Algumas Questoes Sobre Trib Juri
Algumas Questoes Sobre Trib Juri
Algumas Questoes Sobre Trib Juri
Fábio Dutra1
“E sem perda de tempo, congregaram os jurados que, escolhidos por sorteio, elevavam-
se a 559. Todos habituados a julgar criminosos comuns que, face aos juízes, nada mais
faziam senão implorar misericórdia. Jamais se haviam defrontado com um acusado
como Sócrates, um filósofo...”2
1 – Introdução
O julgamento popular tem sido apresentado no decorrer dos tempos como a mais
legítima manifestação da justiça, por garantir ao povo, diretamente, o exercício da
função jurisdicional e a imposição da pena àquele que violar a norma estabelecida para
todos os membros de uma determinada comunidade ou para justificar aqueles que ela
julgasse não merecedor de pena.
Não sem uma forte resistência, vemos que, constituição após constituição, o tribunal
popular tem sido mantido e prestigiado como uma prática sadia e benéfica aos interesses
da sociedade. Isso fez também a vigente Carta Magna.
JOSÉ FREDERICO MARQUES alinha-se com aqueles que consideram o Júri “como
o menos indicado dos tribunais para a difícil e delicada missão que está afeta à justiça
penal hodierna”, acrescentando que o júri “foi apontado outrora, como instituição
democrática destinada a substituir os magistrados profissionais das justiças régias do
ancien régime, que se curvavam às ordens dos dinastas de quem dependiam. No entanto,
a independência dos juízes togados no estado de direito e as transigências dos jurados
com os ’senhores do dia’ em democracias de pouca vitalidade ou em regimes
autoritários mostraram que no plano político não há mais razão para a manutenção do
Júri”.5
A origem do júri tem sido reivindicada por vários países e atribuída a diversos outros.
Os ingleses dizem que tal instituição lá surgiu, negando, inclusive, que tenha sido
introduzida no solo britânico pelos normandos; os franceses a reivindicam para a
França, assegurando que, meio século antes de Guilherme II, ali já existia uma assisa; os
russos a consideram nascida ali; e os escandinavos a reclamam para aquela região.
Outros a atribuem aos romanos, aos hebreus, aos gregos, etc.
VICENTE GRECO FILHO, em sua obra Manual de Processo Penal, leciona que “a
origem remota do júri é atribuída aos centeni comites de Roma, mas certamente a figura
pode ser dada como nascida na Inglaterra, a partir de Henrique II, por volta do ano
1100. No correr da história e nos diversos países, apresentou ele grandes variações de
estrutura, como o escabinado (tribunal misto, em que o juiz togado também vota), de
origem germânica ou franca e o assessorado, de origem italiana. O júri inglês, aliás, se
desdobra em grande júri, que decide sobre a forma de culpa, e pequeno júri, que profere
o julgamento definitivo”.6
PINTO FERREIRA também credita a forma definitiva do júri à Inglaterra, “no reinado
de Henrique II, depois da conquista normanda”. Acrescenta que “é muito antiga a
origem do júri, já com os dikastas gregos, muito embora tenha existido um júri sob
forma rudimentar na Grécia, como também em Roma. A propósito convém lembrar que
a eclesia julgava crimes. Tácito mostra inclusive na obra De Situ ac Populis
Germaniae a existência de um júri, é certo que sob forma rudimentar, entre os
germanos, eslavos, normandos e dinamarqueses”.7
MAGARINOS TORRES, no seu Instrução para Jurados, citado por ARY AZEVEDO
FRANCO, também alinha-se com aqueles que consideram ter tido a instituição do Júri
origem na Inglaterra. Elogiando o tribunal que ele presidia no Rio de Janeiro, então
Capital da República, dizia que “...a antiga instituição, virtualmente inglesa, que se
impôs à adoção do mundo civilizado pelo conceito filosófico sobre o crime, variante
com os tempos e lugares, também criou raízes no Brasil; e, discutida, embora, quanto ao
seu funcionamento, foi sempre defendida como garantia suprema das liberdades
cívicas”8.
RONALDO LEITE PEDROSA afirma que no artigo 48, da Magna Charta, de 1215,
pode ser vislumbrada com facilidade a espinha dorsal do júri, pelo qual obtiveram os
ingleses a garantia de que qualquer súdito somente seria julgado pelos próprios
concidadãos e não mais pelos prepostos do rei. “Ninguém poderá ser detido, preso ou
despojado de seus bens, costumes e liberdades, senão em virtude de julgamento de seus
pares segundo as leis do país”9, diz o citado dispositivo da Charta Magna.
Nos Estados Unidos, acrescenta PEDROSA, essa milenar instituição “ganhou relevo
especial, com uma composição de doze jurados para, simbolicamente, lembrar os doze
apóstolos, devendo a decisão ser tomada sempre por unanimidade, podendo os jurados
sempre confabular para chegarem a um veredicto: culpado ou inocente”10.
Após discorrer brevemente sobre o júri no país norte-americano, PEDROSA fala sobre
essa instituição no Direito brasileiro, lecionando que aqui “o júri é composto de sete
membros que decidem por maioria de votos, em votação secreta, sorteados no dia do
julgamento dentre vinte e um alistados, previamente escolhidos na sociedade.
Anualmente é feita a escolha em uma lista de trezentos a quinhentos nomes e, para cada
sessão de julgamento, um menor de dezoito anos deve fazer o sorteio dos vinte e um”11.
E conclui que “no dia do julgamento, também por sorteio, são definidos os sete
integrantes do conselho de sentença. Pela nossa lei é vedado aos jurados se
comunicarem entre si ou com qualquer outra pessoa, durante o julgamento, acerca do
feito em tela”.12
Nessa linha de raciocínio, e socorrendo-nos, mais uma vez, de Ary Franco sabemos
que “a cargo das legislações estaduais passaram a competência do Tribunal do Júri e o
rito processual dos crimes de sua competência, havendo, portanto, a maior diversidade
de leis sobre o assunto e todas elas tendentes a restringir essa competência, apesar do
preceito constitucional dispor que ficaria mantida a instituição”21.
CELSO RIBEIRO BASTOS afirma que “não foi a Constituição de 1934 que pôs em
derrocada a de 1891, uma vez que esta já se encontrava substituída pelo Decreto n.
19.398, de 11 de novembro de 1930, que instituiu juridicamente o Governo Provisório
oriundo da Revolução vitoriosa”23.
Salienta o referido constitucionalista que, sobre esta Carta, dois tópicos mostram-se
relevantes, chamando a atenção daqueles que a analisam: o primeiro diz respeito às
múltiplas divergências que dividiam as forças político-ideológicas da época; o segundo
refere-se à sua curtíssima duração, cerca de três anos.
A princípio surgiram vozes considerando que a instituição teria sido extinta; outras
lhes contrapunham, asseverando ter sido mantido o conselho popular. Entre os
primeiros levantaram-se o Min. Costa Manso em entrevista ao jornal O Globo, em 13 de
novembro de 1937, e o professor Cândido Mendes de Almeida, em artigo publicado
pelo Correio da Manhã. O primeiro reconsiderou o seu posicionamento, reconhecendo
que o júri foi mantido apesar da omissão da Carta de 1937.
O Governo, na vigência da Carta Política de 37, nomeou uma comissão para elaborar
uma nova lei sobre o Júri, composta de Magarinos Torres, Antônio Vieira Braga,
Nelson Hungria e Narcélio de Queiroz. O resultado dos trabalhos da referida comissão
foi o Decreto 167, de 5 de janeiro de 1938, em cuja Exposição de Motivos o ministro
Francisco Campos declarou: “É motivo de controvérsia a sobrevivência do Júri após a
Constituição de 10 de novembro. Argumenta-se que a nova Carta Constitucional
tacitamente aboliu o Tribunal Popular, de vez que não faz menção dele, deixando de
incluí-lo entre os ‘órgãos do Poder Judiciário’ enumerados no ser art. 90. A
improcedência do argumento é, porém, manifesta”. O grande jurista prossegue sua
peroração para concluir que “se outros méritos não tivesse o tradicional instituto (são
bem conhecidos os argumentos formulados em seu favor) teria, pelo menos, o de
corresponder a um interesse educacional do povo e o de difundir, no seio deste, a nítida
noção e o apurado sentimento da responsabilidade que lhe cabe como participante da
atividade do estado”26.
Apesar de mantida a instituição, que veio a ser estruturada pelo Decreto-lei n° 177, foi-
lhe negada soberania, podendo os tribunais de justiça reformar suas decisões, desde que
consideradas manifestamente contrárias às provas dos autos.
ROSAH RUSSOMANO afirma que o verbo manter teria abarcado a instituição como
um “sistema de fundo e não como regra de superfície’, de sorte que não se cogitou
jamais de desfigurar o tribunal, tornando-se, v.g., restrita a defesa ou público o voto dos
componentes do conselho de sentença”, acrescentando que a expressão “é mantida
instituição do júri... equivale à conservação do mesmo, em toda sua essencialidade”30.
O ato político de 1964, que aqui não se pretende estudar, deixou marcas em todos os
setores da vida nacional, não só pela profundidade de suas medidas, mas também pelo
tempo de sua duração. Durante aproximadamente vinte anos os militares comandaram a
vida pública, interferindo em todos os setores: da economia à saúde, da segurança à
educação, das empresas privadas às públicas, dos esportes ao judiciário, ...
A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso XXXVIII, diz ser garantida a
plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência
dos crimes dolosos contra a vida.34
Acrescentou que “a garantia de julgamento pelo tribunal do júri nos crimes dolosos
contra a vida e, ainda mais, com as garantias subsidiárias da plenitude da defesa, do
sigilo das votações dos jurados e da soberania dos veredictos” (inc. XXXVIII), vale
dizer que “outro tribunal não pode reformar o mérito da decisão do júri; pode anular o
processo por vício de forma, não mudar o mérito do julgamento”.35
Não se pode conceber a plenitude da defesa, simplesmente como o direito do réu de ser
assistido por um advogado. Importante que se lhe assegure a escolha de um profissional
de sua confiança, capacitado e com disponibilidade de tempo para tratar dos seus
interesses. Isso seria ideal.
Um dos motivos que embasavam tal entendimento tinha repouso no próprio texto
constitucional, segundo o qual “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade... (art. 93, inc.
IX).
O referido dispositivo, no entanto, na sua parte final, assegura ser possível que a lei,
“se o interesse público o exigir, limite a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados ou somente a estes”.
Uadi Lamego Bulos, analisando este dispositivo constitucional, afirma que “através do
sigilo das votações a opinião dos jurados fica imune às interferências externas,
protegendo-se a livre manifestação do pensamento. Mesmo os jurados formulando
perguntas, nos momentos de dúvidas, e indagando sobre as dúvidas surgidas na leitura
dos autos ou na exposição dos fatos pela defesa técnica, a proteção ao segredo da
votação não se desfigura. Na sala secreta, através da distribuição de cédulas para coletar
os votos, o vetor constitucional processual penal do sigilo das cotações é alvo de
observância rigorosa, a fim de resguardar a decisão dos jurados”.37
O Supremo Tribunal Federal em acórdão que teve como relator o Min. OCTÁVIO
GALLOTTI, assentou que na existência de duas teses contrárias, havendo plausibilidade
na escolha de uma delas pelo corpo de jurados, o Tribunal de Justiça não poderia anular
o veredicto, deferindo o habeas corpus que buscava restabelecer a sentença que
absolvera o paciente. No caso, o acórdão do Superior Tribunal de Justiça mantivera
decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo a qual, salientando a exígua
maioria de 4 a 3, entendera “aconselhável e conveniente que outro Conselho de
Sentença, analisasse com esmero e acuidade, os elementos probatórios existentes nos
autos e profira um outro veredicto”.38
Quanto à competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida a doutrina
entende ser possível que a lei estabeleça outras hipóteses em que caiba o julgamento ao
Tribunal do Júri40. Aliás, não se pode esquecer que, no Brasil, o primeiro tribunal
popular tinha competência para julgar os delitos de imprensa (Lei de 28 de junho de
1822).
VICENTE GRECO FILHO, em seu Manual de Processo Penal, entende ser tal
dispositivo inconstitucional “por violar o princípio de liberdade de que ninguém pode
ser processado duas vezes pelo mesmo fato”. E pergunta ele: “por que nos crimes
dolosos contra a vida alguém pode sofrer o constrangimento de um processo penal sem
que isso extinga definitivamente a pretensão punitiva e nos demais crimes não? Qual a
diferença do homicídio com relação ao latrocínio, por exemplo? Neste, normalmente
muito mais reprovável, considerado, aliás, crime hediondo, a absolvição por falta de
provas impedirá qualquer nova ação penal sobre o mesmo fato”. E conclui dizendo que
“não existe mais razão social ou jurídica para que a impronúncia admita nova ação
penal sobre o mesmo fato”.41
Acrescenta que “não se nega que o júri seja o juiz natural dos crimes dolosos contra a
vida, mas o é somente para os casos em que a garantia da liberdade esteja preservada
pela triagem feita pelo juiz togado da primeira fase, que deverá impronunciar ou
absolver sumariamente em todos os casos em que a condenação possa significar uma
injustiça, ainda que não prevista expressamente a hipótese no Código de Processo
Penal”.42
O Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul decidiu que “com o advento da nova
Constituição Federal baniu-se da administração da Justiça Criminal o sistema
inquisitivo e implantou-se o sistema acusatório, cuja característica principal é,
exatamente, a repartição, entre órgãos autônomos diversos, das funções de acusar e de
julgar. Com efeito, é o que dispõe expressamente o artigo 129, I, da CF ao estabelecer
constituir função institucional do Ministério Público promover privativamente a ação
penal pública. Assim, consistindo a apelação de ofício forma de iniciativa da ação penal
e sendo esta, quando pública, privativa do Ministério Público, segue-se como tendo sido
revogados pelo artigo 129, I, da CF as normas que obrigam os juízes a recorrer de ofício
(art. 574, I e II, do CPP e 7º da Lei 1.521) pela excrescência jurídica que encerram e
pela dicotomia decorrente do princípio processual”.46
O mesmo Tribunal, em pelo menos duas outras oportunidades, e por outras turmas,
decidiu em sentido radicalmente contrário: “Recurso ‘ex officio’. Reabilitação.
Compatibilidade com o art. 129, inc. I, da CF. Os denominados ‘recursos necessários’, a
que alude a legislação processual penal brasileira, não são verdadeira e ontologicamente
recursos, mas sim atos de impulso processual, perpetrados cogentemente pelo
magistrado, com o escopo de alcançar o provimento jurisdicional de mérito definitivo,
em hipóteses em que o legislador entendeu tratar-se de matéria relevante, dada a
presença de interesses socialmente elevados na escala axiológica. Portanto, o recurso de
ofício não se encontra revogado frente ao art. 129, inc. I, da CF. Assim, por maioria,
conheceram do recurso e, no mérito, à unanimidade, negaram provimento”.47 “O
recurso de ofício não foi extinto pelo art 129, inc. I, da constituição Federal de 1988”.48
Embora possa parecer, à primeira vista, que a soberania das votações estaria
suprimindo o direito ao duplo grau de jurisdição, não mais expressamente previsto
como princípio na atual Constituição, não é bem assim, pois possibilitou a lei que o
feito seja submetido a uma dupla apreciação, em alguns casos:
Por entenderem, alguns setores da doutrina, que seria defeso ao juiz togado proferir
sentença de absolvição sumária, por não ser sua a competência para julgar os crimes
dolosos contra a vida, entendeu o Supremo Tribunal Federal ser perfeitamente
admissível que isso ocorresse, sendo constitucional tal provimento, na medida em que
“o art. 411, do Código de Processo Penal não afronta o dispositivo constitucional que
atribui ao júri a competência para julgar os delitos contra a vida” (Agravo 159.303, Rel.
Min. CELSO DE MELLO, j. 15.5.95).
5 - Conclusões
b – a plenitude da defesa está inserida em um plano ideal, posto que por falta de
disponibilidade de elementos materiais, não é possível o esgotamento dos “meios e
recursos a ela inerentes”.
d – ainda que a lei brasileira não tenha contemplado outra hipótese de julgamento pelo
júri, que não nos ilícitos cometidos contra a vida, a carta magna não o veda expressa ou
tacitamente.
e – a lei poderá estabelecer que os julgamentos pelo júri também abranjam questões
que não referentes “a crimes dolosos contra a vida”. Também poderá estabelecer que os
crimes culposos, os crimes contra o patrimônio, etc. sejam objeto de apreciação pelo
tribunal do popular. Até mesmo o julgamento de feitos cíveis poderiam ser acometidos
aos juízes leigos.
f – o instituto do júri é aquele que mais se aproxima das antigas formas coletivas de
julgamento em que o povo diretamente, em ambientes propícios, em praças públicas,
era chamado a proferir o veredicto a respeito de fatos relevantes da vida social.
i – há juristas que amam a instituição do júri e outros que a repudiam. Os motivos são
vários e perpassam desde a pureza do decisum proferido pelo tribunal do Júri até o alto
custo para a sua realização; dá mais validade ao julgamento plural e leigo ao pouco
preparo intelectual e cultural dos jurados.
j - a despeito das divergências entre os juristas que exercem suas atividades na seara
processual penal, a respeito da utilidade do tribunal do júri, essa instituição permanece
viva e pujante no direito brasileiro, inabalável em suas estruturas. Vive le pouvoir! Vive
la vie!
6 – Bibliografia
FERREIRA, Pinto. Curso de Direito Constitucional, Saraiva, São Paulo, 11ª ed.,
2001.
MELO, Carlos Alberto Torres de. Júri: Democracia que não pode faltar, in Revista de
Direito do Tribunal de Justiça, RJ, vol. 36.
MACABU, Adilson Vieira. Revista de Direito do Tribunal de Justiça, RJ, vol. 36.
PARADA NETO, José. in Tribunal do Júri, coord. ROGÉRIO LAURIA TUCCI, RT,
SP, 1999.
SILVA, José Afonso da. Manual da Constituição de 1988, Malheiros, São Paulo,
2002.
3 Júri: Democracia que não pode faltar, in Revista de Direito do Tribunal de Justiça,
RJ, vol. 36, p. 49.
4 Discurso in Revista de Direito do Tribunal de Justiça, RJ, vol. 36, p. 446.
11 Idem, p. 215.
18 Coleção Terra Brasilis, vol. III, Ed. Objetiva, Rio de Janeiro, 1999, pp. 15/16.
26 idem, p. 21.
27 AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO, Direito Constitucional, Forense, RJ, 3ª
ed., 1987, p. 128.
37 Constituição Federal Anotada, Editora Saraiva, São Paulo, 2002, 4ª ed., p.202.
40 JÚLIO FABBRINI MIRABETE, Processo Penal, Atlas, SP, 8ª ed., 1998, p. 483.
44 RT 557/354.
45 RT 560/426.
46 RT 659/305-6.
47 JTAERGS 89/28.
48 RJDTACRIM 23/467.
49 São possíveis quatro tipos de decisão quando apreciados os tais crimes dolosos
contra a vida: a) – pronúncia (art. 408, caput e §§ 1° e 2°); b) – impronúncia (art.
409); c) – desclassificação (art. 408, § 4°); d) – absolvição sumária (art. 411).
Havendo pronúncia cabe o recurso em sentido estrito (art. 581, inc. IV), similar ao
antigo agravo de instrumento cível, pela defesa, hipótese em que o juiz poderá
despronúnciar o réu em juízo de retratação (art. 589, caput). Havendo retratação para
pronúncia, no prazo de cinco dias, o defensor poderá, mediante simples petição,
recorrer, não sendo exigidas de novas razões (art. 589, parágrafo único). A
impronúncia não exonera o réu de ser novamente processado pelo mesmo fato, mas
serão necessárias novas provas e que não tenha ocorrido a extinção da punibilidade.