Roteiro Laboratorial Eletrônica II Nº 3

REALIMENTAÇÃO NEGATIVA
BARROS, E. C.1 , NASCIMENTO, L. A. F.1 , MOURA, A. F. L.1 , EGOAVIL, C. J.2
1
Monitor (a) da disciplina de ELETRÔNICA II- DEE, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Sala 206 - 2C, Porto Velho, Rondônia, Brasil (e-mail:
eletronicamonitoria@gmail.com)
2
Professor do Curso de Engenharia Elétrica - DAEE, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Sala 206 - 2C, Porto Velho, Rondônia, Brasil
(e-mail: ciro.egoavil@unir.br)

OBJETIVOS
• Aprender sobre os efeitos da realimentação negativa na prática.
• Construir fontes de tensão e corrente com um amplificador operacional.
• Observar na prática o terra virtual.
• Obter a função de transferência de um ampop.
• Analisar os efeitos externos a um ampop e como eles interferem no seu sinal de saída.
• Aplicar uma prática simples com o intuito de observar o funcionamento do acoplamento DC do
osciloscópio.

I. INTRODUÇÃO TEÓRICA
A realimentação foi inventada por um engenheiro eletrô-
nico, Harold Black, em 1928, ao procurar obter repetidores
telefônicos com ganho estável. A realimentação pode ser
negativa ou positiva [1]. A realimentação negativa é usada
para conseguir as seguintes propriedades:
• Dessensibilizar o ganho: fazer o ganho menos sensível
aos valores dos componentes do circuito.
Figura 1. Configuração com realimentação negativa. Adaptado de [2].
• Reduzir a distorção não linear: tornar a saída propor-
cional à entrada, ou seja, tornar a saída proporcional à
entrada independentemente do nível de sinal.
• Reduzir o efeito do ruído: minimizar a contribuição
na saída de sinais gerados tanto por os componentes
do circuito como interferências.
• Controlar as impedâncias de entrada e saída: au-
mentar ou diminuir as impedâncias de entrada e saída
pela seleção de topologia de realimentação apropriada
externas.
• Estender a largura de banda do amplificador.
Esse modo de operação é o mais importante em circuitos
com ampop, também é um modo de operação em malha Figura 2. LM741 internet [4].
fechada, porém com resposta linear e ganho controlado. Na
figura 1, tem-se um ampop operando com realimentação
negativa [2]. Consegue-se fazer o ampop trabalhar como fonte de
Com a realimentação negativa deverá-se conseguir efeitos tensão ou como fonte de corrente quase ideal. Em todos
realmente impressionantes. Utilizando um único ampop circuitos lineares, onde o ampop opera não saturado, pode
de uso geral LM741, figura 2, consegue-se implementar se afirmar que o ampop está submetido a uma realimentação
circuitos com resistência de entrada tão alta como 200M negativa [3].
(muito maior que a resistência de entrada do próprio ampop) De maneira geral os ampop’s com realimentação negativa
ou tão baixa como 0,1 (quase um curto circuito) [3]. são implementados em Amplificadores Inversores e não

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Inversores, Somadores, Subtratores, Integradores, Diferen- exatamente 15V e devido à tolerância dos resistores Ri e Rf
ciadores, Filtros e etc [3]. [3].
A Corrente fornecida pelo ampop é 6mA, soma da
II. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS. corrente no elo de realimentação If= Ii= Vi/Ri= 1mA, Com
Para a implementação do roteiro deverão ser utilizados os a corrente fornecida á carga IL= Vo/RL= 5mA.
seguintes materiais e equipamentos: • Retirar a carga do circuito e medir Vo novamente.
• Osciloscópio digital; para Io = 1mA,
• Multímetro digital; Vo=
• Gerador de sinais; Com a retirada da carga, haverá uma redução da corrente
• Fonte de tensão DC; fornecida pelo ampop ∆= 5mA, que provocará uma pequena
• LM741; variação de tensão de saída. ∆Vo = Vo(1mA) - Vo(6mA) .
• Diodo Zener 1N4740 x(2) Provavelmente não será possível medir qualquer variação
• Resistores de 2kΩ x(1), 10kΩ x(2), 15kΩ x(1), 30kΩ através de multímetro de 3.1/2 dígitos.
x(1) e 1MΩ x(2). A impedância de saída deste circuito será

III. PARTE EXPERIMENTAL Zo = ∆Vo / ∆Io

A. FONTE DE TENSÃO Zo=
Este valor muito baixo comprova que o ampop funciona
como fonte de tensão quase ideal ou fonte de tensão firme
[3].

B. FONTE DE CORRENTE
Se a carga for instalada ente o terminal de saída e
o terminal de entrada do ampop, tem-se uma fonte de
corrente quase ideal, ou seja, a corrente não varia com a
variação da carga [3].
Seguir os passos à baixo:

Figura 3. Fonte de tensão. Adaptado de [3].

Se a carga for instalada entre o terminal de saída do

ampop e o terra, tem-se uma fonte de tensão quase ideal,
ou seja, a tensão de saída não varia.
Seguir os passos à baixo:
• Montar o circuito conforma o diagrama esquemático
da figura 3.
• Conferir as ligações, principalmente a alimentação .
• Ligar a alimentação Vi de 15V.
• Ajustar o multímetro para medir tensão contínua de até
20V DC. Figura 4. Fonte de corrente. Adaptado de [3].
• Medir a tensão de saída
para Io = 6mA Vo= • Montar o circuito conforme o diagrama esquemático
segundo teoria, da figura 4. O circuito é semelhante ao anterior, porém
a carga é instalada no elo de realimentação negativa do
Vo = (-Rf / Ri)Vi ampop.
A pequena diferença encontrada entre o cálculo teórico • Medir a corrente IL.
e o valor experimental se deve à tensão de entrada não ser Para VL= 10V
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IL= CH2 = 5V/DIV; DC; POS.CENTRAL

Esta corrente será bem próxima de IL= Ii= Vi/Ri= BASE DE TEMPO = 1ms/DIV
15V/15kΩ = 1mA. AUTOSET
A tensão de saída será aproximadamente 10V, que poderá Gerador de Funções:
ser confirmada através de um outro multímetro ou através TRIANGULAR; 200Hz; 5Vp.
do osciloscópio ajustado em: Ajustar o gerador de funções somente depois de energizar
CH1 = 5V/DIV-DC, POS. CENTRAL o ampop.
BASE DE TEMPO 1ms/DIV
• Observar o sinal de entrada e o sinal de saída. Qual a
AUTOSET
condição do sinal de saída em relação ao de entrada.
• Fazer um curto-circuito em RL e medir Icc (corrente Descreva a anexe imagens do osciloscópio.
de curto circuito). • Aumentar o sinal de entrada até o sinal de saída ceifar.
Para VL= 0 O ceifamento deve ocorrer em aproximadamente 14V,
Icc= que é a tensão de saturação deste ampop [3]. Apresente
A tensão de saída deve se aproximadamente zero V. como resultado o valor de tensão aplicada a entrada e
A impedância de saída deste curto circuito, vista pela imagens do osciloscópio.
carga, é um valor muito alto, comprovando a característica • Mudar CH1 para o terminal da entrada inversora (pino
deste circuito como fonte de corrente quase ideal. ∆VL= 2 do LM741).
10V. Observe que exatamente no intervalo onde o ampop está
ZL = ∆VL / ∆IL saturado, a entrada inversora apresenta uma tensão. Este
terminal deixa de ser um terra virtual quando o ampop entra
ZL= em saturação [3].
• Instale os dois diodos Zener de 10V Back to Back como
C. TERRA VIRTUAL
indicado na figura 6.
Com a realimentação negativa, o potencial de entrada
inversora é igual ao potencial da entrada inversora é igual
ao potencial da entrada não inversora, desde que o ampop
não esteja saturado. é um curto-circuito virtual [3].

Figura 5. Amplificador Inversor e Terra Virtual. Adaptado de [3].

Figura 6. Amplificador Inversor e Terra Virtual com conexão back to back.
Adaptado de [3].
Se o terminal da entrada não inversora estiver no potencial
do terra, o terminal da entrada inversora também estará no Apresente os resultados obtidos com a conexão back to
potencial do terra. É como se a entrada inversora estivesse back. Discorra criteriosamente sobre as diferenças no sinal
aterrada, daí o termo TERRA VIRTUAL [3]. de entrada e saída entre o sistema sem e com o back to
Seguir os passos à baixo: back.
• Montar o circuito da figura 5. • Diminuir a amplitude de Vi para 5V de pico. Observe
Ajustes do osciloscópio. que o sinal de saída não está ceifada. A tensão da
CH1 = 5V/DIV; DC; POS. CENTRAL entrada inversora é praticamente zero.
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Diminuindo o sinal de entrada, de forma que não ocorra

a saturação do ampop, a entrada inversora volta a ser terra
virtual em todo o intervalo. Não significa que a tensão neste
terminal seja zero. Se posicionando CH1 = 5mV/DIV pode-
se ver um sinal, provavelmente quadrado [3].

• Mude a escala de CH1, posicionado na entrada in-

versora, para 50mV/DIV e aumente a frequência para
1kHz. Observe o que ocorre e descreve anexando
imagens.

D. FUNÇÃO TRANSFERÊNCIA (MODO X-Y)

Seguir os passos à baixo:

Figura 7. Interferência da rede. Adaptado de [3].
1) Ligar o canal CH1 do osciloscópio (X) ao sinal de
entrada Vi (saída do gerador de funções).
2) Ligar o canal CH2 (Y) ao sinal de saída Vo. Referências
3) Aumentar o sinal de entrada para 10V de pico (20V [1] FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E DA EN-
pico a pico). GENHARIA, REALIMENTAÇÃO. Disponível em:
4) Ajustar o osciloscópio para o MODO X-Y (geral- http://cee.uma.pt/edu/el2/acetatos/Realimentacao1.pdf. Acessado em
01 de setembro de 2018.
mente o seletor da base de tempo do osciloscópio). [2] WENDLING, M. AMPLIFICADORES OPERACIONAIS, UNESP.
Disponível em: http://www2.feg.unesp.br/Home/PaginasPessoais/ProfMa
rceloWendling/3—amplificadores-operacionais-v2.0.pdf. Acessado em 01
X = Vi e Y = Vo de setembro de 2018.
[3] EGOAVIL, C. J. REDES-SENSORES 2. REALIMENTAÇÃO NEGA-
Descreva o resultado anexando imagens. TIVA; Faculdades Integradas FACVEST, Lages SC, 2008.
[4] FABOTRONIX. Disponível em: http://fabotemp.fabotronix.com/shop/amplifier-
ic/lm741-opamp/. Acessado em 09 de setembro de 2018.

E. ACOPLAMENTO DC

Sempre que possível utilize o acoplamento DC.

Seguir os passos à baixo:

• Montar o circuito da figura 7.

Os canais verticais CH1 e CH2 devem monitorar o mesmo

sinal de saída e devem estar no mesmo sinal de saída e
devem estar no modo de acoplamento DC para que possa-
se observar a forma de onda "como exatamente ela é", com
a componente AC mais a componente DC.
O sinal de saída deverá ser contínuo, de aproximadamente
14V, positivo ao negativo. O ampop está saturado.
Ao retirar-se resistor Ri, ou seja, entrada inversora aberta,
o 741 irá saturar positivamente. Retirando Rb, entrada
saturada negativamente.
Se o acoplamento destes canais estivessem em AC, não
consegue-se afirmar isso. Estaria indicando sempre ZERO.

• Trocar uma das entradas do ampop com o dedo. Você

deverá estar observando uma onda quadrada na saída
do ampop.
• mudar o modo de acoplamento de canal CH2 para AC.

A distoção em CH2-AC se deve ao acoplamento AC.

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