Apontamentos AP 3.º ano licenciatura

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O Código Deontológico dos Psicólogos Portugueses aborda a avaliação psicológica

com foco na sua natureza técnica, ética e científica. Aqui estão os principais pontos
relacionados:

Natureza da Avaliação Psicológica

• Processo Compreensivo e Diversificado: A avaliação deve ser abrangente


(considerando todas as áreas relevantes) e diversificada (utilizando várias fontes e
métodos).

• Justiça: Deve reconhecer e não penalizar diferenças individuais, como


deficiências ou fragilidades, a menos que sejam estas o foco da avaliação.

Regras para a Avaliação

1. Competência Específica:

o Apenas psicólogos devidamente qualificados, com formação atualizada e


supervisão apropriada, podem realizar avaliações.

o Técnicas e instrumentos de avaliação devem ser escolhidos com base em


validação científica e adequação ao objetivo.

2. Utilização Apropriada:

o Os instrumentos devem ser utilizados corretamente, desde a aplicação


até a interpretação, sempre com base em evidências científicas.

3. Consentimento Informado:

o É obrigatório obter o consentimento do cliente antes de iniciar qualquer


processo avaliativo, exceto em casos onde isso seja regulamentado por lei
ou faça parte de rotinas institucionais.

4. Proteção de Materiais:

o Materiais de avaliação, como testes e manuais, devem ser mantidos


seguros e não disponibilizados a profissionais não qualificados ou ao
público.

Comunicação e Relatórios

• Resultados e Interpretação:

o Devem ser comunicados de forma objetiva e compreensível,


considerando os limites dos instrumentos usados.
o Sempre que possível, realizar uma entrevista de devolução dos resultados
antes de emitir relatórios.

• Relatórios Psicológicos:

o Precisam ser objetivos, rigorosos e conter apenas informações relevantes


para o caso.

o É necessário considerar as consequências da divulgação de informações


e proteger a privacidade do cliente.

Dito por si:

A professora diz que na frequência de avaliação psicológica sai o código deontológico. O


que achas que vai sair? que tenha a ver com a disciplina

Com base no Código Deontológico e na disciplina de Avaliação Psicológica, é provável


que o exame inclua os seguintes tópicos principais relacionados com a prática ética e
técnica da avaliação. Aqui está o que considero mais relevante:

1. Competência e responsabilidade na avaliação

• Quem pode realizar avaliações psicológicas?

o Apenas psicólogos/as devidamente qualificados/as e com formação


atualizada.

o A prática de avaliação requer supervisão e treino contínuo em técnicas e


instrumentos de avaliação.

• Responsabilidade do/a psicólogo/a:

o Garantir que a avaliação é conduzida de forma ética e com base em


métodos científicos atualizados.

o Estar ciente das consequências dos resultados da avaliação para o cliente


e outros envolvidos.

2. Consentimento informado

• É fundamental obter consentimento informado antes de iniciar a avaliação,


exceto:

o Quando a avaliação fizer parte de rotinas institucionais ou organizacionais


regulamentadas por lei.

• Informar o cliente sobre:

o Os objetivos e a natureza do processo de avaliação.


o O uso que será dado aos resultados.

o A confidencialidade e as limitações legais ou éticas desta.

3. Utilização de instrumentos e técnicas

• Escolha de instrumentos:

o Devem ser validados cientificamente, ter estudos de fiabilidade e


validade, e ser adequados à população avaliada.

o Conhecer profundamente o manual do instrumento e os modelos teóricos


associados.

• Administração e interpretação:

o Realizar a aplicação e interpretação de forma rigorosa, considerando


variáveis individuais como cultura, idioma, idade ou deficiências que
possam influenciar os resultados.

• Proibição de divulgar materiais:

o Os materiais de avaliação (ex.: manuais, itens de testes, sistemas de


cotação) não podem ser disponibilizados a não profissionais.

4. Comunicação dos resultados

• Devolução de resultados:

o Explicar os resultados ao cliente de forma clara e objetiva,


preferencialmente numa entrevista de devolução antes de enviar
relatórios.

• Relatórios Psicológicos:

o Devem ser escritos com objetividade e conter apenas informações


relevantes.

o Especificar os limites e o grau de certeza das interpretações feitas.

5. Princípios éticos fundamentais

• Beneficência e não maleficência:

o A avaliação deve promover o bem-estar do cliente e evitar causar qualquer


dano, seja por ação ou omissão.

• Justiça:
o Garantir que a avaliação não discrimine o cliente com base em
características como cultura, idioma, género ou deficiência, exceto se
estas forem o objeto da avaliação.

• Privacidade e confidencialidade:

o Garantir a proteção de todos os dados e resultados obtidos durante o


processo de avaliação, compartilhando-os apenas com o consentimento
do cliente ou em situações legais específicas.

Avaliação Psicológica – Entrevista

• É um dos instrumentos mais importantes para os/as psicólogos/as;


• A entrevista consiste em saber receber e escutar o discurso da pessoa e suscitar o
seu desenvolvimento;
• “A entrevista de avaliação (...) é, ao mesmo tempo, a mais básica e a mais útil
técnica utilizada pelos psicólogos. (...) Tem uma ampla gama de aplicabilidade e
adaptabilidade que faz com que seja o instrumento mais importante para a tomada
de decisão, a compreensão e a previsão.”
• Procura a compreensão do sujeito na sua globalidade e individualidade;
• Tem em consideração as informações ligadas ao sujeito, em função das suas
expetativas e da sua história pessoal;
• Possibilita apreender e compreender o funcionamento psicológico.

Tipos de entrevista

Entrevista não diretiva ou livre

A conversa nasce de alguma espontaneidade. Deixar o outro falar sem qualquer restrição
(em associação livre).

Entrevista semi-diretiva

Existe um guião de entrevista onde estão algumas questões com os principais temas.
Limitada por questões de tempo.

Entrevista diretiva

Existem questões diretas com uma determinada finalidade. Procura conhecer-se certas
características/condutas.
Principal premissa – empatia: estar com o outro como se fosse, mas sem se (con)fundir
com o outro

Aspetos importantes:

• Não diretividade;
• Neutralidade benevolente - (sem juízos de valor, sem preconceito, ou consciente
dele);
• Respeito: pelo tempo interno da pessoa, pelas escolhas da pessoa que fazem
sentido na sua história de vida;
• Linguagem (ou ausência de linguagem e linguagem corporal);
• Comunicação não verbal.

Entrevista Erros comuns

• Falar em excesso e escutar pouco


• Adotar um estilo escuta passiva
• Expressar censura, de forma mais ou menos consciente
• Comparar pacientes / clientes
• Mostrar nervosismo
• Desconhecer os processos de desenvolvimento do ser humano
• Esquecer que cada pessoa é única
• Sugerir demasiado ou forçar respostas
• Tentar interpretar à partida a informação recolhida

Técnicas de escuta ativa / entrevista

São intervenções do entrevistador para produzir um efeito específico na qualidade e


quantidade do discurso dos entrevistados.

As técnicas de escuta ativa não têm filiação teórica

A afirmação de que "as técnicas de escuta ativa não têm filiação teórica" significa que as
técnicas de escuta ativa não estão diretamente ligadas a uma única teoria psicológica
específica. Ou seja, não há uma base teórica única ou um modelo psicológico que
fundamente exclusivamente a prática da escuta ativa.

Atitude não directiva

• encorajar o entrevistado a falar livre e abertamente sobre o que quiser e o que lhe
interessar.
Técnicas: silêncio, paráfrase ou reflexão de sentido ou conteúdo, clarificação,
sumarização.

Atitude directiva

Técnicas: interpretação, questionamento, confrontação e validação de sentimentos.

1. QUESTIONAMENTO

Questionar é no essencial, fazer perguntas! A função é aumentar a informação sobre o


entrevistado ou, pelo menos, reduzir os níveis de incerteza. As perguntas devem ser feitas
de uma forma pouco direta.

Cuidados: A sucessão de perguntas directas gera uma atitude passiva da parte do


respondente que, após ter dado as respostas, fica à espera de novas questões. Para se
aceder a dimensões da personalidade do sujeito é necessária a interação para que tal se
verifique e que se dê espaço ao entrevistado (perceber se é tranquilo, ansioso,
extrovertido). As perguntas devem ter uma formulação aberta permitindo que o próprio
sujeito escolha a direção que mais lhe interessa e convém.

2. REFLEXÃO

A ideia central é fazer compreender ao entrevistado que não só se percebe o que ele
comunica como se está a pensar no assunto. Pretende-se ir mais longe do que o mero
esclarecimento do que foi dito, e chegar a eventuais ligações a materiais implícitos ou
latentes.

Cuidados: Não é possível valorizar de forma reflexiva todas as sequências


comunicacionais do entrevistado e fazê-lo tornaria numa entrevista focal quando se
pretende que a primeira entrevista permita um conhecimento alargado Exemplos: “Hum,
Hum...” Despido de conteúdo, mas facilitador do desenvolvimento do discurso. “É natural
que queira mudar, de acordo com o que tem dito, o seu atual trabalho não corresponde às
suas expectativas.”

3. REFORMULAÇÃO

Reflexão de conteúdo ou Paráfrase

Reformular é dizer de outra maneira o que se acabou de ouvir. Transmite-se que se


percebeu de facto aquilo que o entrevistado disse ou quis dizer. Serve para esclarecer e
facilitar a compreensão do que foi sendo dito.

Exemplos: Alguém que quer mudar de emprego e refere grandes explicações minuciosas.
“Tem, pois, uma série de razões para querer mudar de emprego”.
4. CLARIFICAÇÃO

Usada para tornar mais claro o que foi dito anteriormente. A clarificação faz-se com o
apoio de algumas das técnicas (questionamento ou reformulação).

Destina-se a ajudar o entrevistado a compreender o que está a ser dito porque nem
sempre o próprio se apercebe do que vai dizendo.

Exemplos: A pessoa que fala das razões para mudar de emprego “ou seja, o seu atual
emprego tornou-se insuportável!”.

5. ECOAR

Pretende assinalar ao entrevistado o reconhecimento emocional, sintonia e atenção do


entrevistador. Dirige-se basicamente à relação. Pode ser a simples repetição de uma
palavra ou de interrogação sobre qualquer coisa que acabe de ser dita. Permite o vínculo
relacional e também o retorno ao assunto quando o entrevistado se desvia de um tema
problemático.

6. AUTO-REVELAÇÃO

Técnica que implica que o entrevistador fale de si mesmo, mas com o objetivo de facilitar
a exposição do entrevistado. É útil usar parcimoniosamente dados da sua experiência e
pode ser importante que as autorrevelações se exprimam num registo afetivo e abstrato
ao invés de usar exemplos de factos concretos.

Cuidados: Se a autorrevelação não cumpre o objetivo, é um erro técnico. Significa que


entrevistador se distraiu, está centrado em si mesmo, pouco atento ou não assumiu o
papel que se propôs.

Exemplos: “Percebo o seu desconforto por experiência própria”; “Toda a gente já passou
por situações em que se sente desconfortável ou cansado”.

7. SILÊNCIO

Técnica que faz apelo à sensibilidade do entrevistador

• Silêncio de Inibição (O psicólogo fica em silêncio por não saber como reagir ou
por sentir-se bloqueado na conversa).
• Silêncio de passividade (O psicólogo adota uma postura passiva, permitindo que o
cliente se expresse sem intervenção direta).
• Silêncio regressivo (O psicólogo usa o silêncio para dar espaço ao cliente que
pode estar a regressar emocionalmente, num estado de vulnerabilidade).
• Silêncio defensivo (O psicólogo fica em silêncio como uma forma de se proteger
emocionalmente ou de manter a neutralidade diante de um tema delicado).
• Silêncio reflexivos (O psicólogo usa o silêncio para permitir ao cliente refletir,
processar e explorar os seus próprios pensamentos e sentimentos).

8. HUMOR

Muito sofisticado e complexo. Destina-se a desdramatizar uma situação, a criar


distanciamento em relação ao problema e a tornar menos ansiogénico um assunto de
difícil abordagem. Desdramatizar significa tirar carga emocional a uma narrativa que
está saturada de emoções, e não banalizar as situações ou problemáticas.

Cuidados: O entrevistado sentir-se gozado ou considerar que não está a ser levado a
sério. Deve ser usada como técnica de recurso raro, em situações bem controladas e por
entrevistadores experientes, tendo em conta os recursos disponíveis do entrevistado, a
sua plasticidade, ou rigidez.

Avaliação Psicológica – Observação

Ato de atenção intencional – moldado e condicionado pelo contexto, objetivo e objeto.

A observação é o ato de olhar com atenção as coisas, os seres, os acontecimentos e os


fenómenos por estudar.

Seleciona-se um pequeno número de informações pertinentes de um amplo espetro de


informação.

Externa – o manifesto

Interna – funcionamento intra e inter psíquico do sujeito

Intersubjetivo – na relação “aqui e agora”

Vantagens:

• Complemento à informação
• Atenção
• Método de recolha de dados clínicos

Limitações:

• Toda a observação é uma construção (depende do contexto e do clínico)


• Seleção da informação
• Impacto sobre a situação observada (no clínico e na relação terapêutico)
• Condicionada pela linguagem

Observação

Situacional

Visa a construção do sentido do que se está a observar, sendo a referência à


singularidade do sujeito e à implicação do observador (O psicólogo observa o
comportamento do indivíduo em contextos naturais e específicos, sem intervenção ou
controle, para entender como ele reage a diferentes situações).

• Interação
• Jogo

Padronizada

Procura a objetivação dos fenómenos pela organização de um dispositivo sistematizado


de recolha de dados (testes, grelhas)

(O psicólogo utiliza um conjunto de regras e critérios pré-definidos para observar e


registar comportamentos, de forma sistemática e controlada, com o objetivo de obter
dados comparáveis).

• Tipos de notas: Identificativas, descritivas, reflexões pessoais


• Grelhas de observação

Neonatal Behavioral Assessment Scale – Método Brazelton

A Neonatal Behavioral Assessment Scale (NBAS), ou Escala de Avaliação


Comportamental Neonatal, é uma ferramenta de avaliação utilizada para examinar o
comportamento e o desenvolvimento de recém-nascidos, geralmente nas primeiras
semanas de vida. Criada por T. Berry Brazelton, esta escala avalia vários aspectos do
comportamento do bebé, incluindo a sua capacidade de interação social, resposta ao
ambiente, regulação do estado emocional, tônus muscular, e capacidade de
autorregulação.

É uma ferramenta útil para identificar comportamentos típicos e atípicos no


desenvolvimento neonatal, podendo ser utilizada para monitorizar a saúde e o bem-estar
do bebé, bem como para detetar precocemente sinais de possíveis dificuldades ou
necessidades especiais.

✓ Constituída por 28 itens.


✓ Observação de recém-nascidos e bebés até aos dois meses de vida.
✓ Traça um "retrato" comportamental da criança que ilustra as suas forças, as suas
respostas de adaptação e possíveis vulnerabilidades.
✓ Não é um teste diagnóstico, não identifica sinais patológicos ou atípicos.
✓ Usada para ajudar os pais a identificar os sinais comportamentais e os tipos de
estratégias de cuidado que melhor se adequam às necessidades do bebé.
✓ A observação tem a duração de aproximadamente 5 a 10 minutos.
✓ Pode ser aplicada até os três meses de idade.
✓ Material de observação consiste: um chocalho, uma bola vermelha, uma lanterna,
o formulário de registo e o guia com descrição dos critérios para pontuação dos
itens.
✓ O sistema NBO inclui também: um questionário (Newborn Behavioral
Observations Parent Questionnaire) no qual os pais pontuam a efetividade do
NBO em ajudá-los a compreender melhor o comportamento do bebe.

Método Esther Bick

Observação psicanalítica de bebés

É um modelo tripartido:

• observar uma díade mãe-bebé, durante uma hora, semanalmente, até aos 2 anos,
em casa de uma família e na relação com os seus membros;
• anotar à posteriori tudo o que foi observado fora e dentro de si mesmo;
• apresentar e discutir o registo no grupo do seminário de supervisão.

Pressuposto do Método

• Primeira condição: estar ali – na sua pele e na sua realidade psíquica;


• Respeito íntimo pelos intervenientes;
• Observar antes de teorizar;
• Capacidade de ficar num estado de “tábua rasa”;
• Observar os detalhes mais inesperados - Observar, reter e pensar.

Avaliação Psicológica

Processo que visa obter informações através de protocolos científicos válidos,


atualizados e fundamentados, sendo exclusivo da Psicologia.

A avaliação psicológica é um processo, complexo, que tem como objetivo produzir


hipóteses, ou diagnósticos, sobre uma pessoa ou um grupo acerca de:

• funcionamento intelectual;
• características da personalidade,
• aptidão para desempenhar uma ou um conjunto de tarefas.

Procedimentos específicos:

1) Competência para escolher instrumentos apropriados ao objetivo da avaliação


2) Conhecimento e experiência ao nível da aplicação e da cotação dos instrumentos
selecionados
3) Competência para interpretar e integrar os resultados de uma forma útil e
Compreensiva

✓ Tem uma longa história na psicologia, sendo uma das áreas mais antigas
(Anastasi & Urbina, 2000; Primi, 2010).
✓ As primeiras testagens em larga escala começaram a ser usadas na China, há
mais de 2.200 anos (206 a.C.), quando se iniciou o sistema imperial de seleção
(Bowman, 1989).
✓ No fim do século XIX, em França, teve início a testagem psicológica moderna
Binet & Simon criam o primeiro teste de inteligência

CONTEXTOS DE APLICAÇÃO

✓ Avaliação Clínica (inteligência/cognição; personalidade; expressivas,


desenvolvimento)
✓ Avaliação psicológica em contexto saúde (personalidade, desenvolvimento, dor,
motivação para a mudança, adesão ao tratamento, etc.)
✓ Avaliação forense (perigosidade, situação emocional crianças e adultos)
✓ Avaliação de condutores (Áreas Percetivo-cognitiva, Psicomotora e Psicossocial)
✓ Avaliação em contexto organizacional (recrutamento e seleção, motivação)
✓ Avaliação em orientação vocacional (inventário de interesses e aptidões,
habilidades, inteligência, personalidade)

Paradigmas diferentes: Objetivos, Subjetivos e Intersubjectivos

• Objetivos: Procedimentos relacionados com a avaliação e comparação


• Subjetivos: Procuram aceder às lógicas de funcionamento da pessoa tomada na
sua singularidade (não mensurável, nem comparável)
• Intersubjetivos: Processo de relação entre o sujeito e o objeto (ou entre duas
pessoas). O Clínico/investigador tem uma ação mais ativa
• Paradigma Objetivo: Baseia-se em dados quantificáveis e testes padronizados
para obter resultados precisos.
• Paradigma Subjetivo: Foca na experiência pessoal e nas perceções do indivíduo.
• Paradigma Intersubjetivo: Considera as interações e a relação entre o psicólogo
e o cliente no processo de avaliação.

A escolha do tipo de avaliação depende:

✓ Modelo teórico de referência (organiza a interpretação do comportamento e


define a abordagem do psicólogo, conferindo identidade e estrutura ao processo
de avaliação);
✓ Objetivo da avaliação (O tipo de avaliação depende do que se quer alcançar,
como diagnóstico, intervenção ou acompanhamento);
✓ Contexto da avaliação (O ambiente e a situação em que a avaliação ocorre
(como hospital, escola ou consulta) afetam a escolha do método);
✓ Pedido (O tipo de avaliação é determinado pela necessidade expressa pelo
solicitante, como um clínico, instituição ou cliente);
✓ Instrumentos (A escolha de testes, questionários e outras ferramentas depende
da validade, adequação e finalidade da avaliação).

Avaliação da Personalidade

Personalidade – características que contribuem para padrões consistentes de


comportamento.

Avaliação objetiva, projetiva e intersubjetiva da personalidade

Rorschach

Objetivo: Prova projetiva personalidade

Público-alvo: Crianças e adultos

Tempo de aplicação: 30-45 minutos

Material para o teste: pranchas da prova: 10 cartões; papel branco ;caneta.

Protocolo

✓ Organização perceptivo-cognitiva da criança (madura/imatura); (Refere-se à


forma como a criança organiza e processa as perceções do ambiente)
✓ Problemática dominante: Oral (sentir-se cuidado e tratado);
✓ Anal (controlo / controlo da agressividade); Fálica (edipiana);
✓ Imagens parentais (É importante observar se as respostas refletem segurança ou
ansiedade em relação às figuras de apego);
✓ Representação de si.

O que está descrito refere-se à interpretação qualitativa que pode ser feita a partir
das respostas do Protocolo de Rorschach.

Pedir à criança/adulto que fale sobre os cartões com a seguinte formulação: “Vou mostrar
dez cartões e vai dizer aquilo em que faz pensar, o que pode imaginar a partir destes
cartões.” Eventualmente acrescentar: “Não há boas ou más respostas, pode dizer tudo o
que quiser ao ver os cartões”.

Procedimento:

Associação livre - mostrar os cartões e dar liberdade à pessoa para dizer o que vê.

2º inquérito – voltar a mostrar os cartões e perguntar o que levou a pessoa a ver isto ou
aquilo. “Aqui disse que viu um morcego. Porquê? O que o leva a dizer que é um morcego?”

Inquérito aos limites - Questionar quando determinadas respostas estão ausentes (ex.
Cartão III e V: banalidades / Cartão III e V: duas personagens)

O que é o inquérito aos limites nesse contexto?

• Consiste em questionar o avaliado de forma cuidadosa e estratégica quando


respostas comuns ou esperadas para determinados cartões não aparecem.

• Este procedimento ajuda a explorar porque determinadas perceções ou temas


estão ausentes, e se isso reflete um padrão cognitivo, emocional ou interpessoal
significativo.

Por que algumas respostas são esperadas?

Em determinados cartões, há elementos que frequentemente evocam respostas típicas


ou "banalidades" (respostas altamente comuns na população geral).
Por exemplo:

• Cartão III: Normalmente evoca perceções de duas personagens interagindo,


devido à simetria e formas humanas visíveis.

• Cartão V: As formas simétricas frequentemente levam à resposta de "borboleta"


ou "morcego".
Prova das escolhas – Escolha de dois cartões que gostou mais e outros dois que gostou
menos (Prova das Escolhas avalia as reações emocionais, preferências e áreas de
desconforto do avaliado frente aos estímulos, complementando a análise da
personalidade).

Resumo Simplificado dos Cartões do Rorschach:

1. Cartão I: Mostra como a pessoa reage a situações novas e como vê a relação


inicial com a mãe (proteção ou ameaça).

2. Cartão II: Explora sentimentos fortes, como raiva ou agressividade, e como a


pessoa lida com relações intensas.

3. Cartão III: Analisa como a pessoa se vê em relação aos outros e como se


identifica com eles.

4. Cartão IV: Reflete como a pessoa lida com autoridade, força e poder (como o pai
ou uma figura forte).

5. Cartão V: Mostra como a pessoa sente a sua estabilidade e se adapta ao mundo


real. Conceito de si

6. Cartão VI: Está relacionado com questões sobre intimidade, atração e confiança.
Carregado de implicações sexuais.

7. Cartão VII: Explora os sentimentos e ligações com figuras femininas,


especialmente a mãe.

8. Cartão VIII: Analisa como a pessoa se relaciona emocionalmente com os outros e


com o mundo à sua volta.

9. Cartão IX: Mostra como a pessoa lida com memórias e emoções muito antigas ou
profundas.

10. Cartão X: Avalia como a pessoa organiza os seus pensamentos quando enfrenta
algo complexo ou confuso. “Cartão da Transferência” ou “Cartão da
Fragmentação”.
Cotações

Na prova de Rorschach, as cotações são feitas com base nas respostas do indivíduo às
10 manchas de tinta, avaliando como ele vê as figuras e o que essas perceções podem
indicar sobre o seu funcionamento psicológico. Cada resposta é analisada de acordo
com vários critérios, como:

1. Conteúdo: O que a pessoa vê (por exemplo, um animal, uma pessoa, uma forma
abstrata).

2. Localização: Qual parte da mancha foi usada para formar a resposta (se foi a
mancha inteira ou uma parte específica).

3. Forma: Como a pessoa descreve a figura, se segue a forma da mancha ou se faz


associações mais livres.

4. Determinantes: Os aspectos que influenciam a resposta, como cor, textura ou


movimento

Resumo Completo das Cotações:

Localização - Referem-se à abordagem do mundo; relações de objeto; imagem de si

• G (Respostas globais): Resposta com a mancha inteira. Gbl

• D (Localização parcial - grandes detalhes): Respostas com partes específicas.

• Dbl (Espaços brancos): Respostas que utilizam os espaços vazios.

• Dd (Recortes raros, pequenos, estranhos - bizarros): Respostas com partes


pequenas ou raras.

Determinantes:

• F (Forma - Percepção):

o F+: Boa forma.

o F-: Má forma.

o F+–: mais ou menos.

• K (Cinestesia - Projeção):

o Kan: Animais.

o Kob: Objetos.

o Kp: Imagens humanas.

• Determinantes Cor:
o FC: Predomínio da forma.

o CF: Predomínio da cor.

o E: Esbatimento de textura e perspectiva.

o Clob: Claro-escuro (contraste forte entre luz e sombra). Terror / horror /


bestiário

Conteúdos:

• H: Pessoas.

• Hd: Partes de pessoas.

• A: Animais.

• Ad: Partes de animais.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA – Provas de Personalidade

MINI MULT

Autor: Kincannon, 1968

Público-alvo: Adultos dos 16 aos 90 anos

Composto por 71 itens

Tempo de aplicação: aprox. 90 minutos

Composição: 3 escalas de validade; 8 escalas clínicas ; folha de correção; folha de


conversão dos resultados brutos em pontuações diretas; folha de perfil.

1. Mini Multi

• Para que serve: O Mini Multi é uma versão reduzida do Minnesota Multiphasic
Personality Inventory (MMPI) e é utilizado para a avaliação da personalidade e de
distúrbios psicológicos.

• O que avalia: Avalia uma série de dimensões da personalidade, incluindo estados


de ansiedade, depressão, psicopatologia e traços de personalidade.

• Tipo de prova: Prova de auto-relato (questionário).V/F

• Resultados: Fornece perfil de personalidade do indivíduo e indica a


probabilidade de presença de distúrbios emocionais ou comportamentais,
permitindo ao psicólogo traçar uma avaliação do estado psicológico geral da
pessoa.
TAT

A prova tem por base o referencial teórico psicanalítico.

Autor: Murray y cols.

Objetivo: Prova projetiva personalidade

Público-alvo: Crianças (a partir dos 10/11 anos) e adultos

Tempo de aplicação: 30-45 minutos

Material para o teste: Pranchas da prova; Papel branco; Caneta.

2. TAT (Thematic Apperception Test)

• Para que serve: O TAT é utilizado para avaliar a dinâmica emocional e os


conflitos internos das pessoas, identificando padrões de pensamento, desejos,
preocupações e características de personalidade.

• O que avalia: Avalia os processos psicológicos, como motivação, conflitos,


desejos inconscientes, relacionamentos interpessoais e aspectos do self.

• Tipo de prova: Teste projuntivo (exige que o indivíduo interprete imagens


ambíguas e elabore uma história). Pedir à criança/adulto que conte uma
história a partir da imagem que está a ver.

• Resultados: Os resultados revelam padrões de comportamento, atitudes e


emoções do indivíduo em resposta aos estímulos projetivos (as imagens), sendo
útil para explorar o inconsciente e para a entendimento das relações
interpessoais.

Salienta: A dinâmica das relações interpessoais, a natureza e a força dos impulsos e


tendências, as defesas organizadas contra esses impulsos.

Inventário depressivo de Beck

Autor: Beck,1968

Objetivo: Diferenciar os indivíduos depressivos dos não depressivos, assim como medir a
severidade dos sintomas de depressão.

Público-alvo: Adultos

Características gerais: 21 itens – Divididos em três fatores (a) Fator cognitivo (n=8), (b)
Fator Afetivo (n=6) e (c) Fator Somático (n=7)
3. Inventário Depressivo de Beck

• Para que serve: O Inventário Depressivo de Beck é utilizado para medir a


gravidade da depressão em adultos e adolescentes.

• O que avalia: Avalia sintomas depressivos como tristeza, perda de interesse,


falta de energia, sentimentos de culpa, entre outros.

• Tipo de prova: Teste de auto-relato (questionário com 21 perguntas). Escala de


Likert.

• Resultados: Fornece uma pontuação numérica que indica a gravidade da


depressão, ajudando o psicólogo a entender a intensidade e a natureza dos
sintomas, e a monitorizar a evolução do quadro depressivo.

5. CAT (Children's Apperception Test)

• Para que serve: O CAT é utilizado para avaliar a personalidade e os conflitos


emocionais em crianças.

• O que avalia: Avalia aspectos do mundo interno das crianças, incluindo


conflitos emocionais, dinâmica familiar, medos e desejos, e como as crianças
lidam com situações de frustração e interação social.

• Tipo de prova: Teste projuntivo (similar ao TAT, mas com imagens adaptadas para
crianças).

• Resultados: As respostas das crianças às imagens fornecem indicações sobre o


desenvolvimento emocional, os mecanismos de defesa e a dinâmica familiar,
podendo também revelar problemas emocionais ou sociais.
Provas Avaliação de Inteligência

WISC III

Autor: David Wechsler

Objetivo: Prova de avaliação de inteligência para crianças

Público-alvo: Crianças dos 6 aos 16 anos

Tempo de aplicação: aprox. 90 minutos

Material para o teste: Manual; Folha de registo das respostas; Prova constituída pelos
vários sub-testes; Grelhas de correção; Lápis; Borracha; Cronómetro.
WISC (Wechsler Intelligence Scale for Children)

• Para que serve: O WISC é utilizado para avaliar o QI de crianças entre os 6 e os 16


anos.

• O que avalia: Avalia várias facetas da inteligência infantil, incluindo habilidades


verbais, raciocínio perceptivo, memória de trabalho, velocidade de
processamento e habilidade para resolver problemas.

• Tipo de prova: Teste de desempenho (com subescalas que envolvem tanto


tarefas verbais como tarefas de performance).

• Resultados: Fornece um QI global e resultados em várias subescalas (como


compreensão verbal, raciocínio perceptivo, memória de trabalho, velocidade
de processamento), ajudando a identificar dificuldades cognitivas específicas e
oferecendo uma visão sobre o desempenho intelectual da criança.

WAIS (Wechsler Adult Intelligence Scale)

• Para que serve: O WAIS é utilizado para avaliar o QI (quociente de inteligência)


de adultos (a partir dos 16 anos).

• O que avalia: Avalia várias facetas da inteligência adulta, incluindo raciocínio


verbal, memória de trabalho, raciocínio perceptivo e velocidade de
processamento.

• Tipo de prova: Teste de desempenho (composto por várias subescalas, incluindo


tarefas verbais e de desempenho).

• Resultados: Fornece um QI global e subescalas (como compreensão verbal,


raciocínio perceptivo, memória de trabalho, velocidade de processamento),
ajudando a identificar áreas de força e dificuldade cognitiva, além de ser útil
para diagnósticos de dificuldades cognitivas ou distúrbios.
Provas de Atenção e Memória

Figura complexa de Rey

Autor: André Rey

Objetivo: Prova de avaliação grafo-perceptivo e de memória

Público-alvo: Crianças (4 aos 7 anos) e adultos

Material para o teste: Lâminas da prova; Folhas de papel em branco A4; Lápis / canetas
de cores diferentes; Cronómetro.

Procedimento:

✓ Inicialmente mostra-se a figura na posição horizontal e solicita-se à pessoa para


fazer uma cópia.
✓ Faz-se um intervalo de 3 minutos.
✓ Ao fim desse tempo pede-se à pessoa para reproduzir a imagem de memória.
✓ Contabiliza-se o tempo despendido na reprodução da cópia.
Orientação Vocacional

O que é e para que serve?

✓ Identificação de interesses, habilidades e motivações


✓ Auxilia no processo de escolha
✓ Conhecimento geral de áreas especificas de atuação e mercado de trabalho

3 momento importantes

1. Auto-conhecimento
2. Informação
3. Planear o futuro

A Relação Psicólogo/ paciente

• A empatia: compreender o paciente

• Abertura: é uma atitude de afirmação e compreensão da realidade do cliente

• Expressão emocional: possibilidade para os pacientes experienciarem e expressarem


sentimentos julgados pelos mesmos como inaceitáveis, obtendo da parte do psicólogo
uma resposta de aceitação e suporte.

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL INDIVIDUAL

•Aplicada a indivíduos com mais de 14 anos.

•Duração de três semanas, sendo esta realizada em 3 momentos:

1º Momento: Entrevista

• Expectativas/perspetivas;
• Dinâmicas escolar, familiares e sociais;
• Objetivo principal é estabelecer relação com o paciente e perceber quais
as suas perspetivas em relação ao meio escolar/profissional;
• Duração de 1h.

2º Momento: Avaliação

• São aplicados os testes de avaliação dos interesses profissionais do


indivíduo, aptidões e personalidade.
• Duração de 3h (aprox.)
Sugestões de testes

• Matriz de Interesses e Habilidades Profissionais


• Critérios para escolha de profissões
• SDS –Questionário de busca autodirigida
• EAP-Escala de Aconselhamento Profissional
• EMEP-Escala de Maturidade para Escolha Profissional
• TDP-Teste das Dinâmicas Profissionais
• AIP-Avaliação dos interesses profissionais
• BPRD-Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial
• IPP – Inventário de Preferências Profissionais
• Teste de Tipologia de Holland

É interessante que seja aplicado pelo menos dois testes para validar melhor o
resultado.

COPS

Um inventário de interesses cujo objetivo é o de delimitar os domínios profissionais que


poderão ser alvo de interesse do sujeito e ajudar no planeamento da carreira.

É constituído por uma série de atividades relacionadas com diversos tipos de profissões,
cabendo ao sujeito decidir se gostaria ou não de realizar cada uma dessas atividades.

Material:

• Folha de instruções;
• Lista de 168 atividades;
• Folha de respostas;
• Folha de perfil.

Administração:

• Individual ou em grupo;
• Tempo de duração: 20 a 30 minutos.

Instruções:

• Não há respostas certas nem erradas, todas as respostas são válidas;


• Vão responder a uma lista de 168 atividades que englobam diferentes
tipos de profissões;
• Para cada item que vai ler tem de responder de acordo com uma escala
(gosto muito / gosto moderadamente / não gosto / não gosto mesmo
nada);
• Não tem limite de tempo.
Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial- BPRD

Foi desenvolvida pelo Prof. Doutor Leandro Almeida e validada para a população
portuguesa.
A B.P.R.D é constituída por cinco provas:

• Raciocínio Numérico (Prova NR),


• Raciocínio Verbal (Prova VR),
• Raciocínio Espacial (Prova SR),
• Raciocínio Abstracto (Prova AR)
• Raciocínio Mecânico (Prova MR).
• Trata-se de provas em que se avalia o raciocínio, operação mental inerente
às cinco provas.
• A população-alvo é os jovens alunos que frequentam a escola do 7º ao 12º
ano.

A aplicação pode ser individual ou coletiva

O tempo de realização para cada prova:

• Prova NR – 17 minutos;
• Prova AR – 9 minutos;
• Prova VR – 7 minutos;
• Prova SR – 16 minutos;
• Prova MR – 15 minutos.

Tipologia de Holland

O modelo hexagonal de Holland é uma prova de aplicação rápida, entre 10 a 15


minutos, pode ser realizada individualmente ou em grupo.
Estás numa sala onde está a decorrer uma festa. Nesta festa, as pessoas com interesses
semelhantes juntaram-se no mesmo canto da sala – tal como se encontra na imagem.

Depois de leres a descrição dos seis grupos de pessoas apresentadas, qual é o canto que
mais te atrai? Com que grupo queres passar o teu tempo?

Escreve a letra desse quadrado

Passados 15 minutos, todas as pessoas do canto que escolheste foram para outra festa,
deixando-te sozinho. Qual dos grupos que ainda restam te atrairia mais? Com quem
gostarias de passar a maior parte do teu tempo?

Escreve a letra desse quadrado

Repetir até não sobrar nenhum grupo

3º Momento: Devolução De Relatório

• Discussão e promoção dos resultados obtidos, bem como, planeamento


vocacional e/ou profissional.
• Tem a duração de aprox. 1h.

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