Manual Do Formando - Módulo 06

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Curso Intensivo

“Avaliação Psicológica nas Crianças e


Adolescentes”

Módulo VI

Manual do Formando

Formadores

Joana Fernandes

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Índice

Pág.

1. Objetivos 3
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2. Módulo VI – Relatório de avaliação psicológica
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2.1. Questões éticas e deontológicas
2.2. Estrutura do relatório 8

3. Páginas consultadas
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1. Objetivos

No final do Módulo I, os formandos deverão ser capazes de:

 Compreender as questões éticas e deontológicos inerentes à profissão do


psicólogo;
 Compreender os princípios específicos da avaliação psicológica
 Conhecer a estrutura do relatório de avaliação psicológica

2. Módulo VI – Relatório de avaliação psicológica

2.1. Questões éticas e deontológicas

Todas as profissões regem-se por um código deontológico cujo objetivo


consiste em regulamentar a conduta da profissão e do profissional que a exerce. Irei
abordar apenas alguns pontos-chave que são importantes recordar:

Princípio A – Respeito pela dignidade e direito da pessoa

Princípio B - Competência

Princípio C - Responsabilidade

Princípio D - Integridade

Princípio E – Beneficência e Não Maleficência

Princípio A – Respeito pela dignidade e pela pessoa


Os/as psicólogos/as devem respeitar as decisões e os direitos da pessoa, desde que
estes sejam enquadrados num exercício de racionalidade e de respeito pelo outro.
Nesta perspectiva, não devem fazer distinções entre os seus clientes por outros
critérios que não os relacionados com os problemas e/ou questões apresentadas, e
devem, com a sua intervenção, promover o exercício da autonomia dos clientes
(Código Deontológico, OPP)

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Princípio B - Competência
Os/as psicólogos/as têm como obrigação exercer a sua actividade de acordo com os
pressupostos técnicos e científicos da profissão, a partir de uma formação pessoal
adequada e de uma constante actualização profissional, de forma a atingir os
objectivos da intervenção psicológica. De outro modo, acresce a possibilidade de
prejudicar o cliente e de contribuir para o descrédito da profissão (Código
Deontológico, OPP).

Princípio C – Responsabilidade
Os/as psicólogos/as devem ter consciência das consequências que o seu trabalho
pode ter junto das pessoas, da profissão e da sociedade em geral. Devem contribuir
para os bons resultados do exercício da sua actividade nestas diferentes dimensões
e assumir a responsabilidade pela mesma. Devem saber avaliar o nível de fragilidade
dos seus clientes, pautar as suas intervenções pelo respeito absoluto da decorrente
vulnerabilidade, e promover e dignificar a sua actividade profissão (Código
Deontológico, OPP).

Princípio D – Integridade
Os/as psicólogos/as devem ser fiéis aos princípios de actuação da profissão
promovendo-os de uma forma activa. Devem prevenir e evitar os conflitos de
interesse e, quando estes surgem, devem contribuir para a sua resolução, actuando
sempre de acordo com as suas obrigações profissionais (Código Deontológico,
OPP).

Princípio E – Beneficiência e Não Maleficência


Os/as psicólogos/as devem ajudar o seu cliente a promover e a proteger os seus
legítimos interesses. Não devem intervir de modo a prejudicá-lo ou a causar-lhe
qualquer tipo de dano, quer por acções, quer por omissão (Código Deontológico,
OPP).

Os objetivos específicos são diversos, iremos abordar apenas os que são


relevantes para o processo de avaliação psicológica.

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Avaliação psicológica:
A avaliação psicológica corresponde a um processo compreensivo (abrangendo
áreas relacionadas com o pedido de avaliação e os problemas identificados) e
diversificado (recorrendo potencialmente a vários interlocutores pode assumir
distintos objectivos, reconhece diferentes tipos de informações, considera variados
resultados). Pretende, igualmente, ser um processo justo (reconhecendo e não
penalizando diferenças relativas a grupos minoritários, incluindo pessoas com
deficiências físicas, sensoriais, linguísticas ou outras fragilidades, a menos que sejam
estas variáveis a mensurar e considerando as consequências dos resultados). A
avaliação psicológica concretiza-se através do recurso a protocolos válidos e deve
responder a necessidades objectivas de informação, salvaguardando o respeito pela
privacidade da pessoa.

Natureza da avaliação psicológica


• Avaliação psicológica é um acto exclusivo da Psicologia e um elemento
distintivo da autonomia técnica dos/as psicólogos/as relativamente a outros
profissionais.
Competência específica
• As técnicas e instrumentos de avaliação são utilizados por psicólogos/ as
qualificados/as com base em formação actualizada, experiência e treino
específicos, excepto quando tal uso é realizado, com supervisão apropriada,
com objectivos de treino ou formação.

Utilização apropriada
• A utilização apropriada de técnicas e instrumentos de avaliação refere-se à
administração, cotação, interpretação (incluindo o recurso a programas
informáticos) e usos da informação obtida, e requer investigação e evidência
de utilidade.

Consentimento informado

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• Os/as psicólogos/as obtêm consentimento informado para os processos de
avaliação ou diagnóstico, excepto quando estes fazem parte das actividades
de rotina institucional, organizacional ou educacional, que correspondam a
uma solicitação regulamentada na lei ou pretendam identificar a capacidade
de tomada de decisão

Materiais de avaliação, sua proteção e segurança


• Os/as psicólogos/as têm a responsabilidade de seleccionar e utilizar, de
modo apropriado, protocolos de avaliação suficientemente válidos,
actualizados e fundamentados do ponto de vista científico. Estes protocolos
incluem entrevistas, testes e outros instrumentos de avaliação psicológica
que são utilizados para justificar formulações e conclusões incluídas em
avaliações, diagnósticos, relatórios, pareceres, recomendações e outros
tipos de comunicação. Os materiais e protocolos de avaliação, incluindo
manuais, itens, e sistemas de cotação e interpretação, não são
disponibilizados aos clientes ou a outros profissionais não qualificados. Os/as
psicólogos/as asseguram a protecção e segurança dos materiais de
avaliação, prevenindo a sua divulgação para o domínio público.

Instrumentos
• Os/as psicólogos/as utilizam instrumentos de avaliação que foram objecto de
investigação científica prévia fundamentada, e que incluem estudos
psicométricos relativos à validade e fiabilidade dos seus resultados com
pessoas de populações específicas examinadas com esses instrumentos,
bem como dados actualizados e representativos de natureza normativa. O
uso de instrumentos supõe um conhecimento rigoroso dos respectivos
manuais, incluindo o domínio de modelos teóricos subjacentes, condições de
administração, cotação, interpretação bem como o conhecimento da
investigação científica actualizada.

Dimensões da interpretação

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• Na interpretação dos resultados, os/as psicólogos/as consideram o objectivo
da avaliação, variáveis que os testes implicam, características da pessoa
avaliada (incluindo diferenças individuais — linguísticas, culturais ou outras)
e situações ou contextos que podem reduzir a objectividade ou influenciar
os juízos formulados.

Comunicação dos resultados


• Os/as psicólogos/ as proporcionam explicações objectivas acerca da natureza
e finalidades da avaliação, bem como dos limites dos instrumentos,
resultados e interpretações formuladas à pessoa ou seu representante legal,
ou a outros profissionais ou instituições a quem prestam serviços de
avaliação, estes últimos com o consentimento do cliente. O cliente tem
direito de acesso aos resultados da avaliação, bem como informação
adicional relevante para a sua interpretação.
• Preferencialmente, os/as psicólogos/as fazem uma entrevista de devolução
dos resultados da avaliação, prévia ao envio do relatório, onde explicam os
dados constantes no relatório e possibilitam ao cliente a manifestação de
dúvidas e o seu esclarecimento.

Fundamentação dos pareceres


• Os/as psicólogos/ as fundamentam a avaliação, as decisões relativas à
intervenção ou as recomendações em dados ou resultados de testes
reconhecidamente úteis e apropriados para os objectivos gerais e
específicos da avaliação.

Relatórios psicológicos
• Os relatórios psicológicos devem ser documentos escritos objectivos,
rigorosos e inteligíveis para o(s) destinatário(s), procurando introduzir
apenas informação relevante que permita dar resposta às questões e
pedidos de avaliação considerados pertinentes. Os/as psicólogos/as devem
ponderar as consequências das informações disponibilizadas nos relatórios

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psicológicos, considerar criticamente o carácter relativo das avaliações e
interpretações, e especificar o alcance, limites e grau de certeza dos
conteúdos comunicados. Os relatórios incluem como elemento de
identificação o nome do psicólogo e o número da cédula profissional.

Relações profissionais
• Se o cliente pretender uma segunda opinião por parte de outro/a
psicólogo/a, dados mais completos de avaliação poderão ser directamente
enviados a este último, para evitar interpretações incorrectas por parte do
cliente e assegurar a segurança e integridade dos materiais de avaliação.

2.2. Estrutura do relatório

A estrutura do relatório de avaliação deve obedecer a determinados parâmetros de


forma a incluir toda a informação considerada relevante para retirar conclusões
válidas sobre a criança e/ ou adolescente.

O relatório de avaliação deverá ser dividido em secções de forma a facilitar a


organização da informação e o leitor. Deverá conter:

Informação da
Informação de Instrumentos de Resultados da
criança/
referenciação avaliação avaliação
adolescente

Identificação do
Conclusões Recomendações
psicólogo

1. Informação da criança/ adolescente


• Nome completo
• Data de nascimento

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• Data da avaliação
• Nome do avaliador(es)
• Referenciação (caso tenha sido encaminhado por outro profissional)

2. Informação de referenciação
• Aqui deverão constar os motivos do pedido de avaliação e toda a
informação obtida através das entrevistas clínicas efetuadas (pais,
criança, escola ou outros) que possa contribuir para as conclusões do
relatório;
• A OPP (Ordem dos Psicólogos Portugueses) alerta para as questões
relacionadas com a confidencialidade na elaboração do relatório,
nomeadamente na partilha de informação que poderá ser prejudicial
quando partilhada com terceiros.
• Neste sentido, o cliente pode até solicitar um documento com
informação menos detalhada (por vezes a informação da anamnese
poderá comprometer o utente de alguma forma).

3. Instrumentos de avaliação
a. Aqui o psicólogo deverá listar todos os instrumentos usados para a
avaliação psicológica da criança e/ou adolescente, colocando sempre a
informação respetiva dos autores das provas utilizadas bem como o
respetivo ano (sempre que possível, colocar a informação respetiva à
validação portuguesa.
4. Resultados da avaliação:
• Nesta secção deverão existir subsecções, ou seja, uma para cada um dos
instrumentos aplicados. Para cada instrumento, deve constar uma
pequena introdução onde deve ser explicado o objetivo da prova e as
dimensões avaliadas.
• Posteriormente, deverão incluir-se quadros, figuras ou tabelas onde seja
possível ter acesso aos resultados (quantitativos ou qualitativos) de cada

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instrumento, seguido de uma breve descrição desses resultados (isento
de interpretações clínicas).

5. Conclusões
• Deverão ser retiradas conclusões de acordo com a interpretação e
integração de todas as informações obtidas através da anamnese das
observações informais, informações obtidas em diferentes contextos e
instrumento de avaliação ministrados;
• Aqui poderá ser sugerido ou diagnóstico, caso se considere relevante ou
deixar em aberto (caso a avaliação efetuada não permita tirar conclusões
definitivas).

6. Recomendações
• A partir das conclusões retiradas, o psicólogo deverá elaborar um
prognóstico e sugerir:
• Intervenção (frequência e com que objetivos), e/ ou,
• Encaminhamento para outras áreas.

7. Informação do psicólogo
• Nome completo do avaliador
• Número de cédula profissional

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3. Páginas consultas

• www.opp.pt

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