitas, sem ter que consumir adcionalmente água,
suco ou fórmulas artificiais. Neste período, a alimentação da mãe é
crucial, pois afeta diretamente seu leite. Por exemplo, a proteína do
leite de vaca que ela consumir e passar a fazer parte do seu leite,
causará problemas ao bebê, como as tão frequentes cólicas.465
Também sobre o assunto, releia o item “O Alimento Perfeito”, do
capítulo “Não Chore Pelo Leite Derramado”.
De 6 meses a 1 ano
Embora o aleitamento materno continue a partir dos 6 meses, já
não é a alimentação exclusiva do bebê, tendo início a alimentação
complementar. As papilas gustativas na ponta da língua são para
identificar o sabor doce, por isso, se inicia com esse sabor: com as
papinhas de frutas. As frutas doces e mesmo as semi-ácidas podem
ser raspadas, amassadas ou peneiradas. Vá usando uma a uma,
como banana, mamão, pera e maçã. As frutas cítricas são ricas em
ácido cítrico e vitamina C, que ajudam na assimilação do ferro e
outros minerais. Por isso, coloque sempre algumas gotinhas de
limão, mexerica, ou laranja nas papinhas.468
De 1 a 3 anos
Deve-se levar em conta que a alimentação sólida é ainda
novidade, e a criança continua no processo de adaptação às
diferentes texturas, cores e sabores dos alimentos. Assim é
importante sempre oferecer a ela alimentos diferentes, um de cada
vez – algo novo juntamente com outro alimento já bem aceito. Além
disso, seu gosto pelos alimentos naturais continuará aumentando e
se firmando.
De 3 a 10 anos
Os alimentos certos devem ser colocados nos armários e
geladeira; as crianças comerão aquilo que os pais comprarem. Em
casa, alimentos prejudiciais à saúde não devem competir pelo
espaço com os saudáveis. A alimentação nesta fase continua
variada e saborosa, em cada uma das 3 refeições diárias.
Novamente, a aceitação e apreciação de alimentos naturais e
saudáveis aumenta quando a criança vê ao seu redor pessoas
saboreando-os. Os maus hábitos de amigos terão a sua influência,
mas os exemplos positivos também funcionam.
No Consultório Médico
“Em todos esses anos de prática médica, muito raramente usei
meu bloco de prescrições”, relata o Dr. Fuhrman. Meu foco sempre
foi a mudança de hábitos alimentares em busca de uma nutrição
adequada e saúde. Os resultados têm sido extraordinários –
crianças sendo curadas de doenças comuns como:472
▪ asma e alergias
Caso 2
Infecções e Antibióticos
Antibióticos são feitos para matar bactérias; não matam vírus.
Infelizmente, não é para isso que são tipicamente usados.
Aproximadamente 90% dos antibióticos são dados para doenças
causadas por vírus ou virais, para as quais não têm efeito. O mau
uso dos antibióticos gerou hoje um negócio multibilionário, lamenta
o Dr. Fuhrman.
Mas você pode mudar este quadro. Você e seus filhos podem
aprender novos hábitos e passar a gostar de alimentos saudáveis –
ricos em todas as cores do arco-íris e em nutrientes, que trarão
saúde para toda a família!
Em Poucas Palavras...
▪ As crianças naturalmente gostam dos alimentos naturais – frutas e
vegetais em geral. Quando têm a oportunidade de saboreá-los
diariamente e quando são instruídas do porquê devem ou não
consumir certos alimentos, rejeitarão por elas mesmas os alimentos
processados.
▪ Aprender sobre saúde é uma das atividades favoritas das crianças.
Em termos de alimentação, a informação é a chave do sucesso.
Quando aprendem a diferença entre alimentos benéficos e
prejudicais, elas são sempre mais dispostas a mudar os hábitos
alimentares, e o fazem mais fácil e rapidamente que os adultos.
▪ Um estudo científico recente confirma o senso comum: o exemplo
dos pais e adultos que convivem com a criança determina o tipo de
alimentação do lar. O consumo de bons alimentos deve começar
pelos adultos.
▪ A alimentação saudável deve começar durante a gravidez e
continuar em cada uma das fases de desenvolvimento da criança.
Preferências alimentares e hábitos de atividade física são formados
desde cedo.
▪ Uma alimentação natural, integral e vegetariana supre todas as
necessidades nutricionais do organismo – de qualquer idade. É
também um poderoso tratamento preventivo e curativo de doenças.
Nunca é muito cedo ou muito tarde para aprender a gostar dos
alimentos saudáveis.
21 - Detox em Pratos Limpos
O meu corpo é um jardim; a minha vontade o seu jardineiro.
William Shakespeare (1564-1616)
Entendendo a Detox
Plantão Noturno
Sintomas da Toxidade
Sintomas comuns associados à toxidade incluem dores de cabeça, fadiga,
dores nas costas, dores nas juntas ou juntas inchadas, dores musculares,
problemas digestivos, inchaço abdominal e gases, síndrome do intestino irritável
(SII), imunidade baixa, coriza, congestão nasal, sintomas alérgicos e sensibilidade
a agentes ambientais como químicos, perfumes e sintéticos em geral. Muitas
toxinas são armazenadas em tecidos gordurosos, por isso a obesidade é quase
sempre associada com a toxidade, explica a nutricionista Delia Quigley.487
Gradação da Detox
A mudança do consumo de alimentos mais congestionantes e acidificantes
para alimentos menos congestionantes e alcalinos, como mostrado na tabela a
seguir, contribuirá não somente para o equilíbrio dos níveis de pH do organismo,
como para sua desintoxicação. O aumento do consumo de água e a diminuição da
ingestão de gorduras e produtos refinados aumentarão a eliminação e diminuirão o
acúmulo de toxinas.489
Deve ser notado que as carnes e alimentos de origem animal como ovos e
laticínios, assim como os produtos processados à base de farinha e açúcar
refinados, além de promover a acidez do organismo, também aumentam a
produção do muco – na tentativa do corpo de equilibrar sua química. Quanto maior
o consumo de alimentos vegetarianos alcalinizantes, maior a eficiência da
desintoxicação.
Muitos pensam que podem comer o que quiserem, pois qualquer problema se
resolve com uma detox numa clínica especializada. No entanto, se as mudanças
não forem incorporadas no estilo de vida, os problemas ficarão cada vez maiores.
Por isso, o Dr. Haas afirma que o melhor lugar para se fazer um programa de
desintoxicação é em casa e dentro da rotina diária – favorecendo não apenas a
continuidade das mudanças, como o aproveitamento do aumento de energia e
rendimento.490
A detox pode ajudar na perda de peso, embora não seja este seu propósito
básico. A limpeza é mais importante como uma transição geral de alimentação e
estilo de vida. Mas quando um indivíduo que ingeria 4.000 calorias de gordura e
doces diariamente, dentro de uma alimentação pobre de nutrientes e
desequilibrada, passa a ingerir cerca de 2.000 calorias diárias de alimentos
naturais, integrais e de origem vegetal, vai como certeza se desintoxicar, perder
peso e melhorar sua saúde, simultaneamente. A desintoxicação também é feita
para o descanso ou cura de órgãos digestivos sobrecarregados, facilitando um
processo de renovação.491
Jejum e Detox
Do ponto de vista médico, embora o jejum de curto período não seja usado
com muita frequência, é um procedimento seguro e fácil de ser realizado, para a
desintoxicação e mudança de hábitos alimentares, declara o Dr. Haas.496 E
pergunta, se tiramos férias do trabalho para descansar e recarregar as energias,
por que não, ocasionalmente, tirar um recesso dos alimentos?
O jejum tem sido uma terapia extremamente benéfica para várias condições
como: gripe, resfriado, asma, bronquite, dor de cabeça, constipação, indigestão,
diarreia, alergias, condições de pele, hipertensão, diabetes, aterosclerose, doença
da artéria coronária, angina pectoris, obesidade, dor nas costas – causada por
contração muscular e estresse, e fadiga – causada por órgãos congestionados e
falta de energia.497 Nutricionalmente, o jejum ajuda você a apreciar e valorizar
mais sua alimentação – uma menor quantidade de comida e sabores mais simples
se tornarão mais suficientes. O jejum também aumenta a clareza mental e
atenção.498
Em Poucas Palavras...
▪ O processo da detox favorece a eliminação de toxinas e substâncias
potencialmente tóxicas do organismo. O acúmulo de toxinas e a redução dos
processos naturais de eliminação têm assumido proporções alarmantes, e devem
ser tratados.
Saúde Integral
Os alimentos e a nutrição como um todo são de importância
primária para a sua saúde, mas outras experiências são também
muito relevantes, como a atividade física, a saúde mental,
emocional e espiritual e uma interação positiva com o ambiente.
“Incorporar todas essas esferas em seu conceito de saúde é vital,
pois todas elas se interconectam,” afirma o Dr. T. Colin Campbell.508
Ele explica que uma boa nutrição e exercícios regulares combinam-
se para oferecer mais saúde para o indivíduo do que cada parte
isoladamente.
O Drama do Sedentarismo
A falta de atividade física é responsável pelo mesmo número de
mortes associadas ao tabagismo.510 Esta é uma das assustadoras
conclusões de um estudo envolvendo 122 países, publicado na
revista médica
britânica The Lancet, poucos dias antes das Olimpíadas de Londres
em 2012.511 O estudo revelou que a inatividade física é responsável
por uma em cada dez mortes por doenças cardíacas, diabetes e
cânceres de mama e cólon.
Esse estudo apresenta dados tão alarmantes sobre o
sedentarismo,512 ao ponto deste ser considerado uma
“pandemia”513 dos tempos modernos. O grupo de sedentários é de
1,5 bilhão de pessoas, o que representa 31,1% dos adultos. No
Brasil, 49,2% das pessoas são inativas – o segundo pior resultado
entre os países do continente americano; só perdemos para a
Argentina.
Pesquisadores afirmam que a solução para o sedentarismo está
numa mudança de mentalidade, e sugerem a criação de campanhas
para alertar o público dos riscos da inatividade, e não apenas dos
benefícios da prática dos exercícios.
Consequências e Doenças
O sedentarismo provoca literalmente o desuso dos sistemas
funcionais do organismo, afirma o Dr. Turíbio Leite Barros Neto.514
Ele continua explicando que o sistema locomotor e demais órgãos e
sistemas utilizados durante as mais variadas formas de atividade
física, entram num processo de regressão de funções, como por
exemplo, atrofia das fibras musculares, perda da flexibilidade das
articulações e mesmo o comprometimento funcional de vários
órgãos.
Rejuvenescendo o Cérebro
A atividade física fará mais para o seu cérebro do que um
enigma, um livro de mistério ou mesmo uma equação matemática,
afirma o Dr. Perlmutter.520 Ele esclarece que durante a atividade
física, você está literalmente exercitando sua carga genética. Os
exercícios aeróbicos não somente ativam genes ligados à
longevidade, mas também os relacionados com sua própria
atividade mental, revertendo a perda de memória e aumentando o
crescimento de novas células cerebrais.521
De acordo com descobertas recentes, a relação entre a
atividade física e a saúde mental tornou-se absolutamente clara,
tornando possível “formar um cérebro que resiste o encolhimento
físico e promove a flexibilidade cognitiva”.522
Ajuste Geral
Com a prática de atividades físicas, o seu organismo se
regulariza da cabeça aos pés, continua o Dr. Barnard. Mas lembre-
se, você não está nas Olimpíadas. Se você tem vivido um estilo de
vida sedentário por algum tempo, ganhou uns quilos extras ou
passou dos 40 anos, comece devagar, e gradualmente aumente sua
atividade. Quem sabe convidar alguém para se exercitar com você
torne a atividade física mais divertida e mais fácil de ser mantida.
Se você é portador de alguma doença crônica, como artrite,
diabetes ou uma doença cardíaca, converse com seu médico e
decida com ele um plano para que você seja ativo. Não se esqueça,
“quanto pior for sua condição física e sua tolerância ao exercício,
mais frequentemente você necessita de atividade física”, assegura o
Dr. Fuhrman.524
Em Poucas Palavras...
▪ Uma boa nutrição e exercícios regulares combinam-se na
promoção e manutenção da saúde. A falta de atividades provoca o
desuso de sistemas funcionais do organismo, e até mesmo a
regressão de certas funções – como atrofia e perda de flexibilidade.
Você precisa ter e manter um compromisso de pelo menos 20
minutos diários de atividade física.
▪ Uma vida sedentária, com pouca ou nenhuma atividade física, está
também associada ao aumento da incidência de várias doenças –
da hipertensão, obesidade e diabetes a doenças cardíacas e certos
tipos de câncer.
▪ Os exercícios também ativam genes ligados à longevidade e
atividade mental, revertendo a perda de memória e aumentando o
crescimento de novas células cerebrais.
A atividade física não se relaciona apenas com a queima de
calorias. Na verdade, é um “botão reset” muito poderoso. Os
efeitos positivos são notados nas mais distintas áreas, desde o
humor e sono reparador à diminuição de riscos de doenças e um
melhor funcionamento dos órgãos em geral. Até mesmo os seus
hormônios funcionarão de maneira mais eficiente se o seu corpo
estiver sempre em movimento.
23 - Alimentando a Saúde
Nada beneficiará tanto a saúde humana e aumentará
as chances de sobrevivência da vida na terra quanto
a evolução para uma dieta vegetariana.
Albert Einstein (1879-1955)
Tradição e Ciência
Um número crescente de médicos, nutricionistas, pesquisadores
e outros profissionais de saúde têm usado o mesmo segredo destes
povos centenários. A superioridade desse tipo de alimentação, já é
comprovada hoje por ampla evidência científica. A “receita da
saúde” tem sido usada com sucesso há decadas, na cura de
doenças, promoção e manutenção da saúde.
Receita da Saúde
Ligando os Pontos
Centenas de milhares de pessoas são submetidas a cirurgias
cardíacas a cada ano. Um número sempre crescente perde a
batalha contra o câncer, AVC, diabetes e outras doenças crônicas
degenerativas. Três quartos das doenças de indivíduos que vivem
em países industrializados, fazem parte deste mesmo grupo de
enfermidades.
Alimentação Vegetariana
O Conselho Regional de Nutricionistas (CRN-3, 3ª região: SP e
MS) divulgou o seu parecer referente ao Vegetarianismo, em 2012.
Neste documento, o CRN-3 admite e recomenda que 1) a natureza
biológica do ser humano o permite escolher o que comer; 2) é
possível atingir adequação nutricional com dietas vegetarianas; 3)
as dietas vegetarianas podem ser adotadas em qualquer ciclo da
vida e 4) cabe ao nutricionista orientar o indivíduo visando a
promoção de sua saúde. Note que o papel do nutricionista é
orientar, e não julgar a opção do indivíduo, ressalta o Dr. George
Guimarães, nutricionista especializado em dietas vegetarianas
desde 1997.534
Terminologia
De acordo com o termo original criado no século 19, a
alimentação vegetariana é aquela formada, em sua totalidade, por
alimentos vegetais, afirma o Dr. Guimarães.535 O veganismo é uma
expansão do vegetarianismo, já que além da alimentação
vegetariana, também adota outros aspectos diferenciais de estilo de
vida.
Você deve fornecer nutrição, não apenas para manter seu corpo
em funcionamento durante toda a manhã, mas também para manter
seu cérebro aguçado, mantendo suas emoções e seu apetite sob
controle.543
Jejum no Desjejum
Desjejum Inadequado
Um Bom Desjejum
Mas se você começa o dia com um desjejum substancioso e
saudável, a recompensa será certa durante o dia todo. Não haverá
mais vontade e nem necessidade de lanche antes do almoço – e
seu organismo vai agradecer imensamente por isso. O Dr. Barnard
usa as seguintes regras:544
1. O Desjejum é Obrigatório
As Gorduras “Boas”
As frutas oleaginosas são as sementes comestíveis das plantas,
como: avelã, amêndoa, amendoim, castanha de caju e castanha-do-
pará/brasil, macadâmia, etc. Elas são os depósitos de energia das
plantas – na forma de gorduras. Embora sejam fontes de vitaminas,
minerais, fibras... mais da metade de sua composição é gordura –
25 gramas de “castanhas” em geral, contêm 16-18 gramas de
gordura.
Comparativamente, os grãos como milho, arroz, cevada e trigo
armazenam energia na forma de carboidratos. Esses alimentos
contêm uma pequena quantidade de gordura. Você deve notar que
os principais órgãos do seu corpo são alimentados quase que
exclusivamente por carboidratos, e não por gorduras.
É possível emagrecer ou manter o peso comendo alimentos
calóricos com grande concentração de gordura? O Dr. McDougall
responde que todos os métodos e planos do controle de peso
toleram um consumo máximo diário de até 25 gramas de
“castanhas”, mas apenas dentro de um rígido controle do consumo
de calorias em geral. Ele continua explicando que numa alimentação
sem controle rigoroso, a adição de 25 gramas/diárias de gordura,
com certeza causa algum aumento de peso.548
O Quebra-Nozes
Mesmo que você nunca tenha visto um quebra-nozes – o
acessório de cozinha que não tem nada a ver com o ballet famoso,
use suas frutas oleaginosas com moderação. Lembre-se que a
moderação existe justamente para ser colocada em prática nesse
tipo de situação, e nunca para o consumo de alimentos prejudiciais
à saúde.
Mecanismos de Saciação
Embora os mecanismos de fome e saciação sejam numerosos e
complexos, os dois principais deles são simples, explicam os Drs.
Lisle e Goldhamer:554
1. Recepção de alimentos e distensão do estômago – quando
você começa a comer, a comida em seu estômago estimula os
nervos dos tecidos gastrointestinais. Esses nervos são receptores
de distensão: dizem o quanto seu trato digestivo está sendo
distendido ou alargado, avisando quando você já comeu o suficiente
e deve parar: um verdadeiro milagre matemático.
Em Poucas Palavras...
▪ Um número crescente de pessoas perde a batalha contra o câncer,
AVC, diabetes e outras doenças crônicas degenerativas. Esses
indivíduos, de diferentes regiões do mundo, têm em comum uma
alimentação baseada nos alimentos cárneos, gordura e óleos
vegetais adicionados, laticínios, ovos e alimentos processados.
▪ No contra-ataque, profissionais da área da saúde têm adotado o
segredo dos povos centenários, ao tratar e educar pacientes na
promoção e manutenção da saúde. O tratamento é único: uma
alimentação natural, integral e vegetariana – com baixo teor de
proteínas e gorduras “boas” e um alto teor de carboidratos.
O Mito da Substituição“Difícil”
O argumento de que a substituição dos alimentos cárneos e
derivados é algo muito complicado é puro mito. É um tipo de
“racionalização” sem fundamento. Na verdade, este é um processo
extremamente fácil, por 2 razões simples:
Recomeçando...
Mesmo que você tenha se alimentado mal durante muitos anos
ou durante toda a sua vida, as mudanças serão sempre bem-vindas.
Além disso, a maioria dos tecidos do organismo está sempre se
renovando.
É Possível Sim!
Alternativas e Substituições
1. O que passar ou colocar no pão (integral, é claro!)?
▪ Leite Vegetal
▪ Bolo de Frutas
▪ Patê de Grão-de-Bico
▪ Queijo Vegetal
▪ Pão Recheado
▪ “Ovo” Mexido
▪ Creme de “Maionese”
▪ Pudim de Aveia
▪ Sorvete de Morango e Alfarroba
▪ Sagu de Sementes de Chia
▪ Estrogonofe de Grão-de-Bico
▪ Quibe Recheado
▪ Arroz Colorido
▪ Molho de Tomate
▪ Espaguete Cremoso
▪ Hambúrguer de Batata
▪ Batata ao Forno
▪ Salada de Trigo
▪ Pudim de Alfarroba
Pão Integral
Ingredientes:
Modo de Preparo:
Leite Vegetal
Ingredientes:
Patê de Grão-de-Bico
Ingredientes:
250g de grão-de-bico cozido*
1 tomate
2 dentes de alho
gotas de limão
temperos a gosto
azeitonas picadas
água na qual o grão-de-bico foi cozido
* o grão-de-bico pode ser substituído por outro cereal integral
Modo de Preparo:
Modo de Preparo:
Modo de Preparo:
Modo de Preparo:
Creme de “Maionese”
Ingredientes:
Modo de Preparo:
1. Coloque no liquidificador todos os ingredientes.
1 xícara de fruta seca (pode ser ameixa preta sem caroço, uva
passa ou qualquer outra)
1 ½ xícaras de fruta fresca (como banana, maçã, manga)
3 xícaras de aveia em flocos
5 xícaras de leite vegetal adoçado com açúcar mascavo ou melado
1 colher (chá) de baunilha
¾ de colher (chá) de sal coco ralado para salpicar
Modo de Preparo:
Modo de Preparo:
1. Bata todos os ingredientes no liquidificador até ficar bem
cremoso.
Modo de Preparo:
1. Colocar o suco de uva numa tigela de vidro. Acrescentar as
sementes de chia e frutas picadas. Misturar bem. A mistura ficará
com a consistência de sagu em uns 30 minutos. Mexer de vez em
quando.
2. Servir gelado.
Estrogonofe de Grão-de-Bico
Ingredientes para o Molho Branco:
Modo de Preparo:
1. Coloque as castanhas de molho por uma hora.
2. Bata todos os ingredientes no liquidificador, até ficar bem
cremoso.
Quibe Recheado
Ingredientes
250g de lentilha cozida *
250g de trigo para quibe hidratado
1 xícara de tofu firme, drenado
1 cebola e 4 dentes de alho picados
¼ xícara de cheiro-verde picado
1 cenoura ralada
½ pimentão vermelho picado
temperos a gosto (manjericão, cominho, orégano e sal)
* Ao invés da lentilha, você pode usar abóbora ou batata - cozidas e
amassadas.
Modo de Preparo:
1. Bata no liquidificador a lentilha com a metade dos temperos.
2. Coloque o purê numa tigela e acrescente o triguilho, cenoura,
cheiro-verde e pimentão. Misture bem.
3. Aperte a barra de tofu com as mãos, deixando pedaços
pequenos.
4. Adicione o restante dos temperos e misture bem.
Molho de Tomate
Ingredientes:
1kg de tomates maduros
1 colher (sopa) de alho amassado
1 colher (chá) de sal
1 colher de sopa bem cheia de orégano
Modo de Preparo:
1. Corte os tomates ao meio e tire a parte branca do interior.
Modo de Preparo:
1. Prepare as receitas de molho de tomate e queijo vegetal e
reserve.
2. Cozinhe o macarrão seguindo instruções do pacote e reserve.
Batata ao Forno
Ingredientes:
1 kg de batatas
1 receita de Creme de “Maionese” - ver acima
temperos a gosto (sal, salsa...)
azeitonas picadas (opcional)
Modo de Preparo:
1. Cozinhe as batatas com casca.
2. Descasque e corte as batatas em cubos.
Modo de Preparo:
1. Coloque o grão de trigo para cozinhar na panela de pressão.
Depois de ferver, cozinhe por apenas uns 10 minutos. Desligue e
mantenha a panela fechada por algumas horas. O ideal é deixar
durante a noite.
2. Escorra a água e misture bem com os outros ingredientes.
Mantenha na geladeira até a hora de servir.
* Não é necessário colocar o grão de trigo de molho.
Pudim de Alfarroba
* Também pode ser usado como cobertura de bolo.
Ingredientes:
1 abacate em pedaços
¼ de xíc. de alfarroba em pó
açúcar mascavo ou banana madura a gosto
¼ de xíc. de leite vegetal ou água
Modo de Preparo:
1. Coloque no liquidificador todos os ingredientes e bata bem até
ficar cremoso. Servir gelado.
Notas e Referências Bibliográficas
Palavras Iniciais
1 CAMPBELL, T. Colin; CAMPBELL, Thomas M. II (2006). The China Study:
Startling Implications for Diet, Weight Loss and Long-Term Health. Dallas, TX:
Ben-Bella Books, p.109-110.
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPSO/18455/1/doc171.pdf.
Acesso em: 17 dez. 2013.
262 Idem.
263 Ibidem, 32-33.
264 Fuhrman, 2013, op. cit., nota 13, p. 204.
265 Ibidem, p. 205.
266 PANAGIOTAKOS, 2007. The Mediterranean Diet. Disponível em:
http://www.aka.fi/Tiedostot/Tietysti_kuvat/Tapahtumat/ESOF%202012/ESOF20
12_MedDiet%20 and%20CVD.pdf. Acesso em: 17 dez. 2013.
267 Esselstyn, 2008, op. cit., nota 11, p. 84.
268 KLAPER, Michael. Olive Oil is not Healthy. Disponível em:
http://doctorklaper.com/videos/olive-oil-not-healthy/. Acesso em: 15 dez. 2013.
269 Esselstyn, 2008, op. cit., nota 11, p. 84.
270 Ibidem, p. 85.
271 Novick, op. cit., nota 256.
272 Klaper, op. cit.
273 Barnard, 2007, op. cit., nota 19, p. 51.
274 Idem.
275 Idem.
276 Pulde; Lederman, 2009, op. cit., nota 17, p. 90.
277 Ibidem, p. 90-91
278 MCDOUGALL, John. (2007). When Friends Ask: Why Do You Avoid
Adding Vegetable Oils? McDougall Newsletter, v. 6, n. 8. August, 2007.
Disponível em: http://www.drmcdougall.com/misc/2007nl/aug/070800.htm.
Acesso em: 16 dez. 2013.
279 Idem.
280 Idem.
281 CAMPBELL, T. Colin. (2012). Understanding Fats and Carbohydrates.
New York: T. Colin Foundation and TILS.
282 Pulde; Lederman, 2009, op. cit., nota 17, p. 89.
283 Idem.
284 Ibidem, p. 90.
285 Annual Internal Medicine, 2002:136:523-528.
https://hsionline.com/2002/04/02/ artery-elasticity-key-to-heart-health/.
286 McDougall, 2007, op.cit.
287 Pulde; Lederman, 2009, op. cit., nota 17, p. 92-93.
KEON, Joseph. (2010). Whitewash: The Disturbing Truth About Cow’s Milk
and Your Health. BC, Canada: New Society Publishers, p. 167.
293 LANOU, Amy Joy; CASTLEMAN, Michael. (2009). Building Bone Vitality: A
Últimas Palavras
559 McCabe, 2013, op. cit., nota 137, p. 23. Luiz Antonio, A Argumentação
para Não Comer Polvo http://www.youtube.com/ watch?v=8WBMhndyJ-w
560 Robbins, 2009, op. cit., nota 13, p. 155