Alex Silva Oliveira - TRIBUNAL DO JURI

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Discente: Alex Silva Oliveira

TRIBUNAL DO JÚRI: COMPETÊNCIA, CRIMES DOLOSOS CONTRA A


VIDA E TRATADOS INTERNACIONAIS

O tribunal do júri, também conhecido como júri popular, foi criado no Brasil
durante a colonização, mas passou por várias reformas ao longo dos anos. A Constituição
Federal de 1988 e a Lei nº 11.689/2008 regulamentam o sistema judiciário moderno do
Brasil.
O Tribunal do Júri é uma das instituições mais notáveis do sistema jurídico
brasileiro e é responsável pelo julgamento de crimes cruéis contra a vida, com base em
princípios e características que o distinguem de outras modalidades de julgamento.
O Júri popular é um sistema onde os cidadãos comuns são escolhidos
aleatoriamente para fazer parte de um corpo de jurados que decide se um réu é lesado ou
inocente em casos graves, principalmente crimes dolorosos contra a vida, como
homicídio, infanticídio, aborto com/sem consentimento da gestante.
A história do tribunal do júri do Brasil foi influenciada pelos sistemas legais de
outros países, como Portugal, durante a colonização, e sofreu mudanças significativas ao
longo dos anos. A legislação que governa o tribunal do júri foi alterada várias vezes para
supervisionar a supervisão e as mudanças sociais.
Assim, embora o tribunal do júri no Brasil tenha raízes históricas, sua forma
moderna foi moldada pelas leis e pela Constituição Federal de 1988, que garantiu o direito
ao julgamento por júri popular em casos criminais específicos.
O artigo 5º, XXXVIII da Constituição Federal estabelece que “é reconhecida uma
instituição do júri, com uma organização que lhe dá a lei: a plenitude de defesa, o sigilo
das votações, a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes
dolorosos contra a vida”. Portanto, os crimes de homicídio, aborto com resultado de morte
e infanticídio são julgados pelo Tribunal do Júri.
O tribunal do júri é composto por duas fases. A primeira é o “judicium acusais”,
ou julgamento de acusação, que tem como objetivo garantir que uma acusação possa ser
apresentada perante o Tribunal. Consiste na coleta de evidências para investigar o
cometimento de um crime doloroso contra a vida. Esta etapa começa com a entrega da
denúncia ou reclamação e termina com a decisão de pronúncia, impronúncia,
desclassificação ou absolvição sumária. Na segunda fase, conhecida como “judicium
causae”, ou justiça da causa, o Júri decide uma acusação que foi aprovada na primeira
fase. O processo começa com o julgamento da sentença de pronúncia e termina com a
decisão do Juiz Presidente do Tribunal Popular.
Este tribunal é composto por um juiz presidente e vinte e cinco jurados. Sete
desses jurados serão escolhidos para formar o conselho de sentença, que deverá decidir
se um fato cometido foi violação ou não. Assim, o cidadão é encarregado de julgar o
crime. Essa decisão do jurado é baseada na intuição e não na lei. Por outro lado, esse é o
compromisso de examinar a causa com imparcialidade e tomar uma decisão segundo sua
justiça e consciência.
O processo de escolha do Corpo de Jurados pode ser voluntário ou não voluntário.
Os requisitos para a participação em ambas as atividades são os mesmos: idade mínima
de 18 anos, não ter sido processado criminalmente, ter idoneidade moral, o que significa
não ter sido processado, exercer plenamente os direitos políticos, como ser eleitor, residir
na circunscrição correspondente do Tribunal do Júri, e preste o serviço gratuitamente. Os
cidadãos que preenchem esses requisitos podem ser convocados para o serviço ou podem
oferecer voluntariamente.

Características do Tribunal do Júri

A pluralidade de defesa é uma das características mais notáveis do Tribunal do


Júri. Isso é demonstrado pela presença do Ministério Público, que serve como parte
acusadora, e de um defensor técnico, que se dedica a proteger os interesses do acusado.
Além disso, você tem a opção de contratar um advogado de sua escolha. A pluralidade
garante uma ampla defesa, que é uma das bases do devido processo legal.
O outro pilar do Tribunal do Júri é uma autonomia dos vereditos. As decisões dos
jurados sobre a culpa ou inocência do réu não podem ser revisadas pelo juiz togado. O
objetivo é preservar a autonomia dos jurados e aumentar a democracia no sistema de
justiça criminal.
O Tribunal do Júri garante o sigilo da votação. Os jurados votam de forma secreta,
o que os deixa livres de qualquer influência externa e os permitem fazer escolhas com
total independência e imparcialidade. O sigilo da votação protege os jurados e garante
que o julgamento seja imparcial. Tratados Internacionais e o Tribunal do Júri
O Brasil faz parte de vários tratados internacionais sobre direitos humanos que
afetam a operação do Tribunal do Júri. Por exemplo, o Pacto de São José da Costa Rica,
uma parte da Convenção Americana de Direitos Humanos, estabelece princípios como o
direito e um julgamento justo e o princípio da presunção de inocência, que devem ser
observados quando os crimes contra a vida dolorosos são julgados.
Além disso, o Brasil é signatário do Estatuto de Roma. Este Estatuto dá origem ao
Tribunal Penal Internacional e estabelece diretrizes para proteger testemunhas e vítimas.
O Brasil é obrigado por esses tratados e ajustar sua legislação e prática judiciária para
atender aos padrões internacionais de direitos humanos.
Como resultado, o Tribunal do Júri não está fora do contexto global. A
competência, as características e o funcionamento desse tribunal devem ser alinhados
com as obrigações internacionais do Brasil para garantir o respeito aos direitos
fundamentais de todas as partes envolvidas no processo, sejam elas acusação, defesa ou
sociedade.
O Tribunal do Júri é uma instância importante no sistema jurídico brasileiro, sendo
responsável pelo julgamento de crimes cruéis contra a vida. Ele tem características
específicas que garantem a plenitude de defesa, a soberania dos vereditos e o sigilo de
votação. Além disso, o Brasil deve cooperar com as organizações internacionais de
direitos humanos para garantir o respeito aos direitos fundamentais e o julgamento justo.

REFERENCIAS

BRASIL. Lei nº 11.689, de 9 de junho de 2008. Dispõe sobre a reforma do


Tribunal do Júri. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/l11689.htm. Acesso em 18 Set 2023.
Cláudia Seixas Advogados. Aspectos Principais do Tribunal do Júri no Brasil.
Disponível em: https://claudiaseixas.adv.br/aspectos-principais-do-tribunal-do-juri-no-
brasil/. Acesso em 18 Set 2023.
SONTAG, Ricardo. “A eloquência farfalhante da tribuna do júri”: o tribunal
popular e a lei em Nelson Hungria. História (São Paulo) [online]. 2009, v. 28, n. 2
[Acessado 18 Setembro 2023], pp. 267-302. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0101-90742009000200010>. Epub 23 Set 2010. ISSN 1980-
4369. https://doi.org/10.1590/S0101-90742009000200010.
TJDFT - Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. No Tribunal
do Júri, quem decide é a sociedade. Disponível em:
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2018/novembro/no-tribunal-do-
juri-quem-decide-e-a-sociedade. Acesso em 18 Set 2023.

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