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Gilson Brito Ferreira
Resumo
Este trabalho propõe apresentar uma visão geral sobre o Tribunal do
Júri, suas vantagens e desvantagens e uma reflexão da inclusão dos
crimes políticos em sua competência.
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Rômulo de Andrade Moreira – Professor Orientador – Promotor de Justiça na Bahia, professor de
Direito Penal, pós-graduado lato sensu em Direito Penal pela Universidade de Salamanca (Espanha),
especialista em Processo pela UNIFACS.
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Aluno do 4º ano do curso de Direito da UNIFACS.
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do Egito sob a orientação de Moisés. Segundo o Pentateuco , as leis embora
subordinassem o magistrado ao sacerdote, foram as primeiras que interessaram os
cidadãos nos julgamentos dos tribunais. Alguns sugerem que o Tribunal teve origem na
época clássica de Grécia e Roma, enquanto outros acreditam que seja na Inglaterra.
Porém foi na Inglaterra que o Tribunal do Júri realmente recebeu os moldes parecidos
ao que vemos hoje, perdendo os fundamentos teocráticos e ganhando uma estrutura que
colocava nas sentenças o desejo do povo. Foi através desse país que essa instituição se
espalhou pela Europa e pela América.
Em sua gênese, o Júri inglês era formado por pessoas que testemunhavam e
julgavam de uma só vez, consolidando-se em um único Júri de acusação e julgamento.
Depois, a partir do século XVII, as duas funções passaram a ser distintas, adotando o
sigilo do julgamento e consolidando o número de doze jurados (4).
Na plenitude de defesa o réu tem além da ampla defesa, o direito que o Conselho
de Sentença seja formado por um grupo misto da população que seja constituído por
moradores da Comarca ou Seção Judiciária. O sigilo da votação serve para resguardar a
liberdade do julgamento individual dos jurados. Isso não deixa de ser uma exceção à
regra geral da publicidade; existe até um debate para a proteção do jurado que após o
quarto voto igual, deveria se encerrar a contagem dos votos, para que não ocorresse de
haver decisão unânime e quebrar assim esse sigilo. Na soberania dos veredictos, embora
exista previsão de recursos dos julgamentos do júri, sua sobreposição não é afetada;
esse princípio fica ajustado aos outros princípios gerais do direito. Esta é a posição do
Supremo Tribunal Federal, segundo sua jurisprudência, desde que não retire a
competência do júri de dar a palavra final sobre a matéria discutida.
O Tribunal do Júri é composto por sete pessoas comuns e por um juiz de direito
que é o presidente desse tribunal. Essas pessoas são sorteadas em uma lista que é feita
uma vez por ano. A competência do Júri foi retirada pelo legislador nos casos de
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Prerrogativa de Função , onde as autoridades seriam julgadas pelos tribunais
especificados na Constituição Federal, devido à importância das funções que
desempenham.
Somente são julgados pelos Tribunais do Júri, os réus acusados dos crimes
dolosos contra a vida consumados ou tentados e os crimes conexos. São eles:
Temos que concordar que a atual forma de julgamento dessas autoridades não
vem alcançando êxito de fato. São escândalos diários que nos chegam pelos meios de
comunicação, principalmente em ano de eleição, e o jargão mais ouvido e visto é que
“tudo acaba em pizza”. Os cofres públicos não são restituídos e milhões de pessoas
ficam sofrendo por que o Estado não tem dinheiro para investir na saúde, na educação e
outros serviços indispensáveis para a sobrevivência da sua população. Será que isso
também não é um crime doloso contra a vida? Ou melhor, não contra uma pessoa, mas
contra uma nação inteira?
Existem alguns paises europeus onde há o Escabinado, ou seja, juízes leigos que
conjuntamente com juízes de direito decidem, primeiramente, sobre a pretensão
deduzida e, a seguir, sobre a aplicação da pena, sempre em conjunto. Isso poderia ser
uma boa opção para que não houvesse dúvidas em relação à preparação das pessoas que
compõe o Tribunal.
Existem algumas observações para que a garantia fundamental possa ser melhor
aplicada como: Separação do Ministério público e acusação, onde esse tão importante
órgão assumiria somente o que diz a Constituição de 1988, em seu artigo 127, onde
mostra que o principal papel desse órgão é a defesa dos interesses sociais e individuais
indisponíveis da população, ou seja, ele acompanharia a legalidade do julgamento e a
acusação a outro órgão. Deveria ser implantado um sistema de gratificação aos que
participassem do Tribunal do Júri, bem como incentivos às empresas para que seus
empregados fossem alistados. Assim realmente ocorreria um dos deveres da formação
do Júri, que é a composição de várias classes, e não o que ocorre hoje em dia, onde a
maior parte desse Tribunal é formada por servidores públicos e profissionais liberais,
demonstrando assim que não esta ocorrendo um julgamento de iguais por iguais e sim
de uma classe privilegiada contra outra composta em sua maioria de pobres. Outro
ponto onde há muitas controvérsias é a inconstitucionalidade da incomunicabilidade dos
jurados.
A incomunicabilidade do júri está prevista no art. 458, § 1 da Constituição
Federal. O juiz advertirá os jurados de que, após serem sorteados, não poderá
comunicar-se com ninguém, nem revelar sua opinião sobre o caso, sob pena de exclusão
do conselho e multa. Sobre este assunto Paulo Rangel (9), escreveu em sua monografia:
Referências bibliográficas:
LINS E SILVA, EVANDRO. A defesa tem a resposta. 3.ed. Rio de Janeiro : AIDE Editora,
1991.
MARQUES, JOSE FREDERICO. O juri e sua nova regulamentação legal. São Paulo: Saraiva,
1948.
TUBENCHLAK, JAMES. Tribunal do juri: contradições e soluções. 4. ed. São Paulo: Saraiva
1994.
PASSOS, BRUNO TEIXEIRA DA ROCHA; Universidade Salvador - UNIFACS. Tribunal do
júri: instrumento de democracia. 2005.
LAPA, EMANUELA POMPA; MOREIRA, RÔMULO DE ANDRADE; Universidade Salvador
- UNIFACS. Tribunal do júri: realidade dogmática, estrutural e ritualista. 2000.
RANGEL, PAULO: Inconstitucionalidade da incomunicabilidade do Conselho de Sentença
no Tribunal do Júri brasileiro. Tese apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor,
ao Programa de Pós-Graduação em Direito, Setor de.
Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Jacinto Nelson
de Miranda Coutinho, pg 103 e 104.