Avaliação Psicológica: Definição, Histórico E Elaboração

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: DEFINIÇÃO,


HISTÓRICO E ELABORAÇÃO
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: DEFINIÇÃO,


HISTÓRICO E ELABORAÇÃO

DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00

ATENDIMENTO AO ALUNO
editorafamart@famart.edu.br
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Sumário

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ........................................................................................................... 4


QUESTÕES SOBRE USO DOS TESTES PSICOLÓGICOS................................................................. 14
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO TRÂNSITO .................................................................................. 24
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA MANUSEIO DE ARMA DE FOGO ............................................ 27
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONCURSO PÚBLICO ................................................................ 30
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DAS CIRURGIAS ELETIVAS ....................................... 33
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO ....................... 34
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DA AVIAÇÃO ........................................................... 35
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA .................................................. 37
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 39
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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

A Avaliação Psicológica é um processo técnico e científico realizado com pessoas ou


grupos de pessoas que, de acordo com cada área do conhecimento e com as demandas
exigidas, requer metodologias específicas. A Resolução CFP nº 9/2018, em vigência, define a
Avaliação Psicológica como um processo estruturado de investigação de fenômenos
psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover
informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em
demandas, condições e finalidades específicas. Nesse sentido, enfatiza-se que a avaliação
psicológica é dinâmica e constitui-se em fonte de informações de caráter explicativo sobre os
fenômenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de
atuação do psicólogo – dentre eles, clínico, saúde, educação, trabalho, contextos de
avaliações compulsórias e outros setores em que ela se fizer necessária. Trata-se de um
estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, que envolve a escolha de
procedimentos adequados às demandas e fins aos quais a avaliação se destina.
Ainda de acordo com a Resolução CFP nº 9/2018, em vigência, na realização da
Avaliação Psicológica, a(o) psicóloga(o) deve basear sua decisão, obrigatoriamente, em
métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos reconhecidos cientificamente para uso
na prática profissional da(o) psicóloga(o) (fontes fundamentais de informação), podendo, a
depender do contexto, recorrer a procedimentos e recursos auxiliares (fontes
complementares de informação).
Consideram-se fontes fundamentais de informação: a) Testes psicológicos aprovados
pelo CFP para uso profissional da psicologia e do psicólogo e/ou; b) Entrevistas psicológicas,
anamnese e/ou; c) Protocolos ou registros de observação de comportamentos obtidos
individualmente ou por meio de processo grupal e/ou técnicas de grupo. Já as fontes
complementares de informação abarcam:
a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam respaldo da literatura
científica da área e que respeitem o Código de Ética e as garantias da legislação da profissão;
b) Documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios de equipes
multiprofissionais.
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Avaliação psicológica e testagem psicológica

A avaliação psicológica é um processo amplo que envolve a integração de informações


provenientes de diversas fontes de informação, dentre elas: testes psicológicos, entrevistas,
observações sistemáticas e análises de documentos. A testagem psicológica, por sua vez, diz
respeito à aplicação dos testes psicológicos e obtenção de informações a partir dessa
testagem. Assim, a testagem psicológica é uma etapa da avaliação psicológica. Na literatura
científica é assinalado que a avaliação psicológica deve considerar o contexto em que o
avaliando está inserido, atentando para seus determinantes biopsicossociais. A avaliação
psicológica refere-se a processo. Embora pareça que a distinção entre avaliação psicológica e
testagem psicológica esteja superada, é imperioso que as práticas psicológicas incorporem
tais diferenças.
O processo de Avaliação Psicológica provê informações importantes para o
desenvolvimento de hipóteses, que levem à compreensão das características psicológicas da
pessoa ou de um grupo. Essas características podem se referir à forma como as pessoas irão
desempenhar uma dada atividade, à qualidade das interações interpessoais que elas
apresentam, se terão atitudes adequadas quando estiverem dirigindo um veículo automotor,
entre outros. Assim, dependendo dos objetivos da avaliação psicológica, a compreensão
poderá abranger aspectos psicológicos de naturezas distintas. É importante notar que a
qualidade do conhecimento alcançado depende da escolha de instrumentos/estratégias que
maximizem a qualidade do processo de Avaliação Psicológica, além de sustentações teóricas
que qualifiquem métodos e processos. Portanto, a testagem compõe a avaliação psicológica,
e esta, por ser mais abrangente, poderá fornecer respostas mais amplas sobre um conjunto
de informações do indivíduo avaliado.
Por intermédio do processo da avaliação, as(os) psicólogas(os) buscam informações
que os ajudem a compreender o funcionamento psicológico das pessoas, grupos e/ou
instituições e suas relações intra e interpessoais. A partir dessa compreensão, a(o)
psicóloga(o) tem condições de responder de forma mais sustentada às demandas psicológicas
que foram objetos do processo avaliativo e, se necessário, delinear intervenções.
No entanto, o funcionamento psicológico, as interações e cada comportamento
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humano é resultado de um conjunto de fatores que interagem e torna complexo o


entendimento dos fenômenos psicológicos. Diante disso, é praticamente impossível entender
e considerar todas as nuances psicológicas a ponto de responder a uma demanda com
certeza inquestionável ou prever um comportamento deterministicamente. As avaliações têm
um limite em relação ao que é possível entender e prever. Entretanto, avaliações calcadas em
métodos cientificamente sustentados chegam a respostas muito mais confiáveis que opiniões
leigas no assunto ou o puro acaso. Os limites da avaliação psicológica denotam os limites e o
respeito da ciência psicológica em relação a grandiosidade, complexidade e instigante
subjetividade humana.
Os princípios éticos básicos que regem a prática da avaliação psicológica são os
mesmos que regem todas as práticas da psicologia e das condutas das(os) psicólogas(os): os
princípios norteadores do Código de Ética da Profissional da Psicologia. Destacam-se aquelas
relativas à prática da Avaliação Psicológica e referidas nos arts. 1º, 2º, 9º e 18:

Art. 1º São deveres fundamentais do psicólogo:


b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja
capacitado pessoal, teórica e tecnicamente;
c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e
apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas
reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação
profissional;
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações
concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional;
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços
psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que
afetem o usuário ou beneficiário;
h) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda e forma
de divulgação do material privativo do psicólogo seja feita conforme os princípios deste
Código;
Art. 2º Ao psicólogo é vedado:
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g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico científica;


h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas,
adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas;
i) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais
ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado
ou a fidelidade aos resultados da avaliação;
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços
psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações.

Art. 9º É dever de o psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por


meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha
acesso no exercício profissional.
Art. 18. O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos
instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão.

Junto a esses princípios éticos básicos, a(o) psicóloga(o) precisa ter ciência das demais
resoluções relacionadas à prática da avaliação psicológica, em especial a Resolução CFP nº
9/2018, em vigência, que estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no
exercício profissional da psicóloga e do psicólogo e regulamenta o Sistema de Avaliação de
Testes Psicológicos (Satepsi); a Resolução CFP nº 6/2019, que institui regras para a elaboração
de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional; além da
Resolução CFP nº 11/2018 e da Resolução nº 4/2020, que, entre outras condutas, abrangem
as relacionadas à prestação de serviço de Avaliação Psicológica on-line.

Diversos são os conhecimentos e habilidades que a(o) psicóloga(o) precisa demonstrar


com competência para realizar uma avaliação psicológica baseada na ética, técnica e ciência.
A formação em um curso superior de Psicologia e a inscrição ativa no Conselho Regional de
Psicologia não garantem as competências necessárias para se realizar uma avaliação
psicológica com qualidade.
As competências necessárias para que a(o) psicóloga(o) realize uma avaliação
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psicológica podem ser consultadas na Resolução CFP nº 18/2019, que trata da especialidade
em Avaliação Psicológica. A descrição das competências da especialista em Avaliação
Psicológica cabe a todas(os) as(os) psicólogas(os) que fazem avaliação psicológica,
independentemente de ter ou não o título nessa especialidade. As competências listadas na
Resolução CFP nº 18/2019 são essenciais para qualquer processo avaliativo realizado por
todas(os) as(os) psicólogas(os). Obter a especialidade é uma forma de demonstrar que a(o)
psicóloga(o) possui tais competências, aumentando a confiança da sociedade em relação ao
serviço prestado. Algumas competências específicas são importantes para que esse trabalho
seja bem fundamentado e realizado com qualidade e de maneira apropriada, tais como:

a) reconhecer o caráter processual da avaliação psicológica;


b) conhecer a legislação referente à avaliação psicológica brasileira, entre as quais as
resoluções do CFP e o Código de Ética Profissional do Psicólogo;
c) ter amplos conhecimentos dos fundamentos básicos da Psicologia, entre os quais
podemos destacar: desenvolvimento, inteligência, memória, atenção, emoção, dentre outros,
construtos avaliados por diferentes testes e em diferentes perspectivas teóricas;
d) ter domínio do campo da psicopatologia, para poder identificar problemas graves
de saúde mental ao realizar diagnósticos;
e) ter conhecimentos de psicometria, mais especificamente sobre as questões de
validade, precisão e normas dos testes, e ser capaz de escolher e trabalhar de acordo com os
propósitos e contextos de cada teste;
f) ter domínio dos procedimentos para aplicação, levantamento e interpretação do(s)
instrumento(s) e técnicas utilizados na avaliação psicológica, bem como ter condição de
planejar a avaliação com maestria, adequando-a ao objetivo, público-alvo e contexto;
g) integrar dados obtidos de fontes variadas de informação e fazer inferências a partir
delas;
h) interpretar e fundamentar teoricamente os resultados oriundos da Avaliação
Psicológica;
i) ser crítico e reflexivo, sabendo pensar de forma sistêmica em um caso individual ou
grupal, bem como junto a equipes multidisciplinares;
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j) elaborar documentos psicológicos decorrentes da Avaliação Psicológica; e


k) saber comunicar os resultados advindos da avaliação por meio de entrevista
devolutiva.

O processo de Avaliação Psicológica apresenta alguns passos essenciais para que seja
possível alcançar os resultados esperados, a saber:

a) levantamento dos objetivos da avaliação e particularidades do indivíduo, grupo ou


instituição a ser avaliado. Tal processo permite a escolha dos instrumentos/estratégias mais
adequados para a realização da avaliação psicológica;
b) coleta de informações pelos meios escolhidos (entrevistas, dinâmicas, observações
e testes projetivos e/ou psicométricos, documentos técnicos etc.). É importante salientar que
a integração de informações deve ser suficientemente ampla para dar conta dos objetivos
pretendidos pelo processo de avaliação. Não é recomendada a utilização de uma só técnica
ou um só instrumento para a avaliação;
c) integração das informações e desenvolvimento das hipóteses iniciais. Diante destas,
a(o) psicóloga(o) pode constatar a necessidade de utilizar outros instrumentos/estratégias de
modo a refinar ou elaborar novas hipóteses;
d) indicação das respostas à situação que motivou o processo de avaliação e
comunicação cuidadosa dos resultados, com atenção aos procedimentos éticos implícitos e
considerando as eventuais limitações da avaliação. Nesse processo, os procedimentos variam
de acordo com o contexto e propósito da avaliação; e elaboração de documento(s) escrito(s)
resultante(s) da prestação de serviço psicológico à pessoa, grupo ou instituição. Tais
documentos devem estar de acordo com as diretrizes apresentadas na Resolução CFP nº
6/2019 e com as demais normativas vigentes.
As questões éticas exigidas em um processo de avaliação psicológica presencial
também devem ser seguidas na avaliação psicológica remota. Além disso, os avaliadores
devem primar pela sua competência tanto com as tecnologias usadas quanto com o impacto
potencial das tecnologias em clientes/pacientes, pois as(os) psicólogas(os) têm a obrigação
ética primária de fornecer serviços profissionais apenas dentro dos limites de sua
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competência com base em sua educação, treinamento, estudo ou experiência profissional. É


importante atentar que o acesso a telefone celular, internet ou outras pessoas durante uma
avaliação pode interferir na confiabilidade ou validade dos instrumentos e técnicas utilizados.
Dependendo do contexto, não é possível garantir que o examinando estará na condição de
privacidade enquanto realiza uma atividade avaliativa.
A(O) psicóloga(o) que mantiver serviços psicológicos por meios tecnológicos de
comunicação a distância deve estar cadastrada(o) no Conselho Regional de Psicologia,
segundo Resolução CFP nº 11/2018 e nº 4/2020. Ainda, deve-se atentar que a utilização de
instrumentos psicológicos deve estar devidamente regulamentada por resolução pertinente,
tendo os testes psicológicos parecer favorável do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(Satepsi), com padronização e normatização específica para uso remoto, conforme art. 18 da
Resolução CFP nº 9/2018, em vigência. Ademais, o CFP aponta para alguns aspectos
relevantes a serem observados, de acordo com as orientações sugeridas pela American
Psychological Association – APA (2020), para a realização da avaliação psicológica remota:

a) treinar os procedimentos informatizados e remotos antes de os realizar em


situações reais com seus clientes;
b) realizar monitoramento audiovisual remoto durante toda a administração de teste
psicológico, mesmo com instrumentos autoadministráveis;
c) observar se as conexões são seguras nos dois lados, que o Wi- Fi seja confiável, e
que tenha conhecimento sobre as diferentes funções de qualquer plataforma que esteja
usando;
d) considerar as circunstâncias específicas do cliente, tais como idade (especialmente
crianças e adultos mais velhos), condições de saúde mental, deficiências físicas, acesso ao
espaço e condições dos testes, por exemplo;
e) atentar-se à duração das sessões, considerando as especificidades do sujeito e
contexto da aplicação;
f) realizar o rapport com o cliente antes de realizar o teste;
g) observar o desempenho da pessoa no teste psicológico, intervindo quando
necessário e determinar se alguma coisa interrompeu o processo de resposta típico da tarefa;
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h) garantir que o cliente seja realmente a pessoa que está realizando o teste e que
esteja em uma sala livre de distrações;
i) manter os mesmos padrões éticos de atendimento que nos serviços tradicionais de
avaliação psicológica;
j) dificuldades potenciais podem surgir ao realizar uma avaliação psicológica
remotamente e devem ser discutidas explicitamente com os avaliandos, que devem conhecer
as limitações com antecedência, sempre que possível; e
k) atentar para o nível de conhecimento dos clientes sobre tecnologia, pois este pode
interferir no desempenho real no teste psicológico.

Compete à(ao) psicóloga(o) planejar e realizar o processo avaliativo com base em


aspectos técnicos e teóricos. A escolha do número de sessões para a sua realização, das
questões a serem respondidas, bem como de quais instrumentos/técnicas de avaliação
devem ser utilizados será baseada nos seguintes elementos:

a) contexto no qual a avaliação psicológica se insere;


b) propósitos da avaliação psicológica;
c) construtos psicológicos a serem investigados;
d) adequação das características dos instrumentos/técnicas aos indivíduos avaliados; e
e) condições técnicas, metodológicas e operacionais do instrumento de avaliação.

Por fim, cabe à(ao) psicóloga(o) analisar criticamente os resultados obtidos, com o
intuito de verificar se realmente forneceram elementos seguros e suficientes para a tomada
de decisão nos vários contextos de sua atuação profissional.
A Resolução CFP nº 9/2018, em vigência, dispõe:
Art. 2º Na realização da Avaliação Psicológica, a psicóloga e o psicólogo devem basear
sua decisão, obrigatoriamente, em métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos
reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional da psicóloga e do psicólogo
(fontes fundamentais de informação), podendo, a depender do contexto, recorrer a
procedimentos e recursos auxiliares (fontes complementares de informação).
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A Resolução ainda explicita que são consideradas fontes complementares de


informação: a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam respaldo da literatura
científica da área e que respeitem o Código de Ética e as garantias da legislação da profissão;
b) Documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios de equipes multiprofissionais.
Em outras palavras, as fontes complementares de informação em um processo de
avaliação psicológica são aquelas informações advindas de fontes científicas de ciências afins
à psicologia ou documentos multiprofissionais que complementam a informação advinda das
fontes fundamentais. Neste sentido, as conclusões de um laudo psicológico devem,
necessariamente, basear-se nas fontes fundamentais e, como o próprio nome já aponta, as
fontes complementares auxiliam e/ou complementam a informação já obtida no processo
avaliativo por meio das fontes fundamentais.
Cabe destacar que testes psicológicos que não tenham sido aprovados pelo CFP, quer
seja porque ainda não foram submetidos a avaliação do Satepsi, quer terem sido avaliados e
não recomendados para uso profissional, não podem ser considerados fontes
complementares de informação. Conforme preconizado na Resolução CFP nº 9/2018, em
vigência, os testes psicológicos são fontes fundamentais e seu uso no contexto profissional
está condicionado à sua aprovação no Satepsi.
A avaliação psicológica de forma coletiva tem a mesma eficácia e validade que a
avaliação psicológica realizada de forma individualizada?
Tendo em vista a complexidade de fatores envolvidos no processo de avaliação
psicológica (dentre os quais o tempo disponível, a quantidade de pessoas e o propósito da
avaliação), não é possível afirmar, categoricamente, diante do caso concreto, que uma tenha
maior eficácia e validade que outra. Reiteramos que a(o) psicóloga(o) tem inteira autonomia
para conduzir o processo avaliativo, desde que observe as normativas vigentes.

De acordo com o art. 13 da Resolução CFP nº 6/2019 que institui regras para a
elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional,
os documentos resultantes da avaliação psicológica são o atestado psicológico e o laudo
psicológico.
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De acordo com o art. 13 da Resolução CFP nº 6/2019, que institui regras para a
elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional,
o laudo psicológico é o resultado de um processo de avaliação psicológica, com finalidade de
subsidiar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda. Ainda, de acordo com
os incisos I a IV do referido artigo, trata-se de uma peça de natureza e valor técnico-científico
que contém narrativa detalhada, didática acessível e compreensível ao destinatário, do
processo avaliativo e raciocínio psicológico realizado em conformidade com os preceitos do
Código de Ética Profissional do Psicólogo.
A escrita do laudo psicológico deve basear-se no registro documental elaborado
pela(o) psicóloga(o), em conformidade com a Resolução CFP nº 1/2009 e na interpretação e
análise dos dados obtidos por meio de métodos, técnicas e procedimentos reconhecidos
cientificamente para uso na prática profissional, conforme Resolução CFP nº 9/2018, em
vigência. Deve considerar a demanda, os procedimentos e o raciocínio técnico-científico da(o)
profissional, fundamentado teórica e tecnicamente, bem como suas conclusões e
recomendações, a natureza dinâmica e não cristalizada do seu objeto de estudo e apresentar
os procedimentos e conclusões gerados pelo processo de avaliação psicológica, limitando-se
a fornecer as informações necessárias e relacionadas à demanda e relatar: o
encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico, a hipótese diagnóstica, a
evolução do caso, orientação e/ou sugestão de projeto terapêutico.
A escrita do laudo psicológico deve estruturar-se nos seguintes tópicos explicitados no
documento: a) identificação; b) descrição da demanda; c) procedimento; d) análise; e)
conclusão; f) referências.
O item “Identificação” deve apresentar o título do documento (“Laudo Psicológico”),
além dos dados de identificação do beneficiário da avaliação psicológica (nome da pessoa ou
instituição atendida, nome do solicitante; finalidade do documento, nome da(o) autora(or) do
documento). No item “Descrição da demanda”, o autor deve descrever as informações sobre
o que motivou a busca pelo processo de trabalho prestado, indicando quem forneceu as
informações e as demandas que levaram à solicitação do documento. No item
“Procedimento”, o autor deve explicitar os recursos técnico-científicos utilizados no processo
de avaliação psicológica, especificando o referencial teórico metodológico que fundamentará
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a escrita de sua análise e conclusões.


Na análise, a(o) psicóloga(o) deve fazer uma exposição descritiva, metódica, objetiva e
coerente com os dados colhidos e situações relacionadas à demanda em sua complexidade
considerando a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo.
Cabe explicitar que neste item não se deve apresentar descrições literais das sessões ou
atendimentos realizados, salvo quando tais descrições se justifiquem tecnicamente. Por fim,
na conclusão a(o) psicóloga(o) deve indicar os encaminhamentos e intervenções, diagnóstico,
prognóstico e hipótese diagnóstica, evolução do caso, orientação ou sugestão de projeto
terapêutico. Estas indicações devem ser realizadas a partir do que foi relatado na análise,
considerando a natureza dinâmica e não cristalizada do seu objeto de estudo.
As referências não constituem um item à parte, mas devem ser colocadas
preferencialmente em nota de rodapé do documento ao longo de suas citações.

QUESTÕES SOBRE USO DOS TESTES PSICOLÓGICOS

Um teste psicológico é um instrumento profissional cujo objetivo é identificar,


descrever, qualificar e mensurar características psicológicas, por meio de procedimentos
sistemáticos de observação e descrição do comportamento humano, nas suas diversas formas
de expressão, fundamentados na ciência psicológica.

Quais são as condições técnicas para que um teste psicológico tenha parecer favorável
do Conselho Federal de Psicologia (CFP)?
Para receber parecer favorável do CFP, o teste deve preencher os requisitos mínimos
indicados no Anexo I da Resolução CFP nº 9/2018, em vigência. Tais requisitos consideram a
necessidade de o manual do teste apresentar informações consistentes sobre a
fundamentação teórica, as características psicométricas e técnicas do teste psicológico.
Destaca-se também a justiça e proteção dos direitos humanos na avaliação psicológica, uma
vez que, conforme o art. 31, é vedado à(ao) psicóloga(o) realizar atividades que caracterizem
negligência, preconceito, exploração, violência, crueldade ou opressão. Entre os requisitos
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mínimos indicados da Resolução nº 9/2018, em vigência, devem ser apresentados de forma


satisfatória:

a) especificação do construto que ele pretende avaliar;


b) caracterização fundamentada na literatura da área;
c) pelo menos um estudo satisfatório de análise dos itens (para testes projetivos esse
item não se aplica);
d) pelo menos um estudo brasileiro de precisão com indicadores iguais ou acima de
0,60;
e) presença de pelo menos um estudo de evidências de validade baseadas na
estrutura interna, quando aplicável, e outro estudo de validade (desde que não seja de
conteúdo); e
f) possuir sistema de correção e interpretação de escores baseados na literatura.

Não há na legislação profissional prazos previstos para reavaliações já que múltiplos


fatores devem ser considerados nas variadas situações. Para a determinação desse prazo de
intervalo, a(o) psicóloga(o) deve verificar se os manuais dos testes utilizados em sua avaliação
indicam tempo para o reteste. Caso esse prazo não esteja estabelecido no manual, a(o)
psicóloga(o) deve se pautar na literatura científica para estimar o período adequado para
refazer a avaliação, o que dependerá inclusive do construto que está avaliando.
A comercialização de testes é de competência das editoras, autores ou responsáveis
técnicos. Deste modo, o CFP orienta que, em caso de dúvidas, as(os) psicólogas(os) entrem
em contato com a editora, autores ou responsáveis técnicos, para mais informações sobre
aquisição de material. Na perspectiva de facilitar para a(o) psicóloga(o) o reconhecimento
dessas informações, há o nome da editora responsável ao lado de cada teste na lista de testes
do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi), disponível em satepsi.cfp.org.br.
É responsabilidade da(o) psicóloga(o) fazer a escolha do teste mais adequado ao
contexto da avaliação e a população que se está avaliando. Cabe ao profissional investigar
quais são os procedimentos, os meios e as técnicas mais adequados para o contexto de seu
trabalho, uma vez que o CFP defende a autonomia profissional das(os) psicólogas(os) quanto
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à escolha dos testes, em consonância com a Resolução CFP nº 9/2018, em vigência.


Elucidamos que a função do CFP é a de orientar, fiscalizar e regulamentar a profissão
de psicóloga(o) e, nesse sentido, os testes psicológicos são considerados favoráveis para uso
quando possuem os requisitos mínimos que atestam sua qualidade técnico-científica. Nesse
sentido, o CFP disponibiliza na lista do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi) os
testes considerados favoráveis, com as informações dos construtos avaliados, público-alvo,
idade da amostra de normatização, aplicação, correção, que podem auxiliar a(o) psicóloga(o)
na sua tomada de decisão.
A equipe de psicologia tem autonomia para decidir sobre a escolha mais adequada dos
testes a serem usados nos processos de avaliação psicológica?
Sim. Conforme o § 2º do art. 1º da Resolução CFP nº 9/2018, em vigência:

Art. 1º Avaliação Psicológica é definida como um processo estruturado de investigação


de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo
de prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional,
com base em demandas, condições e finalidades específicas.
[…]
§ 2º A psicóloga e o psicólogo têm a prerrogativa de decidir quais são os métodos,
técnicas e instrumentos empregados na Avaliação Psicológica, desde que devidamente
fundamentados na literatura científica psicológica e nas normativas vigentes do Conselho
Federal de Psicologia (CFP).

Na escolha de um teste como instrumento do processo de avaliação psicológica, é


fundamental que a(o) psicóloga(o) consulte o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(Satepsi), disponível no site do Conselho Federal de Psicologia (www.cfp.org.br), com o intuito
de verificar se o teste foi aprovado para uso em avaliação psicológica. Em caso afirmativo,
ela(e) deverá então consultar o manual do referido teste, de modo a obter informações
acerca do construto psicológico que pretende medir, assim como sobre os contextos e
propósitos para os quais sua utilização é apropriada.
Ao utilizar um teste psicológico, é importante fazer uma leitura minuciosa dos
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documentos vigentes que normatizam os procedimentos inerentes dos processos de


avaliação psicológica, por exemplo: a Resolução CFP nº 9/2018, em vigência, que estabelece
diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do
psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi) e a Resolução
CFP nº 6/2019, que institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos
pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional ou outras em vigência (ver a lista de
“Documentos relativos às normatizações sobre avaliação psicológica” ao final da cartilha)

Outros cuidados para utilizar um teste psicológico são:

a) acessar o Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi) para averiguar se o


teste reúne as evidências científicas necessárias e, portanto, apresenta classificação
FAVORÁVEL para uso na prática de avaliação psicológica, conforme proposto pela Resolução
CFP nº 9/2018, em vigência;
b) descartar a possibilidade de uso de testes que, segundo o Sistema de Avaliação dos
Testes Psicológicos (Satepsi), tenham parecer DESFAVORÁVEL, pois estes não contemplam os
requisitos mínimos que demonstram a sua eficácia para a prática de avaliação psicológica;
c) ser proficiente em relação ao teste que escolhido, uma vez que sua utilização prevê
amplo domínio teórico e técnico;
d) escolher instrumentos que respeitem as características do avaliando, especialmente
quando se emprega testes no formato on-line;
e) para formatos de testes com aplicação on-line, deve-se questionar se o avaliando
dispõe das condições necessárias (computador, internet, ambiente seguro, dentre outros)
para não prejudicar o resultado;
f) verificar se existem características específicas da pessoa para realizar o teste, sejam
elas físicas ou psicológicas, que dificultem sua performance;
g) cuidar da adequação do ambiente, do espaço físico, do vestuário dos aplicadores e
de outros estímulos que possam interferir na aplicação;
h) utilizar o teste dentro dos padrões referidos por seu manual, o que inclui os
procedimentos de aplicação, utilização de material padronizado e procedimentos de
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interpretação; e
i) lembrar que o uso do teste tem um papel de protagonismo em um processo de
Avaliação Psicológica e, embora relevante, ele não define este processo, é mais um dos
elementos que ajudam a compor o processo. Conforme disposto na Resolução CFP nº 9/2018,
em vigência, um processo de Avaliação Psicológica pode ser realizado com fontes
fundamentais e fontes complementares.

Os testes psicológicos podem ser aplicados de maneira diferente daquela que consta
em seu manual? (público-alvo, amostra, nível de escolaridade, forma de aplicação)
Não. O teste psicológico é um instrumento sistematizado para obtenção de
informação. Suas evidências de validade, precisão e normatização estão condicionadas a esta
administração padronizada. Assim, qualquer alteração na forma de aplicação, na
apresentação dos estímulos, na forma de interação, do controle do ambiente, bem como na
modificação do público-alvo, pode interferir na precisão de seus resultados.
A(O) psicóloga(o) que utiliza testes psicológicos como instrumento de trabalho deve
observar as informações contidas nos respectivos manuais e buscar informações adicionais
para maior qualificação no aspecto técnico operacional do uso do instrumento, sobre a
fundamentação teórica referente ao construto avaliado, sobre pesquisas recentes realizadas
com o teste, além de conhecimentos de Psicometria e Estatística.
A qualidade técnica do instrumento psicológico somente é garantida quando ele for
aplicado conforme as instruções dos respectivos manuais de aplicação. Por isso, se o teste for
aplicado diferentemente do que orienta o seu manual, não é possível garantir as qualidades
psicométricas. Dessa forma, configura-se uma falta de ética, conforme disposto no Código de
Ética Profissional do Psicólogo, art. 2º: é vedado: h) Interferir na validade e fidedignidade de
instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas.
Assim, só é permitido o uso do teste conforme o manual que a editora comercializa e que foi
analisado pelo CFP.
Embora a fundamentação teórica que subsidie a construção de um teste não tenha
um tempo de validade específico, seus estudos psicométricos possuem. Os estudos de
evidências de validade, estimativas de precisão e elaboração de normas interpretativas,
19

conforme institui o art. 14 da Resolução CFP nº 9/2018, em vigência, precisam ser revisados
periodicamente a cada 15 anos. Caso a revisão não seja apresentada no prazo estabelecido, o
teste psicológico passará a ser considerado desfavorável para uso profissional.
Para identificar essas informações, entre no site do Satepsi (satepsi.cfp.org.br) e clique
no nome do teste psicológico que pretende utilizar. Você terá acesso às principais
informações sobre o teste, e estas constarão ao lado do “Prazo dos estudos de normatização”
e “Prazo dos estudos de validade”.
Existem testes que podem ser administrados no formato lápis e papel, testes que
podem ser administrados de forma informatizada (ou seja, por meio de computador) e testes
de aplicação on-line (ou seja, de acesso remoto ou a distância).
Para os casos de testes com aplicação informatizada, os estudos de equivalência entre
os testes respondidos em formato de lápis e papel e testes informatizados devem ser
submetidos para análise da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica do CFP, conforme
Resolução CFP nº 9/2018, em vigência. Assim, para a utilização de testes psicológicos por
meio de tecnologias de informação e da comunicação, é necessário verificar se o manual
aprovado constante no Satepsi prevê a aplicação informatizada. Cabe ao psicólogo o estudo
de cada teste para identificar a forma de aplicação recomendada.
Contudo, salientamos que o formato de aplicação informatizada (mediada por
computador) não se equivale à aplicação on-line (ou seja, de acesso remoto ou a distância).
Nesse sentido, para utilização de testes aprovados no Satepsi para aplicação informatizada,
cabe verificar também se este permite a forma remota (ou on-line) de aplicação. Compete
à(ao) psicóloga(o) a responsabilidade de todo processo de avaliação psicológica e a garantia
das condições adequadas da aplicação e respostas colhidas no processo de avaliação
psicológica e em acordo com a Resolução supracitada e Código de Ética Profissional do
Psicólogo.
De acordo com o art. 2º da Resolução CFP nº 9/2018, em vigência, só será permitida a
utilização dos testes psicológicos que foram aprovados pelo CFP e será considerada falta de
ética a utilização de instrumento que não esteja em condição de uso:
§ 1º Será considerada falta de ética, conforme disposto na alínea c do art. 1º e na
alínea “f” do art. 2º do Código de Ética Profissional da psicóloga e do psicólogo, a utilização de
20

testes psicológicos com parecer desfavorável ou que constem na lista de Testes Psicológicos
Não Avaliados no site do SATEPSI, salvo para os casos de pesquisa na forma da legislação
vigente e de ensino com objetivo formativo e histórico na Psicologia.
§ 2º Na hipótese de dúvida acerca da classificação do instrumento (teste psicológico
ou instrumento não psicológico), ficam legitimados os Conselhos Regionais de Psicologia
(CRPs) a submeter o respectivo instrumento à Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica
(CCAP) do CFP para apreciação.
§ 3º A profissional psicologia e o profissional psicólogo poderão requerer ao CRP a
submissão do instrumento à apreciação da CCAP nos termos do parágrafo 2º.
Um teste psicológico tem por objetivo identificar, descrever, qualificar e mensurar
características psicológicas, por meio de procedimentos sistemáticos de observação e
descrição do comportamento humano, nas suas diversas formas de expressão,
fundamentados na ciência psicológica. Desse modo, a definição se um teste é psicológico ou
não é realizada pela Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica do CFP a partir da extensa
literatura científica psicológica.
Após a verificação em todas as listas do Satepsi, caso não conste da relação e, caso
haja dúvida se o instrumento é de avaliação ou mensuração de características psicológicas,
sugerimos que a(o) psicóloga(o) contate o Conselho Regional de Psicologia de seu estado e
solicite que seja enviado à análise do CFP. Ressaltamos que o CFP só poderá se posicionar
sobre o fato de um instrumento ser ou não privativo se este for encaminhado para análise e o
parecer for disponibilizado no Satepsi.
Caso se trate de instrumento não privativo, este pode ser utilizado de forma
complementar e secundária à avaliação, quando for necessário levantar informações sobre
outros aspectos relacionados ao contexto da avaliação psicológica, desde que também seja
fundamentado em literatura científica. Ou seja, o instrumento pode ser utilizado como fonte
secundária ou técnica de apoio, para auxiliar na interpretação, conforme o caso, desde que
esteja reconhecidamente fundamentado na ciência psicológica, na ética e na legislação
profissional.
Conforme art. 2º § 2º e § 3º da Resolução CFP nº 9/2018, em vigência:
§ 2º Na hipótese de dúvida acerca da classificação do instrumento (teste psicológico
21

ou instrumento não psicológico), ficam legitimados os Conselhos Regionais de Psicologia


(CRPs) a submeter o respectivo instrumento à Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica
(CCAP) do CFP para apreciação.
§ 3º A profissional psicóloga e o profissional psicólogo poderão requerer ao CRP a
submissão do instrumento à apreciação da CCAP nos termos do § 2º.
Assim, na dúvida se o instrumento é teste psicológico, consulte o CRP de sua região.

É possível utilizar instrumentos que constam na lista do Satepsi como NÃO


PRIVATIVOS para psicólogas(os)?
Os instrumentos considerados NÃO PRIVATIVOS são aqueles que NÃO correspondem
à definição de teste psicológico e, portanto, não são fontes fundamentais de informação, mas
podem ser utilizados por psicólogas(os) na sua atividade profissional como procedimentos e
recursos auxiliares (fontes complementares de informação). Seu uso não é considerado falta
de ética, desde que possua fundamentação científica suficiente para que seja utilizado no
processo de avaliação psicológica para complementar fonte(s) fundamental(is) de informação
e esteja amparado na ética e na legislação profissional.
Entretanto, se a(o) psicóloga(o) realizar o processo de avaliação psicológica e concluir
sobre o estado psicológico do avaliado com base apenas em instrumentos não privativos, é
considerado falta de ética, uma vez que a avaliação psicológica deve ser baseada em fontes
fundamentais de informação, conforme Resolução CFP nº 9/2018, em vigência.

É possível utilizar testes psicológicos não avaliados ou não aprovados pelo Satepsi
como fontes complementares no processo de avaliação psicológica?
Não. Os testes psicológicos são fontes fundamentais de informação, de acordo com a
Resolução CFP nº 9/2018, em vigência. Instrumentos não avaliados e não aprovados pelo
Satepsi não podem ser usados nem como fonte fundamental nem como fonte complementar
de informação no processo de avaliação psicológica.
A utilização de cópias reprográficas ou originais com baixa qualidade de impressão e
reduções de testes não previstas pelos manuais são alguns dos fatores que comprometem a
validade dos testes e, por conclusão, os objetivos por que são utilizados. Dessa maneira, não é
22

permitida a utilização de testes psicológicos fotocopiados ou de quaisquer formas citadas,


pois a qualidade dos materiais dos testes não pode ser comprometida, conforme o art. 1º do
Código de Ética Profissional do Psicólogo, é vedado ao psicólogo: “h) Interferir na validade e
fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer
declarações falsas”. Caso sejam reutilizáveis, cabe à(ao) psicóloga(o) verificar se estão sem
rasuras, defeitos ou marcas que o descaracterizem e influenciem nos resultados.
Elucidamos, ainda, que fotocópias de testes psicológicos não podem ser realizadas em
nenhuma hipótese, nem mesmo para fins acadêmicos ou de pesquisa, uma vez que ferem os
arts. 28 e 29 da Lei de Direitos Autorais nº 9.610/1998.
Em casos de denúncias de sítios que apresentam a divulgação indevida de testes
psicológicos, orientamos que contate a Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP da sua
região, que tomará as providências necessárias.
Questões referentes à pesquisa devem ser consultadas junto ao Comitê de Ética em
Pesquisa, conforme os critérios do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (Res.
nº 466/2012 e nº 510/2016), uma vez que a função do CFP é orientar, fiscalizar e
regulamentar o exercício profissional do psicólogo, conforme Resolução CFP nº 9/2018, em
vigência:
Art. 2º […]
§ 1º Será considerada falta de ética, conforme disposto na alínea c do art. 1º e na
alínea “f” do art. 2º do Código de Ética Profissional do Psicólogo, a utilização de testes
psicológicos com parecer desfavorável ou que constem na lista de Testes Psicológicos Não
Avaliados no site do SATEPSI, salvo para os casos de pesquisa e de ensino com objetivo
formativo e histórico na Psicologia.
No que se refere à guarda de materiais psicológicos, a responsabilidade é da(o)
psicóloga(o) e/ou da instituição em que ocorreu o serviço; o período de guarda deve ser de
no mínimo 5 anos, podendo ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação
judicial, ou ainda em casos específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por
maior tempo. Os documentos devem ser mantidos em local que garanta sigilo e privacidade e
mantenham-se à disposição dos Conselhos Regionais de Psicologia para orientação e
fiscalização, de modo que sirva como meio de prova idônea para instruir processos
23

disciplinares e defesa legal.


Em caso de dúvida, podem ser consultados os seguintes documentos:

Resolução CFP nº 1/2009:


Art. 4º A guarda do registro documental é de responsabilidade do psicólogo e/ou da
instituição em que ocorreu o serviço.
§ 1º O período de guarda deve ser de no mínimo 05 anos, podendo ser ampliado nos
casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja
necessária a manutenção da guarda por maior tempo.
§ 2º O registro documental deve ser mantido em local que garanta sigilo e privacidade
e mantenha-se à disposição dos Conselhos de Psicologia para orientação e fiscalização, de
modo que sirva como meio de prova idônea para instruir processos disciplinares e à defesa
legal.
Resolução CFP nº 6/2019:
Art. 15. Os documentos escritos decorrentes da prestação de serviços psicológicos,
bem como todo o material que os fundamentaram, sejam eles em forma física ou digital,
deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, conforme Resolução CFP nº
1/2009 ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la.
§ 1º A responsabilidade pela guarda do material cabe à(ao) psicóloga(o), em conjunto
com a instituição em que ocorreu a prestação dos serviços profissionais.
§ 2º Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação
judicial, ou em casos específicos em que as circunstâncias determinem que seja necessária a
manutenção da guarda por maior tempo.
§ 3º No caso de interrupção do trabalho da(do) psicóloga(o), por quaisquer motivos, o
destino dos documentos deverá seguir o recomendado no art. 15 do Código de Ética
Profissional do Psicólogo.
Resolução CFP nº10/2005 (Código de Ética Profissional do Psicólogo):
Art. 15. Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer motivos, ele
deverá zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais.
§ 1º Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá repassar todo o material
24

ao psicólogo que vier a substituí-lo, ou lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo
substituto.
§ 2º Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo responsável informará
ao Conselho Regional de Psicologia, que providenciará a destinação dos arquivos
confidenciais.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO TRÂNSITO

A avaliação psicológica no contexto do trânsito é uma avaliação compulsória exigida


no processo de habilitação de candidatos e condutores a condução de veículos automotores.
Anteriormente chamado de exame psicotécnico no Código Nacional de Trânsito (Lei Federal
nº 5.108, de 21 de setembro de 1966), foi instituído o reconhecimento do termo avaliação
psicológica a partir do Código de Trânsito Brasileiro – CTB (Lei Federal nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997) em vigor desde então.
Em 2019, o CFP normatizou novos critérios para as avaliações psicológicas no contexto
do trânsito por meio da Resolução nº 1, de 7 de fevereiro de 2019, incluindo, a partir de
então, o termo Perícia Psicológica no contexto do trânsito.
Art. 2º […]
§ 1º A perícia psicológica é uma avaliação psicológica direcionada a responder
demanda legal específica. É um processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e
interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da
relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas –
métodos, técnicas e instrumentos – reconhecidas pela Psicologia. No contexto do trânsito, ela
deve ser realizada por psicóloga(o) qualificada(o) no assunto.
Atualmente, conforme legislação vigente no CTB, suas atualizações e normas atuais do
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), a avaliação psicológica no contexto do trânsito
deve ser realizada:
a) nos processos de primeira habilitação para os candidatos à Carteira Nacional de
Trânsito (CNH);
b) a todos os condutores que exercem ou desejam exercer atividade remunerada ao
25

veículo e que deverá constar em sua CNH;


c) quando seu último resultado for uma inaptidão temporária após o prazo
consignado no exame anterior;
d) em caso de recurso às Juntas Psicológicas do DETRAN, para reavaliação do
resultado da avaliação psicológica inicial;
e) em caso de recurso ao Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN) ou ao Conselho de
Trânsito do Distrito Federal (CONTRANDIFE) pelo resultado de inaptidão permanente da Junta
Psicológica do DETRAN;
f) sempre que solicitado pelo DETRAN;
g) aos condutores que se envolverem em acidente grave para o qual haja contribuído,
independentemente de processo judicial;
h) aos condutores condenados judicialmente por delito de trânsito; e
i) se for constatado que o condutor está colocando em risco a segurança do trânsito
sendo solicitado pelo DETRAN.

No contexto do trânsito, para balizar este processo pericial, o CFP publicou


orientações em sua norma vigente (Resolução CFP nº 1/2019) para que sejam observadas
habilidades mínimas do candidato à CNH e do condutor de veículos automotores, no art. 2º:

§ 2º As(Os) candidatas(os) à Carteira Nacional de Habilitação e condutoras(es) de


veículos automotores deverão ser avaliadas(os):
I – quanto aos aspectos cognitivos:
a) atenção concentrada;
b) atenção dividida;
c) atenção alternada;
d) memória visual;
e) inteligência.
II – quanto ao juízo crítico/comportamento:
a) Deverá ser avaliada(o) por meio de entrevista e criação de situações hipotéticas
que versem sobre reações/decisões adequadas às situações no trânsito, tempo de reação,
26

assim como a capacidade para perceber quando as ações no trânsito correspondem ou não a
decisões ou comportamentos adequados, sejam eles individuais ou na relação com a(o)
outra(o). Ainda, a(o) psicóloga(o) deverá obter informações a respeito do histórico da(o)
candidata(o) com relação a acidentes de trânsito e opiniões sobre cidadania e mobilidade
humana e urbana.
III – quanto aos traços de personalidade:
a) impulsividade adequada, não podendo estar exacerbada ou muito diminuída;
b) agressividade adequada, não podendo estar exacerbada ou muito diminuída;
c) ansiedade adequada, não podendo estar exacerbada ou muito diminuída.
A(O) psicóloga(o) na perícia psicológica para o trânsito deve planejar e decidir os
métodos, técnicas e instrumentos a serem empregados e utilizar as fontes fundamentais de
informação e, quando entender a necessidade de mais dados, das fontes complementares de
informação. No contexto do trânsito, a entrevista individual é obrigatória no processo pericial
e, sempre que solicitada pelo candidato, a entrevista devolutiva deve ser realizada
apresentando os resultados e possíveis encaminhamentos, se necessário.
O resultado deste processo pericial deve ser conclusivo, obedecendo às normas
vigentes do CONTRAN, sempre preservando a individualidade do candidato com informações
restritas à demanda. Atualmente os resultados da avaliação psicológica estabelecidos na
Resolução CONTRAN nº 927/2022, que atualizou e consolidou a Resolução nº 425/2012, são:

a) apto – apresentando desempenho condizente para a condução de veículo


automotor;
b) inapto temporário – não apresenta, no momento, o desempenho condizente para a
condução de veículo automotor, sendo passível de adequação; e
c) inapto – não apresenta desempenho condizente para a condução de veículo
automotor.

Os resultados de inaptidão temporária deverão estabelecer um prazo de validade após


o qual o candidato deverá submeter-se a uma nova avaliação psicológica para dar seguimento
ao seu processo.
27

Os resultados da Perícia Psicológica têm prazo máximo de validade determinado no


CTB, a saber:

a) 10 anos, para condutores com idade inferior a 50 anos;


b) 5 anos, para condutores com idade igual ou superior a 50 anos e inferior a 70 anos;
e
c) 3 anos, para condutores com idade igual ou superior a 70 anos.

Ressalta-se que a realização e o resultado da perícia psicológica são de exclusiva


competência da(o) psicóloga(o) especialista, possibilitando, nestes casos, resultados com a
diminuição da validade quando devidamente embasados.
O documento psicológico decorrente da perícia psicológica no contexto do trânsito,
conforme estabelece a Resolução CFP nº 6/2019, é o atestado psicológico, com a conclusão
embasando o resultado. A fundamentação técnico-científica do atestado pode ser solicitada
pelos Conselhos Regionais de Psicologia dentro do tempo de guarda do processo.
Com as alterações estabelecidas pela Lei Federal nº 14.071/2020, para realizar as
avaliações psicológicas no contexto do trânsito, a(o) psicóloga(o) precisa ser Especialista em
Psicologia do Trânsito, reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia. As(Os) psicóloga(os)
que já atuavam no contexto do trânsito, credenciadas pelos Departamentos Estaduais de
Trânsito ou do Distrito Federal (DETRAN), poderão atuar até 12 de abril de 2024, quando
deverão estar com seu título de especialista profissional aprovado pelo CFP.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA MANUSEIO DE ARMA DE FOGO

A Avaliação Psicológica para manuseio de arma de fogo é considerada uma avaliação


compulsória normativa, pois tem caráter obrigatório para aqueles que pleiteiam o manuseio
de arma de fogo. Seu objetivo é avaliar as características psicológicas de um indivíduo,
baseando-se em aspectos psíquicos e cognitivos de um perfil, definindo se ele está apto ou
inapto para acessar uma arma de fogo.
Duas diferentes instituições normatizam essa avaliação e cumprem diferentes papéis.
28

A Polícia Federal tem a função de estabelecer os critérios de credenciamento de


psicólogas(os) para trabalharem na comprovação da aptidão psicológica para o manuseio de
arma de fogo, conforme a Lei nº 10.826/2003 e estabelecer procedimentos para a avaliação
de profissões previstas na lei. O Conselho Federal de Psicologia tem como função orientar o
exercício profissional, o que é materializado por meio de resoluções específicas para cada
prática. Assim, o profissional que trabalha com esse tipo de avaliação deve se basear
minimamente nos seguintes documentos, conforme indicado no Manual de Avaliação
Psicológica para Manuseio de Arma de Fogo, publicado pelo CFP em 2022:

a) Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre registro, posse e


comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (SINARM),
define crimes e dá outras providências;
b) Instrução Normativa nº 78, de 10 de fevereiro de 2014, que estabelece
procedimentos para o credenciamento, fiscalização da aplicação e correção dos exames
psicológicos realizados por psicólogos credenciados, responsáveis pela expedição do laudo
que ateste a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo e para exercer a profissão
de vigilante;
c) Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971, que cria o Conselho Federal e os
Conselhos Regionais de Psicologia e dá outras providências;
d) Resolução CFP nº 1, de 21 de janeiro de 2022, que regulamenta a Avaliação
Psicológica para concessão de registro e porte de arma de fogo e revoga a Resolução CFP nº
18, de 9 de dezembro de 2008, a Resolução CFP nº 2, de 30 de março de 2009 e a Resolução
CFP nº 10, de 21 de outubro de 2009;
e) Resolução CFP nº 9, de 25 de abril de 2018, que estabelece diretrizes para a
realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo,
regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) e revoga as Resoluções
nº 2/2003, nº 6/2004 e nº 5/2012 e Notas Técnicas nº 1/2017 e 02/2017;
f) Resolução CFP nº 6, de 29 de março de 2019, que institui regras para a elaboração
de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional e revoga a
Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº 7/2003 e a Resolução CFP nº 4/2019;
29

g) Resolução CFP nº 10, de 21 de julho de 2005, que aprova o Código de Ética


Profissional do Psicólogo; e
h) Manuais Técnicos dos instrumentos aplicados no processo de avaliação.

Documentos internos de instituições de segurança pública, por exemplo, podem


complementar orientações sobre essa prática, visto que não são contemplados nas instruções
normativas da Polícia Federal. Contudo, é importante lembrar que todas(os) as(os)
psicólogas(os) são regidas(os) pelas orientações do CFP e mesmo aqueles que são
credenciados pelas normativas da Polícia Federal não estão isentos dessa condição.
Por isso, todas as normativas precisam ser consideradas nessa avaliação e os
profissionais devem se atentar para a bateria mínima indicada na Instrução Normativa nº
78/2014 ou outra em vigência publicada pela Polícia Federal (1 teste projetivo; 1 teste
expressivo; 1 teste de memória; 1 teste de atenção difusa e concentrada; e 1 entrevista
semiestruturada) e, ainda, acrescentar um teste psicológico de inteligência, conforme
exigência da Resolução CFP nº 1/2022. No que concerne à avaliação da atenção, ressalta-se
que concepções teóricas mais atualizadas indicam diferentes terminologias para a medida
desse construto, o que mostra a importância de que psicólogas(os) se mantenham
constantemente atualizados.
Conforme a Instrução Normativa nº 78/2014, em vigência, da Polícia Federal, as(os)
psicólogas(os) responsáveis pela avaliação dos proprietários de armas e dos vigilantes
precisam ser credenciados para atuarem nessa prática. Os requisitos para o credenciamento
estão definidos da seguinte forma:
Art. 9º O interessado em exercer a atividade de psicólogo, para os fins previstos nesta
IN, deverá efetuar inscrição preliminar via internet no endereço eletrônico www.dpf.gov.br e,
após ser comunicado, solicitar o seu credenciamento junto a uma unidade da Polícia Federal,
mediante formulário próprio – Anexo I, devidamente preenchido, apresentando os seguintes
documentos e requisitos:

I – foto 3x4 recente;


II – original e cópia, ou cópia autenticada de documento de identidade e do CPF;
30

III – comprovante de inscrição ativa e regular no respectivo Conselho Regional de


Psicologia e certidão negativa de infrações éticas do respectivo Conselho Regional de
Psicologia;
IV – documentos que comprovem que dispõe de ambiente e mobiliário adequado
para a aplicação dos testes (planta baixa, croquis e fotografias);
V – original e cópia, ou cópia autenticada dos documentos que autorizam o
funcionamento do local onde serão aplicados os testes (Alvará de Localização e
Funcionamento e Alvará da Vigilância Sanitária);
VI – comprovante de que possui pelo menos dois anos de efetivo exercício na
profissão e de prática de aplicação dos instrumentos a serem utilizados;
VII – comprovação de idoneidade, com a apresentação das certidões negativas de
antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não
estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por
meios eletrônicos; e
VIII – Certidão Negativa de Débito (CND) emitida pelas Fazendas Municipal, Estadual e
Federal, e de contribuições previdenciárias (INSS).

Art. 10. O credenciamento como psicólogo é pessoal e intransferível, e terá validade


de 04 (quatro) anos podendo ser renovado por igual período, sucessivamente, preenchidos os
requisitos do art. 9º desta IN. (DPF, 2013)
Apesar de não haver exigência de que a(o) psicóloga(o) tenha especialização em
Avaliação Psicológica, é imprescindível que os profissionais se conscientizem dos impactos
que a decisão de aptidão ou não para omanuseio de arma de fogo podem causar na vida do
indivíduo, de seus familiares, da sociedade e do Brasil. Por isso, as decisões precisam ser
tecnicamente e eticamente embasadas, fazendo-se extremamente necessário o
conhecimento aprofundado em avaliação psicológica, psicometria e das normativas que
regem essa área.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONCURSO PÚBLICO


31

A avaliação psicológica no contexto de concursos públicos está inserida em uma das


fases do certame e em sua maioria tem caráter obrigatório e eliminatório. O objetivo dessa
fase é identificar qual candidato tem o perfil mais adequado ao cargo a ser pleiteado. Para
isso, os requisitos psicológicos a serem avaliados precisam ser definidos previamente, por
meio de um estudo científico do cargo, também chamado de perfil profissiográfico ou
profissiografia. Definido o perfil, torna-se possível identificar quais técnicas ou métodos
avaliativos são mais adequados para avaliá-lo, desde que constem na lista de testes
aprovados no Satepsi.
É importante ressaltar que, comumente, a testagem psicológica é o processo mais
comum, embora um processo mais complexo, para além da aplicação restrita de testes
psicológicos não possa ser descartada, possibilitando a aplicação de entrevistas, realização de
grupos focais ou outras técnicas, desde que não haja impedimento legal ou o cuidado para
que tais técnicas possam sofrer maior questionamento do processo, visto diferentes acórdãos
de leis que chegam a proibi-las em alguns contextos. Faz-se necessário que a psicóloga ou o
psicólogo que atuam nesse contexto tenham pleno conhecimento das diferentes normativas
que envolvem o processo, tanto no campo da Psicologia, nas Resoluções atinentes a essa
prática, quanto a documentos da área jurídica ou institucional, como Decretos, Instruções
Normativas, Boletins Internos, entre outros documentos formais que orientam a avaliação.
Um dos maiores desafios enfrentados nesta prática é justamente a influência que a Justiça
tem sobre esse contexto. Afinal, não é apenas a psicologia que direciona o processo, mas
também todos os princípios do Direito, normas atinentes aos concursos e decisões do
Supremo Tribunal Federal que nem sempre são positivas para a Psicologia ou baseadas em
critérios técnicos. Por esse motivo, você encontrará concursos que aplicam apenas testagem,
por haver entendimento de que a Justiça traz menor número de questionamentos.
Definidas as técnicas que serão aplicadas, as(os) psicólogas(os) responsáveis técnicos
pelo processo, ou seja, aqueles que assinam o resultado final do processo, constroem uma
logística que torne possível essa avaliação. Antes de listar as demais etapas, cabe lembrar que
o perfil já deve ter sido previamente definido, de forma científica; psicólogas(os) devem
participar do processo de elaboração do edital do certame, conforme previsto na normativa
do CFP; os testes e/ou técnicas avaliativas precisam ser definidos e então há sequência para
32

as demais etapas, a saber:

a) definição do tempo de avaliação, baseado no tempo de aplicação dos testes


(conforme manuais técnicos) ou outras técnicas. Isso inclui a definição da forma de aplicação;
b) escolha do local adequado para a aplicação da avaliação, levando-se em
consideração aspectos como: ventilação, iluminação, distanciamento, dentre outros fatores.
Alguns manuais técnicos de instrumentos podem vir a definir especificidades para o local;
c) seleção dos profissionais que farão a aplicação dos instrumentos, incluindo o
treinamento adequado deles. Conforme a Resolução CFP nº 01/2022, esse profissional deve
estar em dia com o seu CRP;
d) aplicação adequada dos instrumentos;
e) correção dos instrumentos, conforme definição dos manuais técnicos;
f) emissão de documento indicando o resultado de aptidão ou inaptidão, conforme
normativas do CFP em vigência;
g) emissão do resultado provisório;
h) sessão devolutiva dos resultados;

Finalizada essa fase, inicia-se a análise dos recursos administrativos interpostos. Nesta
etapa, as(os) psicólogas(os) envolvidas(os) no processo de avaliação não podem participar, já
que ela exige neutralidade da banca na decisão. Por isso, ela deve ser constituída numa banca
independente, denominada Banca Revisora. Essa banca tem o poder de avaliar todo o
processo que foi realizado, o material aplicado – quando necessário, além do recurso
interposto, tomando uma decisão de deferir ou indeferir o resultado. Retoma-se, então, o
papel da Banca Examinadora.

i) o resultado final do concurso é publicado e finaliza-se a parte administrativa do


certame; e
j) a guarda de todo o material deve resguardar as orientações das normativas do CFP
em vigência, atentando-se para pedidos que podem ocorrer futuramente, atinentes a fase de
recursos jurídicos que possam vir a ocorrer.
33

Cabe às(aos) psicólogas(os) envolvidas(os) no processo subsidiar constantes


questionamentos que ocorrem no âmbito da justiça, que costumam ocorrer por anos após a
finalização do certame. Muitos são os desafios dessa fase, exigindo um trabalho conjunto
das(os) psicólogas(os) com advogados representantes das instituições demandantes.
Por se tratar de um processo complexo, as(os) psicólogas(os) que trabalham nesse
contexto precisam ter preparo técnico, conhecimento da área de avaliação psicológica, da
psicometria e, principalmente, pautar suas decisões na ética e nos Direitos Humanos.
Principalmente por definir a vida de indivíduos a partir de uma decisão de apto ou inapto,
exige-se embasamento técnico e metodológico para este tipo de avaliação.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DAS CIRURGIAS ELETIVAS

Em alguns procedimentos cirúrgicos, as(os) psicólogas(os) que trabalham em equipes


multidisciplinares podem ser convocadas(os) a produzir avaliações psicológicas. Esse pode ser
o caso das cirurgias bariátricas, vasectomias, laqueaduras, cirurgias plásticas e cirurgias para
afirmação de gênero.
É importante destacar que a produção destas avaliações psicológicas não é
compulsória para o acesso a estes procedimentos; no entanto, dependendo do contexto em
que são realizadas, público ou privado, dos procedimentos adotados pelas equipes
profissionais, e da aderência à protocolos de sociedades de classe, estas avaliações
psicológicas podem ser solicitadas para profissionais de psicologia compondo as equipes ou
externos a elas.
Nos casos em que a avaliação psicológica for solicitada, as(os) psicólogas(os) devem
trabalhar em proximidade com as equipes multidisciplinares para avaliar a demanda que
motivou a solicitação da avaliação. Com os pacientes e/ou usuários de serviço de saúde,
as(os) psicólogas(os) têm a responsabilidade de fornecer informações sobre as opções de
tratamento, encorajar, orientar e ajudar na tomada de decisão plenamente informada, com
clareza sobre as expectativas com os resultados para os tratamentos médicos demandados.
Além disso, devem auxiliar na preparação adequada para as cirurgias, o que pode requerer
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avaliar, diagnosticar e discutir opções de tratamento para problemas de saúde mental


existentes.
As técnicas e instrumentos para realização da avaliação psicológica dependerão das
demandas específicas de cada caso. No entanto, os pacientes e/ou usuários de serviço de
saúde devem ser plenamente informados do conteúdo destas avaliações e da forma como
impactará no tratamento médico pretendido.
No caso específico das cirurgias e outros procedimentos médicos para modificação de
características sexuais primárias e secundárias, deve-se reconhecer a crescente demanda pela
despatologização das diversidades sexuais e de gênero. Estas mudanças estão cristalizadas
nas Resoluções CFP nº 1/1999, nº 1/2018 e nº 8/2022. Neste sentido, as(os) psicólogas(os)
não devem reproduzir uma lógica patologizadora, reduzida a psicodiagnósticos, no contexto
das suas avaliações. As avaliações devem levar em conta o funcionamento psicológico global
dos indivíduos a partir dos princípios da integralidade e equidade, e serem livres de conteúdo
discriminatório e estigmatizante.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO

A Psicologia das Organizações e do Trabalho (POT) é considerada, ao mesmo tempo,


uma área de conhecimento e de intervenção profissional em Psicologia. No primeiro caso, a
ênfase é produzir conhecimentos e desenvolver métodos e tecnologias, com base em
necessidades científicas e sociais, para compreender e intervir no comportamento humano
no trabalho e nas organizações. No segundo caso, o foco é aplicar conhecimentos, métodos e
tecnologias para responder às necessidades de trabalhadores e das organizações.
Em ambos, processos de avaliação psicológica são utilizados para compreender
fenômenos e processos psicológicos que ocorrem nas interações dos indivíduos com o
trabalho (ou com a expectativa dele) e com as diferentes modalidades de organização do
trabalho, com a finalidade de contribuir para decisões e/ou intervenções especializadas,
sejam no plano individual, grupal, organizacional ou societal.
Avaliações psicológicas são realizadas no contexto da Psicologia das Organizações e do
Trabalho (POT) para auxiliar na caracterização, análise, diagnóstico e tomada de decisão, em
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diferentes âmbitos:

a) no estabelecimento de perfis psicológicos/profissiográficos e mapeamento de


competências no trabalho;
b) em processos seletivos, de (re)orientação e de movimentação de profissionais
voltados ao exercício de determinadas funções/ atividades;
c) no planejamento e execução de programas, ações e estratégias de
desenvolvimento de aprendizagens e na capacitação/treinamento de profissionais;
d) na investigação e monitoramento de riscos e fatores de proteção psicofisiológicos,
psicológicos e psicossociais relacionados ao trabalho;
e) na gestão do desempenho no trabalho e dos vínculos e relações das pessoas com o
trabalho e com a organização;
f) nos processos de inclusão, readaptação e reabilitação profissional;
g) na investigação de prejuízos e danos psicológicos relacionados ao trabalho;
h) na prevenção de incidentes, acidentes de trabalho e doenças ocupacionais;
i) na promoção da saúde, da qualidade de vida e da segurança no trabalho; e
j) na gestão de mudanças, inovações tecnológicas e transformações organizacionais.
(CRUZ, 2002; FURNHAM, 2012; PEREIRA; BANDEIRA, 2017; SBPOT, 2020)

Em todos esses âmbitos, processos de avaliação psicológica são realizados por


profissionais de POT para prover informações relevantes à investigação, implementação,
modificação ou promoção de melhorias nos processos de trabalho e organizacionais. Nessa
direção, ressalta-se a importância das competências técnicas e profissionais do profissional de
POT, notadamente, conhecimentos científicos em POT, domínio de técnicas e instrumentos
válidos e confiáveis, habilidades para conduzir processos de avaliação psicológica e
capacidade analítica para descrever e interpretar fenômenos e processos psicológicos
situados em contextos de trabalho/organizacionais.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DA AVIAÇÃO


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Os pilotos de linhas aéreas são responsáveis pelo transporte seguro de milhares de


pessoas todos os dias e precisam estar em boa forma física e mental para realizar o trabalho.
O piloto trabalha em um ambiente único e suporta uma variedade de estressores diferentes,
o que pode colocá-los em risco aumentado de desenvolver uma condição de saúde mental
impeditiva para exercer suas funções com segurança, tornando crucial que sua saúde mental
seja avaliada regularmente. Diante de características tão específicas do aeronauta, é
importante que a(o) psicóloga(o) tenha conhecimentos da área da aviação e das teorias da
Psicologia da aviação para poder realizar uma avaliação psicológica.
Entre as diversas atividades desempenhadas pela(o) psicóloga(o) na aviação está a
atuação na avaliação psicológica do aeronauta (piloto de aeronave, comissário de voo e
mecânico de voo), na seleção destes profissionais (militares e civis), no acompanhamento da
saúde mental, em treinamentos e na prevenção e investigação de incidentes/acidentes
aeronáuticos, sempre buscando maximizar o desempenho humano, com vistas à segurança
das operações aéreas.
O desempenho humano está se tornando ainda mais relevante por causa da inovação
acelerada e dos avanços tecnológicos na indústria da aviação. Toda a atividade da Psicologia
aplicada à aviação tem o foco voltado para a segurança aérea. Todo aeronauta deve possuir o
Certificado Médico Aeronáutico (CMA) válido, cujos critérios psicofísicos e a periodicidade dos
exames são regulamentados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) por intermédio do
Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 67 (RBAC- 67), Emenda nº 4.
A avaliação psicológica na aviação civil, em perícias iniciais e periódicas do aeronauta,
é um dos critérios para a emissão do Certificado Médico Aeronáutico (CMA) e cabe ressaltar
que tal avaliação não tem o enfoque seletivo, sendo pericial, e serve de suporte para a
decisão final do médico na liberação do CMA.
O resultado desta avaliação psicológica definida no Regulamento Brasileiro de Aviação
Civil nº 67 (RBAC-67) deve subsidiar os exames médicos de saúde periciais dos aeronautas
com a confecção de atestado psicológico para ser entregue ao médico credenciado
concluindo se o aeronauta tem parecer apto ou inapto para desenvolver em segurança as
atividades laborais. O resultado da avaliação psicológica auxilia a entrevista psiquiátrica.
Segundo o RBAC-67, a(o) psicóloga(o) deve avaliar personalidade, atenção, memória e
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raciocínio por meio do uso de testes psicológicos aprovados pelo Sistema de Avaliação de
Testes Psicológicos (Satepsi).

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

No processo de avaliação psicológica destinado às pessoas com deficiência, é


imprescindível o atendimento aos pressupostos teóricos e técnicos inerentes à avaliação
psicológica sedimentados na literatura científica. Contudo, alguns aspectos adicionais devem
ser observados com vistas à manutenção da qualidade psicométrica dos instrumentos e
procedimentos empregados:
a) adaptar os instrumentos para pessoas com deficiência não se resume em alterar
um aspecto indistintamente sem avaliar as consequências na avaliação psicológica como um
todo e nos resultados e procedimentos do próprio teste;
b) o uso de certos tipos de adaptações pode modificar o construto que está sendo
medido. Cita-se como exemplo medidas de compreensão escrita e oral;
c) é condição indispensável, considerando a heterogeneidade da população com
deficiência, o conhecimento profundo sobre o público ao qual o teste é destinado, o tipo de
deficiência e como o público irá manusear os materiais do instrumento; e
d) a(o) psicóloga(o) ao selecionar um instrumento e procedimentos para a avaliação
de pessoas com deficiência deve pautar-se em evidências de validade que assegurem a
adequação das adaptações realizadas em relação a aspectos de usabilidade, acessibilidade,
clareza das tarefas, entre outros aspectos.

Cabe elucidar que o Código de Ética Profissional preconiza no item II de seus princípios
fundamentais que “O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida
das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. Sob essa
perspectiva, pode-se dizer que a avaliação psicológica nesse contexto não deve ser um
mecanismo de patologização ou de adequação dos corpos em razão de sua capacidade
funcional. O compromisso da avaliação psicológica com os direitos humanos reforça que todo
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processo de avaliação psicológica deve preservar a dignidade e a individualidade da pessoa,


rompendo com a ideia capacitista de impor uma normatividade de corpos não deficientes.
Cabe ao profissional investigar quais são os procedimentos, os meios e as técnicas
mais adequados para o contexto de seu trabalho, uma vez que o CFP defende a autonomia
profissional das(os) psicólogas(os) quanto à escolha dos testes. Ressalta-se que as condições
de uso dos instrumentos devem ser consideradas apenas para os contextos e propósitos para
os quais os estudos empíricos indicaram resultados favoráveis.
Com o intuito de fomentar, nas instituições representativas, pesquisas acerca da
avaliação e serviços psicológicos e promover uma Psicologia comprometida com métodos e
técnicas que propiciem o acesso às pessoas com deficiência, o CFP emitiu a Nota Técnica nº
4/2019: “Construção, adaptação e estudos de equivalência de testes psicológicos para
pessoas com deficiência”, que tem como objetivo orientar psicólogas, pesquisadoras(es),
editoras e laboratórios responsáveis quanto ao desenvolvimento de estudos psicométricos
(adaptação, construção, evidências de validade e precisão, equivalência e dados normativos)
de testes psicológicos para pessoas com deficiência. Adicionalmente, a nota não recomenda
ser feita qualquer adaptação sem prévio estudo, e “nos casos em que o uso dos testes é
inapropriado para as características individuais do avaliado, a(o) psicóloga(o) deverá proceder
a avaliação com outros recursos reconhecidos pela Psicologia” (CFP, 2019).
Em 2019 foi publicada a Nota Técnica nº 6/2019 com objetivo de orientar as(os)
psicólogas(os) sobre Avaliação da Capacidade Decisional de Pessoas com Deficiência e/ou
com Doenças Crônicas. Ainda em 2019, foi lançado o Prêmio Profissional – Avaliação
Psicológica direcionada a pessoas com deficiência, com objetivo de estimular profissionais de
Psicologia a relatarem suas experiências sobre o tema, de modo a levar a categoria a pensar e
a integrar novas formas de ação inclusiva na sua prática profissional.
39

REFERÊNCIAS

BRASIL. Departamento de Polícia Federal. Instrução Normativa nº 78, de 10 de fevereiro de


2014. Brasília, DF: [s.n.], 10 fev. 2014. Disponível em: https:// www.gov.br/pf/pt-
br/assuntos/armas/psicologos/instrucao-norma- tiva_78_10defevereiro2014-1.pdf. Acesso
em: 1 jun. 2022.
BRASIL. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (SINARM),
define crimes e dá outras providências. Brasília, DF: [s.n.], 22 dez. 2003. Disponível em:
http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm. Acesso em: 1 jul. 2022.
BRASIL. Lei nº 14.071, de 13 de outubro de 2020. Altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de
1997, para modificar a composição do Conselho Nacional de Trânsito e ampliar o prazo de
validade das habilitações; e dá outras providências. [S.l.: s.n.], 2020. Disponível em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/ lei-n-14.071-de-13-de-outubro-de-2020-282461197.
Acesso em: 5 jul. 2022.
BRASIL. Lei nº 5.108, de 21 de setembro de 1966. Institui o Código Nacional de Trânsito. [S.l.:
s.n.], 1966. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/l5108.htm.
Acesso em: 5 jul. 2022.
BRASIL. Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971. Cria o Conselho Federal e os Conselhos
Regionais de Psicologia e dá outras providências. Brasília, DF: [s.n.], 20 dez. 1971. Disponível
em: https://site.cfp.org.br/wp-content/ uploads/2008/08/lei_1971_5766.pdf. Acesso em: 1
jul. 2022.
BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. [S.l.:
s.n.], 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm.
Acesso em: 5 jul. 2022.
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Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.
[S.l.: s.n.], 1999.
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Regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meio de tecnologias da
40

informação e da comunicação e revoga a Resolução CFP nº 11/2012. [S.l.: s.n.], 2018.


CFP (Conselho Federal de Psicologia). (2019). Resolução CFP nº 18, de 05 de setembro de
2019. Reconhece a Avaliação Psicológica como especialidade da Psicologia e altera a
Resolução CFP nº 13, de 14 de setembro de 2007, que institui a Consolidação das Resoluções
relativas ao Título Profissional de Especialista em Psicologia. [S.l.: s.n.], 2019.
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informação e da comunicação durante a pandemia do Covid-19. [S.l.: s.n.], 2020.
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normas e procedimentos para a perícia psicológica no contexto do trânsito e revoga as
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https://atosoficiais.com.br/cfp. Acesso em: 1 jul. 2022.
CFP (Conselho Federal de Psicologia). Resolução CFP nº 6, de 29 de março de 2019. Institui
regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício
profissional e revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº 7/2003 e a Resolução
CFP nº 4/2019. [S.l.: s.n.], 2019. Disponível em: https://atosoficiais.com.br/cfp. Acesso em: 1
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CFP (Conselho Federal de Psicologia). Resolução CFP nº 8, de 17 de maio de 2022. Estabelece
normas de atuação para profissionais da psicologia em relação às bissexualidades e demais
orientações não monossexuais. [S.l.: s.n.], 2022. Disponível em:
https://atosoficiais.com.br/cfp. Acesso em: 1 jul. 2022.
CFP (Conselho Federal de Psicologia). Resolução CFP nº 9, de 25 de abril de 2018. Estabelece
diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do
psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) e revoga as
Resoluções nº 2/2003, nº 6/2004 e nº 5/2012 e Notas Técnicas nº 1/2017 e 02/2017. [S.l.:
s.n.], 2018. Disponível em: https://atosoficiais.com.br/cfp. Acesso em: 1 jul. 2022.
CRUZ, M. R. Medidas psicológicas em Psicologia do trabalho e das organizações. In: ALCHIERI,
R. M.; CRUZ, J. C.; SARDÁ JR., J. J. (org.). Avaliação e medidas psicológicas. São Paulo: Casa do
Psicólogo. [S.l.: s.n.], 2002. p. 173-82.
CTN (CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO). Resolução nº 425. Dispõe sobre o exame de
aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e
privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro.
Contran. [S.l.: s.n.], 2012.
CTN (CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO). Resolução nº 927. Dispõesobre o exame de
aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e
privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 da Lei nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro. [S.l.: s.n.], 2022.
FURNHAM, A. The psychology of behaviour at work: the individual in the organization.
42

London: Psychology Press, 2012.


PEREIRA, D. F.; BANDEIRA, D. R. Aspectos práticos da avaliação psicológica nas organizações.
São Paulo: Vetor, 2017.
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