Jessica
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Jessica
ACONSELHAMENTO
Tete,agosto de 2023
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO I....................................................................................................................................1
1. Introdução.........................................................................................................................................1
CAPÍTULO II...............................................................................................................................2
2. Avaliação Psicológica......................................................................................................................2
3.1. Quais são os princípios éticos básicos que regem o uso da avaliação psicológica?..........7
CAPÍTULO III............................................................................................................................10
4. Conclusão.......................................................................................................................................10
5. Referencias bibliográficas..............................................................................................................11
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CAPÍTULO I
1. Introdução
Os caminhos percorridos na área da Avaliação Psicológica (AP) são longos e apresentam destaque, em
especial nas ultimas décadas, caracterizados por um período de amplas discussões, elaboração de novas
normas e um compromisso firmado com os profissionais que se debruçam sobre as suas praticas e
buscam, incessantemente, pelo conhecimento cientifico, voltados para a sua formação e pratica diária.
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CAPÍTULO II
2. Avaliação Psicológica
A Avaliação Psicológica refere-se a um conjunto de procedimentos confiáveis que permitem ao
psicólogo julgar vários aspectos do individuo através da observação de seu comportamento em
situações padronizadas e pré-definidas. (Pasquali, L & Tróccoli, B., LabPAM – UNB)
A Avaliação Psicológica se refere ao modo de conhecer fenômenos e processos psicológicos por meio
de procedimentos de diagnóstico e prognóstico e, ao mesmo tempo, aos procedimentos de exame
propriamente ditos para criar as condições de aferição ou dimensionamento dos fenômenos e processos
psicológicos conhecidos. (Alchieri, J.C. & Cruz, R.M., 2004)
A Avaliação Psicológica é um processo flexível e não padronizado, que tem por objetivo chegar a uma
determinação sustentada a respeito de uma ou mais questões psicológicas através de coleta, avaliação e
análise de dados apropriados ao objetivo em questão. (Urbina, 2007)
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2.2. Dimensões do processo de Avaliação Psicológica
Avaliar nunca é simples, nem rápido, nem fácil. A respeito da dimensão técnica, o psicólogo necessita
ter, antes de mais nada, um vasto conhecimento em relação às técnicas que pretende utilizar, assim
como uma possibilidade de crítica consciente em relação aos instrumentos de avaliação que utiliza
(testes, dinâmicas de grupo, observação, entrevista e outros). Obviamente, a formação dada pelas
Faculdades de Psicologia nesta área é insuficiente para o pleno domínio das técnicas e de si mesmo,
principalmente, porque ainda o nosso ensino é compartimentalizado e a formação prioriza o aspecto
técnico e não o científico em geral. Aprendemos mecanicamente como aplicar diversas técnicas, mas
não experienciamos a integração dos dados obtidos, a análise acurada dos mesmos, o levantamento de
hipóteses a partir dos dados coletados, a dinâmica, afinal, que sempre estará presente em um processo
de avaliação. Sempre, por melhor que tenha sido a formação do psicólogo, ele deve buscar cursos de
pós- formação para aperfeiçoar os seus conhecimentos.
· A dimensão ética deve sempre direcionar qualquer trabalho, especialmente este que tratamos.
Falamos aqui de respeito ao semelhante, à sua dor, às obrigações de causar o menor dano
possível com a nossa intervenção e à sustentação dos resultados, mesmo que havendo pressões
de todos os tipos (pais, chefias e outros). Também gostaria de ressaltar a obrigatoriedade de
fazer entrevistas de devolução, premissa esta muito esquecida pelos psicólogos, e que pode
servir como um momento muito especial de crescimento para o nosso cliente, se bem realizada
e levando em conta todas as dimensões citadas.
· A dimensão legal tem sido amplamente questionada: o Estado tem o direito de investigar a vida
de um cidadão que pretende ter um emprego ou uma Carteira Nacional de Habilitação? Que
conseqüências legais a interdição de um membro de uma determinada família trará para o
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mesmo? Qual o valor legal do uso de técnicas desatualizadas, não adaptadas à população
brasileira?
· A dimensão profissional diz respeito a todas as implicações e consequências de ordem
profissional no momento de uma avaliação, da entrega de um laudo ou da devolução de
resultados. Qual é o nível de seriedade e isenção que esse profissional apresentou para tanto?
Qual é o seu posicionamento a respeito de uma avaliação realizada pelo seu colega e que agora
se encontra em suas mãos, em grau de recurso? Prefiro agradar o meu chefe e manter o meu
emprego a ser coerente com um trabalho e uma imagem profissional? Quais as consequências
para a classe de psicólogos de um trabalho mal-feito, covarde, que cede a pressões?
· A dimensão social se refere às reflexões mais amplas da nossa sociedade. A instituição
(Estado, empresa) tem o direito de investigar a vida de um cidadão que pretende ter um
emprego ou uma Carteira Nacional de Habilitação? Em que mecanismos sociais segregatórios a
avaliação psicológica pode colaborar? Qual o uso deste tipo de trabalho e que fins de
manipulação ele pode ter?
Desta forma, a avaliação psicológica nunca é simples, nunca é isenta de consequências que podem ser
muito sérias para o cliente e para a imagem da nossa classe. Independente do local onde o psicólogo
atue e dos objetivos de sua avaliação, não é possível a prática de aplicações e correções de testes sem
consciência e sem compreensão da complexidade deste trabalho.
Toda sociedade possui regras de convivência humana. Sabemos que não podemos andar sem roupas
nas ruas, que não podemos matar uma outra pessoa e que devemos cuidar bem de nossos filhos. Essa é
a moral, ou seja, um conjunto de princípios que norteiam a ação dos homens em sociedade. Cada
sociedade, evidentemente, possui suas normas sociais fruto da construção de sua história. A ética é, por
sua vez, a ciência da reflexão crítica desses princípios, os quais referem-se aos ideais da conduta
humana.
Dessa forma, é fácil entender o que é a ética profissional: são deveres e princípios morais no exercício
de determinada profissão. Pressupõe a crítica sobre a consistência e a coerência dos valores que
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norteiam o nosso trabalho. O Código de Ética expressa sempre uma concepção de homem e de
sociedade,
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determinando as direções das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em princípios e normas que
devem pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais.
Os dois principais documentos que compõem os preceitos da Ética Profissional do Psicólogo são o
Código de Ética (cuja última versão é de 2005) e o Guia de Princípios Éticos da APA (American
Psycological Association), de 1953.
O atual Código de Ética Profissional do Psicólogo - o terceiro da categoria -, entrou em vigor no dia 27
de agosto de 2005, após a publicação da Resolução 10/2005. Sua missão primordial é assegurar um
padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social da categoria, dentro de valores relevantes para
a sociedade e para a prática desenvolvida.
O Código de Ética é um instrumento de reflexão que tem ainda os objetivos de discutir os limites e
interseções relativos aos direitos individuais e coletivos (sociedade, colegas, usuários e beneficiários),
contemplando a diversidade da profissão. Apresenta, assim, as responsabilidades e deveres do
profissional para a população, oferecendo diretrizes para a sua formação, além de balizar os
julgamentos de suas ações.
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· Acesso ao conhecimento da ciência
· Posicionamento crítico
Complementando as idéias principais do Código, a APA determinou seis princípios básicos para a
formação e atuação do psicólogo.
Primeiramente, a competência técnica, que envolve manter um alto padrão de exigência em seus
trabalhos, reconhecendo seus limites e oferecendo apenas serviços para os quais está habilitado. Isso
subentende, também, a constante reciclagem do conhecimento, acompanhando as mudanças científicas
da área de predominante atuação.
Respeitar a dignidade das pessoas, principalmente, em uma sociedade que tem mais consciência de
seus direitos, é fundamental. Reconhecer que as pessoas têm direito à privacidade e à confidencialidade
do que é discutido dentro do ambiente de atendimento. É um princípio básico da atuação da Psicologia.
Além disso, entender que as pessoas são autodeterminadas e que têm autonomia sobre suas atitudes;
pontos os quais devem estar sempre na mente do profissional durante o atendimento e após ele.
Relacionado ao que foi discutido no parágrafo anterior está a preocupação com o bem-estar do outro.
Isso significa que qualquer conflito que porventura possa ocorrer na prática profissional deve ser
resolvido da melhor forma possível, minimizando os riscos envolvidos.
A discussão até o presente momento sobre Ética Profissional dispõe aos psicólogos que atuam na área
de Avaliação Psicológica a observância e o respeito de alguns princípios fundamentais. Abaixo, alguns
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pontos enumerados por uma pesquisa de Pietro, Muniz, Almeida e Bartram (1999). Segundo o estudo, a
postura inadequada do profissional fere princípios de responsabilidade e ética:
Os pontos ressaltados pelos autores refletem situações que comumente são vistas na atuação de
profissionais pouco atualizados: utilização de materiais antigos e folhas de resposta produzidas por eles
próprios, utilização de testes que não constam como aprovados na listagem do SATEPSI, aplicação de
testes por pessoas que não são psicólogos ou estudantes de Psicologia, resistência em divulgar o
resultado da Avaliação para o avaliando, entre outros.
Dessa forma, é importante que o psicólogo esteja ciente de seus direitos e deveres frente ao atendido,
evitando problemas futuros com a legislação e garantindo credibilidade ao trabalho da classe.
3.1. Quais são os princípios éticos básicos que regem o uso da avaliação psicológica?
mesmos que regem todas as práticas da psicologia e das condutas das(os) psicólogas(os): os princípios
norteadores do Código de Ética da Profissional da Psicologia. Destacam-se aquelas relativas à prática da
Avaliação Psicológica e referidas nos arts. 1º, 2º, 9º e 18:
b) assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado
pessoal, teórica e tecnicamente;
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c) prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza
desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na
ciência psicológica, na ética e na legislação profissional;
i) zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda e forma de divulgação do
material privativo do psicólogo sejam feitas conforme os princípios deste Código;
k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais,
atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados
da avaliação;
Art. 9º É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da
confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício
profissional.
Art. 18. O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e
técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão.
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Junto a esses princípios éticos básicos, a(o) psicóloga(o) precisa ter ciência das demais resoluções
relacionadas à prática da avaliação psicológica, em especial a Resolução CFP nº 9/2018, em vigência,
que estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da
psicóloga e do psicólogo e regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI); a
Resolução CFP nº 6/2019, que institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos
pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional; além da Resolução CFP nº 11/2018 e da Resolução nº
4/2020, que, entre outras condutas, abrangem as relacionadas à prestação de serviço de Avaliação
Psicológica on-line.
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CAPÍTULO III
4. Conclusão
A Psicologia é uma ciência e como tal, uma área de grande conhecimento para si e para os demais que
buscam beber na sua fonte, ao disponibilizar conhecimentos que ampliam o fazer de muitas outras
áreas e profissionais, permitindo a troca e permanência do dialogo cientifico em toda a sua extensão.
Cabe aos profissionais e futuros profissionais honrar estes conhecimentos e perpetuar o fazer teórico-
prático da nossa profissão, zelando e contribuindo para com a sociedade, no intuito de um fazer ético e
responsável naquilo que nos propomos fazer.
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5. Referencias bibliográficas
ALCHIERI, J. C.; NORONHA, A P. P.; PRIMI, R. Guia de Referência: Testes Psicológicos
Comercializados no Brasil, Ed. Casa do Psicólogo, SP, 2003.
ALCHIERI, J. C.; CRUZ, R.M.; HOFFMANN, M.H. Comportamento Humano no Trânsito. Ed.
Casa do Psicólogo, SP, 2003.
CFP (Conselho Federal de Psicologia). Resolução CFP nº 10, de 21 de julho de 2005. Aprova o
Código de Ética Profissional do Psicólogo. [S.l.: s.n.], 2005. Disponível em:
https://atosoficiais.com.br/cfp. Acesso em: 1 jul. 2022.
CFP (Conselho Federal de Psicologia). Resolução CFP nº 6, de 29 de março de 2019. Institui regras
para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional e
revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº 7/2003 e a Resolução CFP nº 4/2019. [S.l.:
s.n.], 2019. Disponível em: https://atosoficiais.com.br/cfp. Acesso em: 1 jul. 2022.
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